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Ibovespa avança 0,11% após sessão volátil e descola do exterior; dólar cai 0,33%

Diminuição de restrições da política de Covid Zero, bem como anúncio de estímulos, na China puxam ações de companhias exportadoras

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em alta de 0,11% nesta quinta-feira (22), aos 107.551 pontos, após uma sessão marcada por volatilidade. O principal índice da Bolsa brasileira conseguiu fechar no positivo, em grande parte, por conta das ações de bancos e das companhias de diversos segmentos de commodities e conseguiu ignorar o movimento visto nos Estados Unidos.

As ações ordinárias da Marfrig (MRFG3) ganharam 6,74% e ficaram entre as maiores altas do índice, seguidas por JBS (JBSS3), 3,21%. As preferenciais e ordinárias da Petrobras ([ativo=PETR3;[ativo=PETR4]) subiram, respectivamente, 1,13% e 1,78%. As ordinárias da CSN Mineração (CMIN3), por fim, ganharam 1,52%.

As ações das exportadoras repercutiram, principalmente, notícias provindas da China, que vem diminuindo as restrições impostas pela política de Covid Zero, ainda que o aumento das infecções gere cautela no mercado. Além disso, hoje a mídia estatal do gigante asiático anunciou que o governo “implementará medidas políticas para apoiar a economia e buscar uma melhora no crescimento no início de 2023”.

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No cenário local, segundo especialistas, o dia foi morno, apesar dos novos anúncios de ministros feitos pelo governo eleito, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“As formalizações da equipe de governo, bem como o Orçamento e a votação do texto pelo Congresso, com a aprovação da PEC de Transição, não fazem mais tanto preço. Mercado já precificou e sofreu por isso anteriormente nessa semana. Ficamos em um dia sem grandes novidades internamente”, explica Enrico Cozzolino, head de análise da Levante Investimentos.

Nicolas Merola, chefe de análise da Inv, vai no mesmo caminho.

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“O que posso pontuar, além do exterior, é única e exclusivamente o cenário político. Não tivemos muita novidades, apesar da divulgação dos ministros. Tudo já era esperado e precificado no Ibovespa”, expõe. “De certa forma, não agradou o mercado. Nenhum nome tende a se sobressair e são recebidos, majoritariamente, de forma negativa por ser bem políticos e pouco técnicos”.

Lula confirmou hoje seu vice Geraldo Alckmin na pasta de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, além de nomes como Camilo Santana, Alexandre Padilha e Wellington Dias a outras pastas.

Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram, respectivamente, 1,04%, 1,44% e 2,18%.

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Por lá, investidores repercutiram negativamente a divulgação do produto interno bruto (PIB) do terceiro trimestre, que veio com uma leitura de 3,2%, acima dos 2,9% previstos no consenso.

“A leitura de um PIB mais forte, acima do esperado, fez com que investidores voltassem ao entendimento de que o Federal Reserve será forçado a implementar uma política monetária mais restritiva”, expõe Matheus Spiess, analista da Empiricus.

A curva de juros, com isso, avançou – os treasuries para dois anos ganharam 6,1 pontos-base, a 4,276%, enquanto os para dez anos ganharam 2,8 pontos, a 3,686%.

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O dólar ganhou força frente outras divisas de países desenvolvidos, com o DXY indo 104,38 pontos, com alta de 0,20%.

Frente a moedas emergentes, contudo, o dólar perdeu força, em grande parte por conta da alta das commodities. Ante o real, a queda foi de 0,33%, com a moeda americana negociada a R$ 5,185 na compra e a R$ 5,186 na venda.

A curva de juros brasileira também foi no sentido contrário da americana. Os DIs para 2024 perderam 12 pontos-base, a 13,63%, e os para 2025, 25 pontos, a 13%. Os contratos para 2027 ficaram em 12,91%, recuando 19 pontos, e os para 2029, em 12,92%, com menos 16 pontos. Os DIs para 2031 perderam 16 pontos também, a 12,9%.