Ibovespa cai 1,4% com correção e contra-ataque do governo a impeachment; dólar cai

Mercado tem dia de baixa em meio a expectativa por decisão do STF sobre processo de impeachment

Equipe InfoMoney

Prédio do STF, em Brasília

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira (14), em um movimento de correção depois das fortes altas dos últimos dias. Após abrir em alta e chegar a subir 1% na máxima do dia, a Bolsa começou a ver um forte movimento de realização de ganhos depois da sequência de altas recente. Este movimento foi potencializado pelo contra-ataque do governo ao impeachment. O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) para anular o processo e o tribunal analisará a ação às 17h30 (horário de Brasília). Enquanto isso, lá fora, as bolsas norte-americanas terminaram o dia em leve queda de olho nos resultados trimestrais de instituições financeiras e nos discursos de membros do Federal Reserve.

O benchmark da bolsa brasileira caiu 1,39%, a 52.411 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 8,827 bilhões. Para Daniel Ximenes Almeida, trader da Daycoval Investimentos, a queda da Bolsa hoje foi motivada principalmente pelo contra-ataque do governo para barrar o impeachment via Judiciário. “Como tinha muito prêmio na Bolsa, qualquer notícia negativa de curto prazo acaba causando um estrago”, avalia. Contudo, ele ressalva que se os investidores realmente achassem que o impedimento está em risco, a queda seria bem maior.

Já o dólar comercial fechou em queda de 0,10% a R$ 3,4745 na compra e a R$ 3,4760 na venda, enquanto o dólar futuro para maio tem leve alta de 0,71% a R$ 3,491. 

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 opera em leve baixa de 1 ponto-base a 13,64%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 registra perdas de 17 pontos-base a 13,02%. 

AGU mira judiciário
A AGU (Advocacia-Geral da União) informou na manhã desta quinta que ingressou no STF com ação pedindo a nulidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, cuja votação ocorrerá no domingo (17), na Câmara dos Deputados. A ação pede nulidade dos atos do processo de denúncia por crime de responsabilidade, diz nota à imprensa. De acordo com o pedido, o processo contém vícios que impedem a sua continuidade. Entre os pedidos está a anulação da audiência dos denunciantes, que segundo a AGU “extrapolou” o que estava na denúncia, e por isso, o governo deveria ter mais tempo para se defender.

STF analisa às 17h30
O plenário do STF realiza sessão extraordinária nesta quinta para às 17h30. Serão julgados cinco pedidos contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, de acordo com o presidente do STF, Ricardo Lewandowski: 4 mandados de segurança e 1 ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade). “Estamos cancelando a sessão ordinária e convocando uma sessão extraordinária para as 17h30. Situações excepcionais exigem medidas excepcionais”. Uma delas é a Ação Direta de Inconstitucionalidade em que se discute a ordem de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Outras duas ações também questionam a ordem do voto dos deputados no fim de semana. 

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PTB e PSD apoiam impeachment
O líder do PSD na Câmara dos Deputados, Rogério Rosso (PSD-DF), disse na noite da última quarta-feira, que seu partido apoia o impeachment da presidente Dilma Rousseff a partir de agora. O líder do partido ainda disse que mais de dois terços dos deputados do PSD apoiam impeachment e que fala pelos parlamentares e não pelo ministro das Cidades e presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab (SP). Segundo ele, seriam cerca de 30 dos 38 votos da sigla a favor do impedimento.

Mais cedo, Wilson Santiago, líder do PTB em exercício na Câmara, confirmou que o partido irá encaminhar voto pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff e que a bancada da sigla tem maioria expressiva pela saída da petista. A bancada do PTB na Câmara dos Deputados conta com 19 parlamentares em exercício e, de acordo com Wilson Filho, 15 se declararam favoráveis ao impeachment da presidente.

Ações em destaque
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 11,41, -3,55%; PETR4, R$ 9,22, -3,05%), realizaram ganhos junto com os preços do petróleo, que após passarem a maior parte da sessão em alta, acabaram fechando em queda. O barril do WTI (West Texas Intermediate) teve leve baixa de 0,65% a US$ 41,49, ao mesmo tempo em que o barril do Brent tinha perdas de 0,66% a US$ 43,89

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As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 CSNA3 SID NACIONALON 11,46 -11,98 +186,50
 GOAU4 GERDAU MET PN 2,63 -11,15 +58,43
 GGBR4 GERDAU PN 7,47 -10,54 +60,65
 USIM5 USIMINAS PNA 2,00 -9,91 +29,03
 VALE3 VALE ON 18,20 -7,00 +39,68

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 RUMO3 RUMO LOG ON 3,90 +17,82 -37,50
 JBSS3 JBS ON 9,75 +6,21 -21,05
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 6,97 +3,11 +36,94
 PCAR4 P.ACUCAR-CBDPN 52,36 +2,53 +25,08
 HYPE3 HYPERMARCAS ON 29,20 +2,03 +34,50

 

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Dentro do setor mais pesado no Ibovespa, o financeiro, bancos grandes fecharam em queda, corrigindo as altas recentes. Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 32,73, -2,91%), Bradesco (BBDC3, R$ 31,86, -1,70%; BBDC4, R$ 28,70, -2,41%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 21,93, -1,79%) apresentaram desempenho fraco. Juntas, as quatro ações respondem por pouco mais de 20% da participação na carteira teórica do nosso benchmark.

Já a Vale (VALE3, R$ 18,20, -7,00%; VALE5, R$ 13,80, -6,76%) seguiu a queda do minério de ferro. A commodity spot com 62% de pureza e entrega no porto de Qingdaoteve baixa de 1,82% a US$ 59,38. Além disso, a companhia reflete o corte na sua recomendação de underperform para venda pela CLSA. 

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As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1
 PETR4 PETROBRAS PN 9,16 -3,68 716,16M
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 32,73 -2,91 683,90M
 VALE5 VALE PNA 13,80 -6,76 466,39M
 BBDC4 BRADESCO PN 28,70 -2,41 408,47M
 BBAS3 BRASIL ON 21,93 -1,79 353,82M
 ABEV3 AMBEV S/A ON 18,74 +1,90 304,82M
 BBSE3 BBSEGURIDADEON 32,40 -0,15 262,89M
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 17,00 +1,80 256,04M
 ITSA4 ITAUSA PN 8,48 -2,08 247,97M
 CSNA3 SID NACIONALON 11,46 -11,98 234,85M

* – Lote de mil ações 
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Planalto procura dissidências
O Palácio do Planalto reuniu ministros e deputados contrários ao pedido de impeachment para discutir a estratégia para arquivar a acusação contra ela. A nova estratégia será discutir diretamente com deputados em vez de procurar bancadas inteiras. Assim, o governo estaria criando dissidências que podem decidir ao seu favor a votação. “Nessa reta final, é deputado por deputado, caso por caso”, afirmou o ministro Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo. Hoje, os “placares” do impeachment foram atualizados: a Folha indica 308 deputados a favor do impeachment, o Estadão 332 e O Globo, 329. Vale destacar a notícia da Folha que já traça um cenário do que Michel Temer pretende fazer caso assuma a presidência. De acordo com o jornal, o vice promete reformas bruscas com mudanças nos ministérios. Já as bolsas europeias oscilam 

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Bateria de dados da China
Hoje é dia de China. Às 23h saem ao mesmo tempo os dados de PIB (expectativa de avanço de 6,7% no primeiro trimestre de 2016 na comparação anual), produção industrial (economistas esperam 6% de expansão da atividade em março) e vendas do varejo (expectativa de 10,4% de crescimento em março). “Acho que a China vai voltar ao radar”, opina Paulo Gomes, economista-chefe e estrategista da Azimut Brasil Wealth Management que ressalva que o impacto dos dados do país no mercado não serão do mesmo porte daqueles de janeiro. “Se o PIB vier em 6,7%, o mercado tende a encarar com maior normalidade do que fazia antes. O mundo hoje com mais liquidez mostra bancos centrais mais atentos e dispostos a evitar uma desaceleração da economia”, conclui. 

Agenda dos EUA
A agenda dos EUA é bastante movimentada nesta sessão, com destaque para os números de auxílio desemprego da semana passada e o índice de preços ao consumidor de março. No caso dos pedidos do benefício, foram 253 mil pedidos na semana passada contra 270 mil esperados. 

Além disso, às 11h, o presidente da distrital do Federal Reserve em Atlanta, Dennis Lockhart, disse que dados fracos de inflação e de gastos dos consumidores o levaram a mudar de ideia e passar a se opor a um novo aumento de juros em abril. No mês passado, Lockhart havia sugerido a possibilidade de uma nova elevação de juros na reunião do Fed dos próximos dias 26 e 27. Em entrevista à Bloomberg News, no entanto, Lockhart disse que reviu sua opinião.

“Com base no que vi recentemente, não vou defender uma mudança em abril”, afirmou Lockhart, que não tem poder de votos nas reuniões do Fed este ano. Por outro lado, Lockhart disse que ainda é possível que haja dois ou três aumentos de juros este ano, desde que os indicadores melhorem em relação aos do primeiro trimestre, que, segundo ele, foram decepcionantes.

Cenário externo
As bolsas chinesas avançaram para novas máximas em três meses nesta quinta-feira, com os investidores se preparando para uma surpresa positiva em relação aos dados sobre o crescimento econômico da China no primeiro trimestre, que são divulgados na sexta-feira; Xangai subiu 0,52% e Hang Seng 0,85%. 

Dados publicados na quarta-feira mostraram que as exportações chinesas voltaram a crescer em março pela primeira vez em nove meses, em um sinal encorajador antes da publicação dos números do Produto Interno Bruto (PIB). Os mercados do restante da região também subiram, atingindo o maior nível em mais de quatro meses. As altas foram lideradas pelo Japão, com o Nikkei subindo 3,23%, com os investidores interpretando a decisão de afrouxamento monetário do banco central de Cingapura como um sinal de mais estímulos nas economias voltadas para o comércio do Sudeste Asiático e de uma trajetória mais amena de aperto monetário nos Estados Unidos nos próximos meses.

As bolsas europeias, por sua vez, fecharam em alta, com o DAX subindo 0,67%, o FTSE em alta de 0,03% e o CAC 40 avançando 0,47%, em um dia de leve alta para os preços do petróleo. 

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