Ibovespa sobe 0,62% seguindo NY em meio a dados dos EUA e com avanço da Petrobras

As atenções ficaram na agenda dos Estados Unidos, com agenda mais esvaziada por aqui

Equipe InfoMoney

Publicidade

O Ibovespa tentou nesta quinta-feira (15) recuperar parte da queda dos dois últimos pregões. Ontem, inclusive, cedeu para os 127.018,29 pontos, em ajuste ao recuo de terça-feira em Wall Street, quando a B3 ficou fechada por dois dias em razão da folga de carnaval.

A alta do Ibovespa nesta quinta foi módica, de 0,62%, aos 127.804 pontos, dado o comportamento positivo moderado dos índices de ações norte-americanos e do minério de ferro, em Cingapura, enquanto os negócios em Dalian seguem paralisados por conta do feriado ao ano-novo lunar na China. O petróleo também teve alta no exterior, o que impulsionou as ações de Petrobras (PETR4), que subiram mais de 2%. PETR3 subiu 2,84% e PETR4 avançou 3,20%.

“A acomodação das tensões externas favorece alguma melhora dos ativos, que tiveram que se ajustar ontem ao mau humor global da terça”, menciona em nota o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.

Continua depois da publicidade

As atenções ficaram na agenda dos Estados Unidos. Houve a divulgação das vendas varejistas do país, com queda de 0,8% em janeiro ante dezembro, em relação à previsão média de analistas de baixa de 0,1% no período. O número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA teve queda de 8 mil na semana encerrada em 10 de fevereiro, a 212 mil. O resultado ficou abaixo da expectativa média do mercado, de 220 mil solicitações.

Já o índice de atividade industrial Empire State, que mede as condições da manufatura no Estado de Nova York, subiu para -2,4 em fevereiro, ante -43,7 em janeiro, segundo pesquisa divulgada hoje pela distrital de Nova York do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

Após a divulgação dos dados durante a manhã, o Ibovespa intensificou o ritmo de alta, mas logo perdeu força. No geral, a avaliação é de que os resultados são inconclusivos na tentativa de indicar com força em qual mês o Fed iniciará o corte dos juros dos EUA.

Continua depois da publicidade

“Não dá para tirar conclusão, então acaba não mexendo tanto. Além disso, aqui não tem novidades, muitos ainda estão de ressaca por causa do carnaval, fora dos mercados. Assim que saírem outros dados de inflação dos Estados Unidos, pode ser que dê algum norte”, diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, lembrando que após o CPI de janeiro, índice de preços ao consumidor americano, que saiu na terça, amanhã sairá o indicador de preços no atacado e, no fim do mês, o PCE, índice de inflação preferido do Fed.

Conforme Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, o fato de o CPI americano ter vindo mais alto do que o esperado não quer dizer que os demais índices de preços dos EUA também seguirão a mesma dinâmica, o que, de certa forma, alivia. “Isso abre espaço para recuperação. As medidas que estressaram o CPI de janeiro não devem ter impacto no PPI, amanhã. E o próprio PCE expurga tais medidas. Ou seja, o importante é que a trajetória de queda dos juros americanos não muda. Haverá o início da queda dos juros em maio ou junho”, afirma.

Já o dólar à vista fechou a quinta-feira muito próximo da estabilidade ante o real, com leve queda de 0,08%, a R$ 4,9687, numa sessão marcada pela queda quase generalizada da moeda norte-americana no exterior, após dados fracos do varejo e da indústria dos EUA motivarem apostas de que o Federal Reserve pode não levar tanto tempo para cortar os juros.

Continua depois da publicidade

(com Estadão Conteúdo)