Ibovespa cai 1,5% após notícia de “Lula possível ministro” e volta aos 48 mil pontos

Mercado perde força em meio a cenário indefinido; dólar e DIs aceleram alta

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa fecha em queda nesta segunda-feira (14) após abrir em alta e passar boa parte da sessão entre perdas e ganhos. A derrocada final ocorreu ao mesmo tempo em que saía a notícia de que o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, deve aceitar convite para ser ministro. A informação da Folha de S. Paulo saiu logo depois que a juíza Maria Priscilla Veiga Oliveira, da 4ª Vara Criminal, discordou do Ministério Público e decidiu que cabe ao juiz federal Sérgio Moro analisar a denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Estas notícias recentes, junto com a desvalorização das commodities, ofuscam qualquer otimismo que viesse das manifestações maiores que as esperadas no último domingo (13).  

O benchmark da bolsa brasileira teve desvalorização de 1,55%, a 48.867 pontos. A Bolsa chegou a cair 1000 pontos em 15 minutos. O volume financeiro negociado na Bovespa foi de R$ 7,773 bilhões. Já o dólar comercial teve alta de 1,71% a R$ 3,6515 na compra e a R$ 3,6524 na venda, ao mesmo tempo em que o dólar futuro para abril registra valorização de 1,61% a R$ 3,663. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 avança 6 pontos-base a 13,79%, enquanto o DI para janeiro de 2021 registra ganhos de 7 pontos-base a 14,22%. 

Lula ministro?
A presidente Dilma Rousseff só está esperando telefonema de Lula confirmando que ele aceita ser ministro de seu governo. Além disso, a ala petista já dá como certo que ele aceitará o convite, segundo coluna da Mônica Bergamo, da Folha de S. PauloDe acordo com assessores e ministros que despacham no Palácio do Planalto, o petista já enviou sinais nesse sentido. Um integrante da equipe de Dilma disse que Lula pode ser anunciado ministro “muito em breve”, em resposta à coluna. A decisão é “uma questão de horas”, disse. 

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Maior protesto já registrado
De acordo com informações do Datafolha, o protesto contra o governo deste domingo (13) foi o maior registrado na cidade de São Paulo, superando inclusive a manifestação pelas Diretas Já em 1984, ao registrar 500 mil pessoas na Avenida Paulista. O ato das Diretas reuniu 400 mil. Segundo os dados comparativos do Datafolha, o público presente representa mais que o dobro do registrado no maior ato contra Dilma Rousseff até então, promovido em 15 de março de 2015. Naquela ocasião, 210 mil pessoas estiveram na Paulista, segundo o instituto de pesquisa.

O protesto se soma ao “aviso prévio” do PMDB ao governo no sábado, que criou um conselho para decidir em 30 dias se o partido desembarca ou não. O PMDB também barrou a entrada de qualquer membro da sigla como ministro. Lá fora, as bolsas sobem após dados da China.

Eurasia
Os protestos maciços reforçam saída da presidente mais rapidamente do que o esperado, disse a Eurasia em relatório por e-mail. A consultoria também eleva trajetória de curto prazo de negativa para neutra, mantendo a probabilidade de Dilma não terminar o mandato em 65%. 

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Alckmin e Aécio vaiados
Diversos políticos e parlamentares de partidos de oposição estiveram presentes neste domingo na Avenida Paulista, região central da capital, no ato em favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. O principal ponto de encontro das lideranças oposicionistas foi o palco montado pelo Movimento Brasil Livre, em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Ao se aproximarem do local, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foram vaiados pelos manifestantes. “Nós estamos aqui como cidadãos, respeitando a pluralidade nessa sociedade tão múltipla como a nossa e na busca daquilo que nos une, o fim desse governo”, disse o senador.

Ações em destaque
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 9,54, -5,45%; PETR4, R$ 7,40, -8,53%) terminaram o dia em queda, descolando do cenário doméstico e acompanhando os preços do petróleo no mercado internacional. Lá fora, barril do WTI (West Texas Intermediate) recua 3,27% a US$ 37,24, enquanto o contrato do Brent registrava queda de 2,03%, a US$ 39,57 o barril. A desvalorização do petróleo vem em um momento no qual o Irã diz que só irá participar de acordos para congelar a produção quando voltar a produzir nos níveis pré-sanções internacionais. 

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 PETR4 PETROBRAS PN 7,40 -8,53 +10,45
 USIM5 USIMINAS PNA 1,85 -8,42 +19,35
 RUMO3 RUMO LOG ON 3,27 -8,15 -47,60
 HGTX3 CIA HERING ON 14,51 -6,69 -4,60
 QUAL3 QUALICORP ON 13,06 -5,64 -7,57

Os papéis da Vale (VALE3, R$ 13,44, -3,10%; VALE5, R$ 9,70, -4,43%) acabaram o dia em baixa, seguindo a queda do preço do minério de ferro lá fora. O minério caiu 1,54% nesta sessão, a US$ 55,55 a tonelada, no porto de Qingdao, na China. Acompanham o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 5,03, -2,71%), holding que detém participação na mineradora. 

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 BRKM5 BRASKEM PNA 25,56 +6,23 -7,46
 FIBR3 FIBRIA ON 32,25 +6,19 -37,85
 SUZB5 SUZANO PAPELPNA 12,75 +5,02 -31,78
 GGBR4 GERDAU PN 5,28 +2,92 +13,55
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 5,54 +1,84 +8,84

Entre as altas, ao contrário do que vinha ocorrendo, Fibria (FIBR3, R$ 32,25, +6,19%) e Suzano (SUZB5, R$ 12,75, +5,02%) estiveram entre as maiores altas. Por serem empresas de perfil exportador, as duas produtoras de papel e celulose são beneficiadas pela alta do dólar, já que têm suas receitas denominadas na moeda norte-americana. 

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1
 PETR4 PETROBRAS PN 7,40 -8,53 655,23M
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 32,18 -0,46 518,28M
 BBAS3 BRASIL ON EJ 22,20 -2,49 483,13M
 BBDC4 BRADESCO PN 26,60 -0,64 427,21M
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 15,29 -3,23 392,12M
 ITSA4 ITAUSA PN 8,48 -0,70 330,87M
 VALE5 VALE PNA 9,70 -4,43 312,85M
 ABEV3 AMBEV S/A ON 18,04 -0,99 198,05M
 KROT3 KROTON ON 11,15 -4,21 196,99M
 CIEL3 CIELO ON EDJ 33,25 -0,73 186,39M

* – Lote de mil ações 
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Relatório Focus
Economistas pioraram as estimativas para inflação e PIB (Produto Interno Bruto) este ano, segundo estimativas do Boletim Focus, do Banco Central, divulgadas nesta segunda-feira. A expectativa é que a inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) alcance 7,46% este ano, ante projeção de 7,59% apontada semana passada. As projeções para este ano superam o limite máximo da meta do governo para o IPCA, de 6,5%. Para 2017, a projeção de inflação se manteve estável em 6%. Já para o PIB em 2016, os economistas projetam encolhimento de 3,54% este ano, ante os 3,50% previstos na semana anterior. A projeção para 2017 se manteve em um crescimento de 0,50%.

Produção industrial
A produção industrial da zona do euro cresceu com força e mais do que o esperado em janeiro, devido principalmente ao aumento da produção de bens de capital como equipamentos e maquinário, informou a agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat, nesta segunda-feira. A produção industrial nos 19 países da zona do euro subiu 2,1% em janeiro em comparação a dezembro, disse a Eurostat, e teve crescimento anual de 2,8%.

Cenário externo
Hoje é um dia de ganhos para os principais índices mundiais. As bolsas europeias subiram pelo 2º dia seguido com o FTSE com ganhos de 0,57%, o DAX em alta de 1,62% e o CAC 40 subindo 0,31%. Enquanto isso, as bolsas chinesas avançaram 1,76%. As bolsas japonesas subiram 1,74% com dado de pedidos de máquinas e antes de decisão do Bank of Japan. Os índices dos EUA terminaram o pregão entre perdas e ganhos.

As ações chinesas subiram nesta segunda-feira, lideradas pelas empresas de menor valor de mercado, com os investidores encorajados após garantias dadas pelo principal regulador de mercado, aliviando temores de uma enxurrada de ofertas públicas iniciais de ações.

Na China, destaque para diversos indicadores divulgados pelo país. Os investimentos em ativos fixos urbanos subiram 10,2% nos dois primeiros meses do ano, em relação a igual intervalo do ano anterior, segundo informou o governo chinês neste sábado. O resultado ficou acima da previsão dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires, de alta de 9,5%. Já a produção industrial da China subiu 5,4% nos dois primeiros meses deste ano, em comparação com igual período do ano anterior.

As vendas no varejo da China, por sua vez, subiram 0,81% em fevereiro ante janeiro. No acumulado dos dois primeiros meses do ano, houve alta de 10,2% em relação a igual intervalo do ano anterior, abaixo da previsão dos analistas consultados pela Dow Jones Newswires, de expansão de 11,0%.

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