Ibovespa avança com melhora da confiança nos EUA e otimismo do FMI

Diretora do FMI anima mercados e ofusca temores com aperto monetário na China; Dasa lidera ganhos do índice ao subir mais de 10% após notícias de que a companhia irá fechar capital

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – No positivo desde a abertura, o Ibovespa operava com leve alta de 0,32%, aos 51.310 pontos, às 13h22 (horário de Brasília). O movimento ocorre após uma sessão de realização na sexta-feira – quando caiu 0,87% após dois dias de fortes altas. O índice brasileiro mantém o movimento positivo, seguindo as bolsas no exterior.

A sinalização de otimismo do FMI (Fundo Monetário Internacional) sobre as perspectivas econômicas dos EUA ofusca os temores de aperto monetário na China impulsiona as bolsas nesta sessão, que deve ser marcada por um fraco volume financeiro devido ao feriado de Natal. Nos EUA, Dow Jones, S&P500 e Nasdaq operam com altas de 0,39%, 0,42%, e 0,69%, respectivamente. Favorece para o movimento a confiança do consumidor medida pelo Michigan Sentiment se subiu para 82,5 pontos – seu maior nível em cinco meses – após registrar 75,1 em novembro.

Por aqui, destaque para os números do Relatório Focus do Banco Central, onde especialistas elevaram suas estimativas para a inflação, tanto para 2013 quanto para 2014. Para este ano, a projeção é que o IPCA termine a 5,72%, ante projeção anterior de 5,70%. Ainda nesta sessão será divulgada a balança comercial da última semana.

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Dasa e Gol lideram altas
No noticiário corporativo, destaque para a Dasa (DASA3), que vê suas ações dispararem 10,57%, a R$ 14,75, liderando o Ibovespa com facilidade. O volume movimentado pelos papéis já supera em três vezes a sua média, atingindo R$ 75,2 milhões. Segundo informações do Agência Estado Broadcast, a companhia deve publicar hoje um edital para a realização de uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) pela compra de pelo menos 23,4% do capital da companhia ao valor de R$ 15,00 por ação. A oferta deve ser realizada no final de janeiro, via leilão na Bovespa.

Perdendo forças, mas ainda entre as maiores altas, estão as ações da Gol (GOLL4), com alta de 2,28%, cotadas a R$ 10,30 – após chegarem a subir 4,97% mais cedo. A companhia registrou em novembro uma receita por quilômetro, medida pelo Prask líquido, 22% maior em novembro do que no mesmo mês de 2012. Também aparecem entre os principais ganhos a Usiminas (USIM3, R$ 12,72, +2,09%; USIM5, R$ 14,44, +2,12%), que concluiu na sexta-feira a venda da Automotiva para a Aertha por R$ 210 milhões.

Já a Vale (VALE3, R$ 34,57, +0,35%; VALE5, R$ 31,91, +0,09%), anunciou nesta manhã que desistiu parcialmente do processo envolvendo a tributação dos lucros obtidos por suas subsidiárias fora do Brasil. Segundo comunicado da companhia, a desistência envolve apenas os anos de 2003 a 2012. Por outro lado, a mineradora afirmou que continuará questionando a tributação sobre os períodos de 1996 a 2002 e 2013.

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Na ponta negativa, as atenções ficam com as ações da Oi (OIBR3; OIBR4), que registram uma das maiores quedas do Ibovespa, mesmo após ter anunciado a conclusão de uma venda bilionária de ativos. Os papéis da ordinária caíam 1,02%, sendo cotados a R$ 3,89, enquanto os preferenciais recuavam 3,05%, a R$ 3,82.

Europa e Ásia em alta
O comentário da diretora do FMI mantém as bolsas europeias no positivo nesta segunda. Christine Lagarde afirmou em um programa de televisão que o crescimento nos EUA está acelerando e que isso deve melhorar o clima para os negócios o que leva a mais certezas para 2014. Lagarde ainda ressaltou que o anúncio para a redução dos estímulos nos EUA também ajudam para a melhora do sentimento na Europa.

Além de Lagarde, o ex-presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, disse à CNBC que o crescimento global deve acelerar em 2014, graças às políticas dos bancos centrais e medidas de austeridade na zona do euro este ano. “Estamos claramente crescendo a um nível global, com algumas boas surpresas em algumas economias avançadas”, disse Trichet.

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Já na Ásia, as bolsas fecharam esta segunda-feira com leves altas, puxadas pelas fortes altas atingidas nas bolsas americanas na última sexta-feira. Em Xangai, o índice local subiu 0,4%, mesmo com os custos de empréstimos mais altos na China preocupando os investidores. Na sexta-feira, Banco do Povo chinês informou que injetou US$ 49 bilhões no sistema financeiro do país durante um período de três dias.

Em Tóquio, o mercado não abriu nesta sessão devido ao feriado de Aniversário do Imperador.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.