Ibovespa avança 5.000 pontos em 7 pregões com exterior e política; dólar toca os R$ 3,80

Exterior e cenário político voltam a impulsionar o mercado, que continua em rali apesar dos julgamentos do governo no TSE e no TCU

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa opera em forte alta nesta quarta-feira (7) seguindo exterior, que é puxado pela valorização de commodities como o petróleo, e com o radar político ainda no fazendo preço, já que a votação dos vetos da presidente Dilma a pautas bomba no Congresso será realizada hoje às 11h30 (horário de Brasília) depois de ser adiada ontem. Ainda neste cenário, o governo lutará no STF (Supremo Tribunal Federal) para adiar a decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre as “pedaladas fiscais”, prevista para as 17h. Já entre os indicadores, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de setembro avançou 0,54%, um pouco acima dos 0,52% esperados pelo mercado.

Às 10h55, o benchmark da Bolsa brasileira subia 2,72%, a 49.031 pontos. Se for confirmada esta alta no fechamento de hoje, o índice terá subido por nada menos do que sete pregões consecutivos. Já o dólar comercial recua cerca de 1% a R$ 3,8033 na venda. 

Hoje o julgamento das contas de Dilma no TCU pode ser suspenso se o governo obtiver a liminar pedida ao STF ontem. Segundo o site do STF, o Planalto quer suspender a análise até que se julgue a questão da suspeição do relator do processo, Augusto Nardes, que segundo o governo, incorreu em irregularidade ao antecipar seu voto na questão. De acordo com a Folha de S. Paulo, a União dá como certa a derrota no TCU e, por isso, adota uma estratégia de ganhar tempo.

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Adiar o julgamento no TCU seria uma estratégia interessante até porque a tensão contra o governo aumentou ontem com a decisão pelo prosseguimento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) da ação do PSDB que pede a cassação da chapa Dilma-Temer por irregularidades na campanha eleitoral de 2014. O relator do processo pode ser o ministro Gilmar Mendes, que é um grande crítico da presidente Dilma e do PT. 

Por fim, continuam no radar os rumores de uma possível saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Segundo a Folha, a saída do ministro é esperada por petistas para entre o fim deste ano e o início de 2016. O tema tem sido recorrente nos jornais desde a reforma ministerial anunciada por Dilma na semana passada. O próprio ministro fala hoje pela manhã em Brasília em evento do Tesouro. Apesar dos rumores, o governo acredita que o dólar vá a R$ 4,50 caso Levy deixe a Fazenda agora.3

Destaques da Bolsa
Entre as ações, a Petrobras (PETR3, R$ 10,63, +7,48%; PETR4, R$ 8,77, +7,08%) subiam em mais um dia de alta do petróleo. Os preços futuros do petróleo bruto ultrapassaram as faixas de negociação do mês passado em parte devido às notícias de que a Rússia, produtora não integrante da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), e a Arábia Saudita, país-chave da Opep, discutiram o mercado de petróleo na semana passada. Os dois países planejam continuar trocando visões sobre o mercado, disse a repórteres o ministro da Energia russo, Alexander Novak. O contrato futuro para novembro do brent tem alta de 2,1%, a US$ 53,01, enquanto o WTI (West Texas Intermediate) sobe 1,77%, a US$ 49,39.

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As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 VALE3 VALE ON 20,10 +9,78
 CSNA3 SID NACIONAL ON 4,85 +9,23
 GOAU4 GERDAU MET PN 3,47 +8,10
 BRAP4 BRADESPAR PN 9,66 +7,93
 VALE5 VALE PNA 16,09 +7,84

Além das ações da Petrobras, quem também dispara é a Vale (VALE3, R$ 20,10, +9,78%; VALE5, R$ 16,09, +7,84%), que tem subido forte nos últimos tempos enquanto as bolsas chinesas ficam fechadas por conta de feriado que acaba hoje. 

As ações de empresas exportadoras seguem em queda forte na Bolsa com o recuo do dólar, que opera próximo a R$ 3,80 nesta sessão. Nas maiores quedas, a empresa do setor de papel e celulose Suzano (SUZB5, R$ 17,06, -5,64%) e os frigoríficos como JBS (JBSS3, R$ 15,37, -5,12%).   

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 SUZB5 SUZANO PAPEL PNA 17,06 -5,64
 JBSS3 JBS ON 15,37 -5,12
 BRFS3 BRF SA ON 66,86 -2,96
 FIBR3 FIBRIA ON 51,07 -2,78
 QUAL3 QUALICORP ON 16,30 -2,40
* – Lote de mil ações 
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Cenário externo
O dia é de alta para as bolsas europeias, que têm alta de cerca de 1%, assim como o pré-market da bolsa dos EUA, que sobe 0,6%. No noticiário corporativo, destaque para as ações da Volkswagen, que sobem cerca de 8%, após o novo CEO Matthias Mueller dizer em entrevista a um jornal alemão que a empresa fará recall dos carros afetados pela crise da emissão de poluentes.

Já as bolsas asiáticas fecharam em alta nesta quarta-feira conforme a alta dos preços do petróleo impulsionou as ações ligadas a recursos naturais e com a confiança também ajudada pela expectativa melhor do que o esperado da previsão de lucro da sul-coreana Samsung Eletronics. Vale ressaltar que Xangai não abriu por conta de feriado, enquanto Nikkei subiu 0,75% e Hong Kong teve alta de 3,13%.

A Samsung Eletronics liderou os ganhos com alta de 8,7%. A gigante dos smartphones disse que deve registrar o primeiro lucro trimestral em dois anos devido às fortes vendas de chips e displays, apesar de analistas atribuírem muito do resultado surpreendente ao won, moeda sul-coreana, mais fraco.

Um salto dos preços do petróleo ajudou a compensar algumas preocupações de que a desaceleração da China possa levar a uma sobrecapacidade em muitas indústrias, especialmente do setor de recursos naturais.

Os preços futuros do petróleo bruto ultrapassaram as faixas de negociação do mês passado em parte devido às notícias de que a Rússia, produtora não integrante da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), e a Arábia Saudita, país-chave da Opep, discutiram o mercado de petróleo na semana passada. Os dois países planejam continuar trocando visões sobre o mercado, disse a repórteres o ministro da Energia russo, Alexander Novak. O contrato futuro para novembro do brent tem alta de 1,81%, a US$ 52,86, enquanto o WTI sobe 2,10%, a US$ 49,55.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.