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Ibovespa cai 0,73% e destoa do exterior, com investidores de olho no fiscal; dólar sobe 0,30%, a R$ 4,86

Dados do Governo Central de julho trouxeram resultados piores do que o esperado e falas de políticos perdidas também fazem preço

Por  Vitor Azevedo

O Ibovespa fechou em queda de 0,73% nesta quarta-feira (30), aos 117.535 pontos, na contramão do exterior e sendo puxado para baixo, principalmente, pelos bancos, em meio a preocupações com o fiscal.

Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 0,11%, 0,38% e 0,54%.

“Nesta quarta-feira, as bolsas globais negociaram em leve alta, após dados econômicos indicarem um esfriamento da economia dos EUA. Apesar de parecer contraditório, o freio na economia pode indicar a efetividade dos juros mais altos para controlar a inflação”, explica Antonio Sanches, analista da Rico.

“Os dados em questão vieram do relatório Nacional de Emprego, que indicou um mercado de trabalho menos aquecido do que as estimativas para agosto, assim como uma expansão mais fraca do produto interno bruto no segufndo trimestre do que indicado na primeira leitura”, acrescenta.

De acordo com o relatório ADP, foram criadas 177 mil vagas de emprego em agosto, ante projeção de 195 mil e 324 mil vagas criadas em julho. Quanto ao PIB, o crescimento foi do segundo trimestre na segunda leitura foi de 2,1%, ante 2,4% do consenso e abaixo da primeira leitura, que também havia sido de 2,4%.

Os treasuries yields americanos recuaram levemente, estendendo o movimento dos últimos dias. O para dez anos perdeu cerca de dois pontos-base, a 4,116%, e o para dois anos, um ponto, a 4,888%.

O DXY, que mede a força do dólar frente a outras divisas de países desenvolvidos, caiu 0,35%, aos 103,16 pontos. Frente ao real, a moeda americana teve um alta de 0,30%, indo a R$ 4,869 na compra e na venda.

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No Brasil, além do dólar, a curva de juros também foi na contramão do exterior e avançou majoritariamente. Os DIs para 2025 ganharam 1,5 ponto-base, a 10,47%, e os para 2027 subiram 6,5 pontos, a 10,18%. As taxas dos contratos para 2029 e 2031 tiveram alta de, respectivamente, oito e seis pontos, a 10,65% e 10,91%.

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“O Ibovespa fechou em queda na sessão puxado pelo desempenho dos bancos, após divulgação de déficit primário em julho, em que a diferença entre receitas e despesas ficou negativa em R$ 35,933 bilhões”, comenta Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

O Governo Central – composto por Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central (BC) e excluindo os gastos com a dívida – teve seu segundo pior julho da série histórica. As contas públicas sangrando mais do que o esperado acabam impulsionando as taxas de juros para cima.

A notícia ainda veio um dia depois da circulação de boatos de que o Governo Federal pode abandonar a meta de déficit zero em 2024. Nesta quarta, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, reiterou que o governo não considera modificar a meta de déficit fiscal zero no próximo ano e que vai enviar o projeto ao Congresso prevendo equilíbrio nas contas.

Além disso, perto do fechamento, foram divulgados detalhes do Orçamento para 2024 pela ministra, em audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso, que ajudaram a aumentar a aversão ao risco.

Ela informou que a proposta a ser encaminhada prevê que a despesa primária para 2024 crescerá R$ 129 bilhões em relação a este ano. A maior parte dessa alta será consumida por gastos obrigatórios, e apenas R$ 9 bilhões izem respeito a despesas discricionárias.

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Esses fatores acabaram minimizando a publicação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho, que trouxe a criação de 142.702 vagas no Brasil, desacelerando frente as 156.615 criadas em junho e mostrando uma economia mais fria – o que poderia dar mais espaço para um recuo dos juros.

Com os juros em alta, no entanto, várias companhias ligadas ao mercado interno e mais endividadas caíram. As ações ordinárias da Via (VIIA3) recuaram 6,99%, as da EzTec (EZTC3), 2,56%, e as da MRV (MRVE3), 2,10%.

Fora isso, como já mencionado, os bancos também foram mal dentro do Ibovespa. Os papéis preferenciais do Itaú (ITUB4) perderam 1,91%, os do Bradesco (BBDC4), 2,13%, e os ordinários do Banco do Brasil (BBAS3), 1,44%.

 

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