Ibovespa cai 2% puxado pela Petrobras e exterior; dólar sobe para R$ 3,93

Índice acelera as perdas na tarde desta segunda junto com a piora do mercado norte-americano

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa acentua as perdas na tarde desta segunda-feira (10) puxado pela queda de mais de 4% da Petrobras (PETR3; PETR4) e pelo cenário externo. Na primeira hora de pregão, o índice chegou a operar no positivo, mas foi perdendo força conforme a bolsa dos Estados Unidos abriu.

Às 14h09 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa brasileira registrava queda de 2,15%, aos 86.223 pontos, na mínima do dia. Enquanto isso, o dólar comercial registrava alta de 1,11%, cotado a R$ 3,9332 na venda. No exterior, o dia também é negativo, com o Dow Jones caindo cerca de 2%, ao passo que o S&P 500 recua 1,7%.

O índice é pressionado pela Petrobras, que passou a registrar queda de mais de 4% em meio à forte baixa de 2% do petróleo. A commodity tinha registrado fortes ganhos na última sessão com o acordo da Opep para corte de produção, mas voltou a cair em meio à perspectiva de demanda fraca para 2019.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Já os juros futuros caem em vencimentos mais curtos e flutuam em alta nos vértices médios e longos enquanto mercado colhe o efeito dos dados que mostram quadro favorável na dinâmica para os preços em uma economia sem vigor, o que tem ajustado em baixa as projeções de inflação. 

No relatório Focus, a projeção para IPCA cedeu de 3,89% para 3,71% em 2018 e passou de 4,11% para 4,07% em 2019, enquanto os analistas abrandam expectativa de alta da Selic de 7,75% para 7,50% no próximo ano. O contrato com vencimento em janeiro de 2019 fica estável a 6,406%, enquanto o com vencimento em janeiro de 2023 tem leve alta de 12 pontos-base, a 9,22%.

No exterior, as bolsas asiáticas tiveram baixa expressiva nesta segunda-feira, após mais um tombo nos mercados de Nova York na última sessão e na esteira de dados bem mais fracos do que se previa da balança comercial chinesa. 

Continua depois da publicidade

A queda é generalizada com a escalada potencial da guerra comercial após vice-chanceler chinês protestar contra prisão de executiva da Huawei. Vale ressaltar que, no fim de semana, dados oficiais mostraram que a disputa comercial entre EUA e China está prejudicando o comércio do gigante asiático. Em novembro, tanto as exportações quanto as importações chinesas subiram bem menos do que o esperado, com ganhos anuais de 5,4% e 3%, respectivamente.

Também foram divulgados indicadores de inflação da China. A taxa anual de inflação ao consumidor diminuiu de 2,5% em outubro a 2,2% em novembro, enquanto a inflação ao produtor foi de 3,3% a 2,7% na mesma comparação. Porém, a maior queda foi do Nikkei, após a divulgação de números decepcionantes do PIB (Produto Interno Bruto) do Japão.

Por aqui, os olhos se voltam novamente para as reformas econômicas e para as polêmicas do novo governo. Durante entrevista ao programa Canal Livre, da Band, o ministro da Transição e futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), disse que ainda não está decidido se a proposta da reforma da Previdência do novo governo será enviada ao Congresso de maneira fatiada ou integral.

Na semana passada, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que as regras da aposentadoria podem ser modificadas aos poucos, sinalizando que a prioridade seria a determinação de uma idade mínima para solicitar o benefício.

Noticiário corporativo

No radar corporativo, o destaque fica com a Eletrobras, após a Justiça derrubar uma liminar que poderia impedir a realização do leilão de privatização da Amazonas Energia. Dessa forma, o leilão acontece nesta segunda às 17h.

Seja sócio das maiores empresas da bolsa com TAXA ZERO de corretagem! Clique aqui e abra uma conta na Clear! 

Ainda no radar, o Bradesco vai propor juros sobre capital próprio complementar de R$ 4,67 bilhões. Já a Advocacia Geral da União pede a derrubada da liminar que impede fusão Embraer-Boeing. O jornal O Globo informa que a Petrobras investiga vazamento de óleo na Baía de Guanabara.

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 PETR3 PETROBRAS ON N2 26,51 -4,81 +57,97 160,74M
 GOLL4 GOL PN N2 18,86 -4,80 +29,18 61,79M
 MRFG3 MARFRIG ON 5,97 -4,63 -18,44 7,64M
 PETR4 PETROBRAS PN N2 23,75 -4,12 +48,77 881,72M
 USIM5 USIMINAS PNA 8,72 -3,11 -3,76 70,77M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 EMBR3 EMBRAER ON 20,84 +1,81 +4,76 27,81M
 CYRE3 CYRELA REALTON 15,01 +1,76 +18,12 54,00M
 TAEE11 TAESA UNT N2 22,35 +0,68 +17,42 11,87M
 ELET3 ELETROBRAS ON 25,40 +0,44 +31,33 54,81M
 HYPE3 HYPERA ON 31,68 +0,41 -7,86 77,44M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Agenda da semana
Na quarta-feira (12) se encerra a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) de 2018, com uma expectativa unânime dos analistas de que a Selic deverá ser mantida em 6,50% ao ano.

No cenário atual, após o IPCA desta semana registrar uma deflação maior que a esperada e em um cenário de dados mais fracos de emprego nos EUA, que reduzem as chances de um aperto maior na política do Federal Reserve, o que se vê é um mercado ainda projetando alta da Selic em 2019. Por outro lado, há quem acredite que os juros ficarão estáveis ao longo do próximo ano.

Destaque ainda para a pesquisa mensal do comércio e serviços de outubro que devem dar os primeiros sinais do ritmo da atividade brasileira no último trimestre do ano. Para a equipe da GO Associados, o varejo ampliado deve ter recuo de 1,1% no mês, enquanto os serviços devem cair 0,3%. Os dois, por outro lado, devem ter ganhos no acumulado de 12 meses.

Também na quarta, sai o balanço fiscal do mês passado. A semana traz ainda, na sexta-feira (14), os números das vendas do comércio, da produção industrial de novembro e o PMI de serviços Markit.

Já nos EUA, os investidores ficarão atentos às publicações dos índices de inflação ao produtor, que saem na terça-feira (11), e aos índices de inflação ao consumidor na quarta-feira (12), ambos relativos ao mês de novembro. Na Europa, o destaque fica com a decisão do BCE (Banco Central Europeu), na quinta-feira.

Seja sócio das maiores empresas da bolsa com TAXA ZERO de corretagem! Clique aqui e abra uma conta na Clear!  

Tópicos relacionados

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.