Ibovespa avança 0,98%, aos 113.406 pontos, seguindo exterior; dólar cai quase 1%, a R$ 5,09

Investidores acreditam que dado de inflação mais fraco nos EUA. a ser divulgado na próxima terça, pode diminuir a pressão sobre o Fed

Vitor Azevedo

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa fechou em alta de 0,98% nesta segunda-feira (12), aos 113.406 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira acompanhou, em parte, o que foi visto no exterior, mas também foi impulsionado por fatores internos.

Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 0,72%, 1,07% e 1,27%.

“O mercado segue de olho no principal dado de inflação dos Estados Unidos, o CPI, que sai amanhã. A expectativa é que a inflação tenha arrefecido, mas se esse dado não vier conforme o esperado, os ânimos podem reverter esse apetite a risco que vemos no mercado”, pontua Álvaro Feris, especialista da Rico Investimentos.

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A expectativa de investidores é que a inflação de agosto americana recue 0,1% na base mensal.

Luiz Souza, especialista em renda variável da SVN Investimentos, destaca que o mercado está otimista com a publicação – acreditando que ela pode trazer uma queda maior do que a já esperada dias antes.

“Esse será o último dado de inflação antes da tomada de decisão do Federal Reserve quanto à política monetária dos Estados Unidos. Investidores estão otimistas que esse dado trará uma desaceleração da alta dos preços na economia americana, o que pode levar o Fed a não subir a fed funds em 0,75 ponto percentual, mas apenas 0,5 ponto”, diz Souza.

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Os treasuries com vencimento em dois anos ficaram estáveis em 3,565%, mas os treasuries para dez viram suas taxas subirem 3,3 pontos-base, para 3,354%.

No Brasil, a curva de juros teve postura parecida – os DIs para 2022 ganharam dois pontos-base, para 13,74%, e os para 2024, sete pontos, para 12,98%. Nas ponta longa, no entanto, o movimento foi de estabilidade, com os DIs para 2029 ficando estáveis, em 11,40%, e os para 2031 perdendo um ponto, para 11,48%.

Além do movimento da curva americana, os contratos brasileiros repercutiram também a publicação do boletim Focus, que mais uma vez trouxe um recuo da expectativa da inflação para 2022 e aumento das projeções para o Produto Interno Bruto (PIB).

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“Mercados mundo afora trabalhando em alta, em um dia positivo para ativos de risco. O dia também foi positivo para as commodities de forma geral, tanto metálicas quanto agrícolas, e também para o petróleo”, pontua Leandro Petrokas, diretor de Research e sócio da Quantzed.

A menor aversão ao risco derrubou o dólar, com o DXY caindo 0,60%, aos 108,34 pontos. Frente ao real, a moeda americana perdeu 0,97%, com peso também da queda das commodities, a R$ 5,096 na compra e a R$ 5,097 na venda.

“A gente tem um cenário positivo, com o dólar caindo e o real se fortalecendo frente à moeda americana. Balança comercial da segunda semana de setembro fechou com superávit. No ano, o acumulado é de R$ 46,2 bilhões”, acrescenta Petrokas.

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Larissa Quaresma, analista da Empiricus, destaca que a menor aversão ao risco também elevou os preços das commodities, que fecharam majoritariamente em alta.

O barril de petróleo Brent foi a US$ 94,14, com alta de 1,40%. Commodities agrícolas e metálicas também subiram – com exceção do minério, sem referência no dia de feriado na China, maior consumidor do produto.

“Contribuiu para alta do petróleo hoje o fato de alguns países da Europa terem divulgado um comunicado afirmando que não acreditam que o Irã está fazendo a parte dele para chegar a um acordo nuclear”, explica a especialista da casa de research.

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Entre as maiores altas do dia, apesar da curva de juros ter tido tendência mista, ficaram companhias ligadas ao mercado interno. As ações ordinárias da Magazine Luiza (MGLU3), da Via (VIIA3) e da Positivo (POSI3) avançaram, respectivamente, 9,36%, 4,91% e 4,70%.

Do outro lado, as principais quedas foram das ordinárias do Assaí (ASAI3), com menos 2,07%, e da Sabesp (SBSP3), com menos 1,62%. A PRIO3 (PRIO3), apesar da alta do petróleo, recuou 1,67%. Na semana passada, houve a notícia de que a Petrobras (PETR3;PETR4) desistiu da venda de Albacora.

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