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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira (11), dia de extrema e absoluta volatilidade. Após abrir em alta e chegar a subir 1,7%, a Bolsa virou para queda, caindo 900 pontos em poucos minutos até cair 0,14%. Das 11h10 (horário de Brasília) às 11h40, o índice voltou a subir, avançando até 0,7%, só para depois amenizar novamente e virar para queda. No cenário macro, o mercado acompanha nervosamente a votação do impeachment no Senado, mas também se preocupa com a queda das bolsas nos Estados Unidos. Os índices Dow Jones e S&P 500 caíram respectivamente 1,21% e 0,96%.
Falando no doméstico, o economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, é quase certo como presidente do Banco Central em um eventual governo do vice-presidente Michel Temer, segundo diversos jornais, o que acabou mexendo principalmente nos futuros futuros.
O benchmark da bolsa brasileira teve queda de 0,58%, a 52.764 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 9,631 bilhões. Já o dólar comercial recuou 0,61% a R$ 3,4450 na compra e a R$ 3,4456 na venda, enquanto o dólar futuro para junho tem queda de 0,81% a R$ 3,471. No câmbio, o BC fez 3 leilões de 20.000 contratos swap reverso, mas mesmo assim não conseguiu fazer o dólar parar de cair.
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Confira a cobertura ao vivo do impeachment.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 cai 4 pontos-base a 13,59%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 recua 16 pontos-base a 12,24%. Os DIs refletem a chance maior de Goldfajn, considerado mais “dovish” (moderado, no sentido de cortar juros), assumir o BC.
Segundo João Pedro Brugger, economista da Leme Investimentos, o mercado hoje esteve volátil não só pelo cenário interno, mas pelo desempenho também das bolsas internacionais. “O mercado ficou nervoso com o impeachment e até com o STF, fora o desempenho errático das bolsas lá fora”, afirma.
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Votação do impeachment
Nesta quarta às 9h, o plenário do Senado começou a sessão em que votará se admite ou não o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Se houver aprovação, a presidente ficará imediatamente afastada por um período de 180 dias. Até agora já falaram 18 senadores. O placar até agora está de 16 a 2 a favor do impedimento.
Teori nega pedido para barrar impeachment
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Teori Zavascki, negou nesta quarta-feira o pedido de liminar da AGU (Advocacia Geral da União) para que seja suspensa a validade da autorização concedida pela Câmara dos Deputados para abertura de processo de impeachment por crime de responsabilidade contra a presidente Dilma Rousseff.
Na decisão, Teori Zavascki destacou que a alegação do governo de desvio de poder por parte de Cunha implica uma análise subjetiva, o que é inviável no exame de um mandado de segurança, no qual não há produção de provas e são avaliados somente os argumentos apresentados pelo autor da ação. O magistrado destacou ainda que a votação do processo de afastamento na Câmara obteve o aval de 370 deputados no plenário da Casa.
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Odebrecht deve detalhar conversas com Dilma
A Odebrecht pode pesar a mão contra Dilma Rousseff na delação premiada que negocia com o MPF (Ministério Público Federal). Marcelo Odebrecht poderia detalhar inclusive encontros e conversas que teve com a presidente da República. Vale ressaltar que, no final de semana, foi divulgado que, na negociação da delação, o empresário informou que a presidente atuou para soltá-lo da prisão com a nomeação do ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Marcelo Navarro.
Já sobre o ex-presidente Lula, a empresa tem falado pouco, até agora, nas negociações com as autoridades, afirma a colunista. As reformas no sítio frequentado pelo ex-presidente, bancadas em parte pela empreiteira, já estão no pacote. Os procuradores aguardam explicações sobre o esquema de financiamento de projetos no exterior para fechar o acordo de delação premiada e esperam informações sobre a atuação do ex-presidente em negócios de empreiteiras na América Latina e na África.
Ações em destaque
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 12,91, +0,47%; PETR4, R$ 10,25, +0,39%), subiram, junto com o petróleo, que virou para forte alta após os estoques, que tiveram uma queda de 3,41 milhões de barris na semana passada. A commodity, pela manhã, operava entre perdas e ganhos, com a alta dos estoques indicada pela API (American Petroleum Institute) sendo ofuscada pela interrupção da produção da commodity na Nigéria. O barril do WTI (West Texas Intermediate) subiu 3,20% a US$ 46,09, enquanto o barril do Brent avançou 4,17% a US$ 47,42.
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As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano |
---|---|---|---|---|
PCAR4 | P.ACUCAR-CBDPN | 47,00 | -4,95 | +12,31 |
CSNA3 | SID NACIONALON | 9,98 | -4,68 | +149,50 |
BRFS3 | BRF SA ON | 47,23 | -4,20 | -14,38 |
BBAS3 | BRASIL ON | 20,55 | -4,20 | +40,25 |
KROT3 | KROTON ON | 12,00 | -3,77 | +26,43 |
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Dentro do setor mais pesado no Ibovespa, o financeiro, bancos grandes caíram após passarem a maior parte da sessão em alta. Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 32,47, -0,12%), Bradesco (BBDC3, R$ 28,50, -0,25%; BBDC4, R$ 26,80, +0,64%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 20,58, -4,06%) recuaram. Juntas, as quatro ações respondem por pouco mais de 20% da participação na carteira teórica do nosso benchmark.
Já a Vale (VALE3, R$ 15,94, +0,44%; VALE5, R$ 13,09, -0,30%) teve queda apesar do desempenho do minério de ferro. A commodity spot com 62% de pureza e entrega no porto de Qingdao teve alta de 0,56% a US$ 55,57.
As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano |
---|---|---|---|---|
CYRE3 | CYRELA REALTON | 10,80 | +4,85 | +47,83 |
BRML3 | BR MALLS PARON EB | 12,86 | +3,29 | +50,61 |
LAME4 | LOJAS AMERICPN | 14,33 | +3,09 | -11,09 |
BRAP4 | BRADESPAR PN | 7,75 | +2,38 | +55,31 |
CCRO3 | CCR SA ON | 16,56 | +2,22 | +34,69 |
Entre as quedas estiveram as ações do Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 47,00, -4,95%), que divulgou ontem o seu resultado referente ao primeiro trimestre de 2016. O Grupo Pão de Açúcar (GPA) registrou um prejuízo atribuído a sócios da empresa controladora de R$ 59 milhões no primeiro trimestre, revertendo lucro de R$ 192 milhões registrado em igual período de 2015. É o primeiro prejuízo atribuído a sócios desde pelo menos 1997 — até onde vai a base de dados no site da empresa.
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 |
---|---|---|---|---|
PETR4 | PETROBRAS PN | 10,25 | +0,39 | 762,19M |
VALE5 | VALE PNA | 13,08 | -0,38 | 478,09M |
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN ED | 32,40 | -0,34 | 439,61M |
BBAS3 | BRASIL ON | 20,55 | -4,20 | 324,05M |
BBDC4 | BRADESCO PN EJ | 26,85 | +0,83 | 315,37M |
BVMF3 | BMFBOVESPA ON | 17,49 | +0,06 | 263,39M |
ABEV3 | AMBEV S/A ON | 18,86 | -1,20 | 201,86M |
CIEL3 | CIELO ON | 34,61 | +0,35 | 178,29M |
BBSE3 | BBSEGURIDADEON | 28,18 | -1,33 | 170,00M |
ITSA4 | ITAUSA PN EB | 7,75 | -0,64 | 142,33M |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
Vendas no varejo
A Pesquisa Mensal do Comércio, com os dados das vendas do varejo de março mostrou uma retração de 0,9%, contra 0,6% esperados de acordo com a estimativa mediana do mercado e depois de subirem 1,2% em fevereiro. Na comparação anual, o recuo foi de 5,7%, ante estimativas de 4,5% de contração e contra 4,2% de retração no período anterior. As vendas do varejo saíram às 9h.