Ibovespa avança, em linha com o exterior; dólar volta a subir e vai a R$ 5,42

Companhias de consumo e de tecnologia ignoram alta de juros e são destaques da Bolsa nesta quarta-feira

Vitor Azevedo

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa fechou em alta de 0,43% nesta quarta-feira (6), aos 98.718 pontos. Após abrir no verde, o principal índice da Bolsa brasileira caiu por boa parte do pregão, mas conseguiu fechar positivo, acompanhando a performance de Nova York.

Nos Estados Unidos, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq avançaram, respectivamente, 0,23%, 0,36% e 0,35%. Os benchmarks americanos passaram a subir após a publicação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), às 15h.

“O evento mais importante foi divulgação da ata do Fomc. Ela veio com uma preocupação maior com inflação do que com recessão. O medo que a gente viu nos últimos dias, dos EUA vendo sua economia retrair no curto prazo, não se mostrou no documento. O FED, ao contrário, afirmou que vê a atividade econômica ainda bastante forte”, comenta Luiz Adriano Martinez, portfólio manager da Kilima Asset.

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A preocupação do Fed com inflação, e a visão de que a economia ainda está aquecida, ajudou a puxar os treasuries yields para cima – o título com vencimento em dez anos viu sua taxa subir 12,1 pontos-base, para 2,93%.

“Em termos de price action de bolsa e de juros no intraday, nós vimos pouco impacto, uma vez que era uma notícia esperada. Apenas em relação aos juros que percebemos treasuries de 10 anos obtendo um crescimento ao longo do dia, saindo de 2,75% pela manhã para 2,93% agora a tarde”, pontua William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue.

Os juros avançaram mesmo com as commodities tendo recuado por mais um dia. O preço do barril WTI caiu 0,79%, a US$ 98,71, e o Brent, 2,02%, a US$ 100,69.

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Ibovespa sofre com commodities

“Destaque hoje negativo para setor de petróleo, que acompanha o temor de recessão, com a queda da commodity lá fora. É o que mais segura o índice brasileiro. O petróleo chegou a cair 3% e as empresas petrolíferas vão junto”, contextualiza Luiz Adriano Martinez.

Entre as maiores quedas do Ibovespa, ficaram as ações ON da 3R Petroleum (RRRP3), com menos 5,60%,. As ON e PN da Petrobras (PETR3;PETR4) caíram, respectivamente, 1,51% e 1,28%.

Além disso, as companhias aéreas também foram destaques negativos – as preferenciais da Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL4) caíram 5,67% e 4,81%.

Em parte, essas empresas são prejudicadas pela nova alta do dólar, que limita o poder de compra dos brasileiros – a moeda americana avançou 0,60% frente ao real, a R$ 5,421 na compra e a R$ 5,422 na venda. O DXY subiu 0,50%, aos 107,06 pontos, maior patamar desde julho de 2002.

No Brasil, entre as maiores altas, ficaram os papéis de companhias ligadas ao setor do varejo. As ações ON da Via (VIIA3) e da Americanas (AMER3) subiram, respectivamente, 13,24% e 11,77%.

“São papéis que sofreram bastante nos últimos tempos e que vêm se recuperando, principalmente com a visão de retorno da cadeia de produção, o que pode aumentar a oferta de produtos e reduzir os preços”, contextualiza Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora.

Cogna (COGN3, Locaweb (LWSA3) e Yduqs (YDUQ3) também foram destaque, subindo, na sequência, 9,18%, 7,86%% e 9,44%.

As companhias de varejo e de crescimento avançaram mesmo com uma alta da curva de juros, que foi pressionada pela performance dos treasuries e pelo avanço do dólar.

Os DIs para 2023 viram suas taxas avançarem quatro pontos-base, para 13,77%, e os para 2025 viram as suas ganharem pontos, indo a 12,91%. Na ponta longa, os DIs para 2027 e 2029 tiveram seus rendimentos crescendo dez e nove pontos, a 12,86% e 12,99%, na mesma ordem.

“Nos parece que os setores de consumo, de tecnologia e construtoras tiveram altas por conta de uma mistura composta pelo posicionamento de investidores no setor, esperando um fechamento de curva no futuro, e também por falta de posições shorts se desfazendo, recomprando ativos”, finaliza Bruno Madruga, sócio e Head de Renda Variável da Monte Bravo Investimentos.

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