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Ibovespa cai 1,20%, com peso de exportadoras de commodities, e destoa de Wall Street; dólar recua a R$ 5,06

Ações da Petrobras, com recuo do petróleo, e da Vale, com prévia operacional, pesaram sobre o índice

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em queda de 1,20% no primeiro pregão de fevereiro, aos 112.073 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira destoou do que foi visto nos Estados Unidos, sentindo o impacto, principalmente, da queda das companhias exportadoras de commodities e das ações ordinárias da Ambev (ABEV3).

Nos Estados Unidos, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 0,02%, 1,05% e 2%.

Após a decisão do Federal Reserve de subir a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para o intervalo de 4,50% a 4,75%, os índices americanos chegaram a cair, mas, posteriormente, se recuperaram, em meio a falas de Jerome Powell, presidente da instituição.

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Em coletiva, Powell trouxe um tom duro, mencionado que o juros, provavelmente, não será cortado neste ano – mas deixou em aberto a possibilidade no caso de inflação descer mais rápido do que o esperado antes da decisão de juros.

Os treasuries yields, então, caíram forte. O título para dois anos perdeu 11,1 pontos-base, indo a 4,096%, e o para dez anos, 12 pontos, a 3,409%. Companhias de tecnologia, por terem boa parte dos seus valuations aplicado no futuro avançaram.

“O mercado observa os tons dos comunicados dos bancos centrais, temendo uma maior agressividade contra a inflação. Alguns dados, nos Estados Unidos, já mostraram, no entanto um desaquecimento em termos inflacionários, mas ainda é um calcanhar de Aquiles, com a sinalização que irão manter a taxa em níveis elevados até uma conversão para a meta”, explica Marco Noernberg, líder de renda variável da Manchester Investimentos.

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As falas, contudo, ajudaram a derrubar o preço das commodities, também com a perspectiva em alta de que a maior economia do mundo pode passar por uma recessão neste ano.

O barril de petróleo Brent recuou 2,62%, para US$ 83,22. As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4), com peso importante no Ibovespa, acompanharam a queda, com baixas de, respectivamente, 1,93% e 1,38%.

Além disso, a prévia operacional da Vale (VALE3), outra empresa com muito peso no índice brasileiro, também derrubou as ações da mineradora,  que fecharam com baixa de 1,11%.

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Por fim, o Ibovespa sofreu também por  conta do cenário local.

“Aqui no Brasil, a declaração do Comitê de Política Monetária (Copom) provavelmente será parecida com a do Fed, visto que aqui há uma questão fiscal mais complicada, bem como a autonomia do BC sendo questionada pelo governo”, diz Noernberg. “Commodities recuam e há aumentos das incertezas e riscos fiscais”, acrescenta Leandro De Checchi, analista de investimentos da Clear.

Apesar disso, a curva de juros brasileira acompanhou, em grande parte, a americana e acabou virando para queda no fim do pregão. Os DIs para 2024 perderam um ponto-base, a 13,53%, e os para 2025, 5,5 pontos, a 12,78%. Os contratos para 2027 foram a 12,77%, com menos 5,5 pontos, e os para 2029, a 12,95%, com menos cinco pontos. Os DIs para 2031, por fim, recuaram quatro prontos, a 13,04%.

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“O mercado deve seguir atento não somente às decisões de política monetária, que devem ficar em linha com as expectativas, mas principalmente com as falas relacionadas ao equilíbrio fiscal e avaliação do balanço de riscos que tende a balizar a ancoragem das expectativas de inflação”, explica De Checchi.

Por fim, o Ibovespa sofreu também com o impacto da queda das ações ordinárias da Ambev, que recuaram 3,5% após uma acusação de rombo tributário. 

O dólar fechou em queda de 0,32%, a R$ 5,060 na compra e a R$ 5,061 na venda.