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Ibovespa avança 0,40%, com destaque para varejo e companhias de crescimento; Dólar fecha estável

Investidores aguardam por decisão do Copom, que pode sinalizar fim do ciclo de alta de juros; ações de Vale e siderúrgicas limitaram ganhos

Vitor Azevedo

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa fechou em leve alta de 0,40% nesta quarta-feira (3), aos 103.774 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira fechou no positivo , mas sua performance foi pior do que a dos seus pares americanos, em meio à queda de ações de commodities.

Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq registraram altas de, respectivamente, 1,29%, 1,56% e 2,59%, revertendo as quedas do início da semana.

“No exterior, os índices avançaram, mas recuperando as perdas. Nós, ontem, descolamos de Nova York e fechamos no verde. É normal que a alta de hoje tenha sido mais fraca”, comenta Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management.

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Lá fora, especialistas destacam também que houve publicações de dados macroeconômicos vistas como positivas – nos EUA, o PMI do setor de serviços teve leitura de 47,3 em julho, acima do consenso de 47, e as encomendas à indústria cresceram 2% em junho, ante projeção de alta de 1,1%.

Ao mesmo tempo em que a economia traz sinais de resiliência, falas de diretores do Federal Reserve foram vistas como animadoras por investidores e especialistas. “Os membros do Federal Reserve, ontem e hoje, trouxeram um tom mais duro e fizeram com que o mercado entendesse que a instituição está vigilante em relação à inflação”, explica Leandro Petrokas, diretor de Research da Quantzed. “Isso é bom, pois um avanço forte dos preços é ruim para atividade econômica de qualquer país”.

Os diretores da instituição monetária americana vêm se comprometendo com o controle da inflação, o que tira parte da pressão das curvas no longo prazo. A interpretação é que o Fed pode vir a ser mais incisivo nas próximas reuniões para não postergar o problema da inflação e evitando manter as taxas altas por um período mais longo – os treasuries para dez anos tiveram seus yields recuando 2,9 pontos-base, para 2,712%.

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No Brasil, a curva de juros também caiu, em dia marcado pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). Os DIs para 2023 tiveram suas taxas caindo dois pontos-base, a 13,77%, e os para 2025, 15 pontos, a 12,51%. No meio da curva, os contratos para 2027 e 2029 tiveram seus rendimentos retrocedendo 15 e 11 pontos, para 12,48% e 12,66%, respectivamente. O DI para 2031 teve seu yield caindo nove pontos, para 12,74%.

“Estão sendo retirados prêmios dos vértices médios e longos da curva de juros. O mercado se comporta tentando antever a provável decisão do Copom de hoje, com acréscimo de 50 pontos-base à Selic e com sinalização de um ajuste adicional na próxima reunião, mas sem o ciclo se estendendo muito”, explica Luciano Costa, economista-chefe e sócio da Monte Bravo Investimentos.

Esse forte recuo da curva de juros, para os especialistas, em parte explica o fato de as principais altas do Ibovespa terem sido de empresas de varejo e de crescimento – as ações ordinárias da Locaweb (LWSA3) subiram, 11,90%, as da Via (VIIA3), 11,49%, as e as da Natura (NTCO3), 11,17%. Os papéis da Cielo (CIEL3) também foram destaque, com alta de 9,73%, impulsionados também pela divulgação do resultado da empresa.

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Do outro, entre as quedas, ficaram companhias de commodities. As preferenciais da Gerdau (GGBR4) recuaram 4,06%. As ordinárias da Vale (VALE3), 3,89%.

A queda desses papéis acompanha a das commodities. O minério de ferro recuou quase 3% no porto chinês de Dalian, a US$ 114,16. O preço do barril de petróleo Brent, por sua vez, caiu 3,51%, a US$ 97,00.

“A bolsa teve empresas de commodities caindo, com Gerdau e Vale sendo destaque entre as quedas. Apesar de a Gerdau ter trazido um bom resultado, ele não teve surpresas. A alta dos preços dos últimos meses já trouxe resultados expressivos e agora o mercado aproveita para realizar”, explica Phil Soares, chefe de análise da Órama.

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A combinação de queda das commodities com a menor aversão ao risco lá fora trouxe uma atuação de fatores em pontas opostas o que resultou em um dia de instabilidade ao câmbio. O dólar comercial acabou fechando estável, a R$ 5,278 na compra e na venda.

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