Ibovespa aprofunda perdas durante a sessão e fecha em baixa de 1,04%

Front corporativo fica em foco no dia; por aqui, espera pelo preço do barril da cessão onerosa da Petrobras ainda gera ansiedade

Beatriz Nantes

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A semana começou com foco no cenário corporativo – desta vez não nos resultados trimestrais, mas em novidades a respeito de fusões e aquisições. Por aqui, além dos tradicionais  indicadores semanais, os investidores seguem apreensivos com relação à definição do preço do barril de petróleo que será utilizado na cessão onerosa para a Petrobras, que deve ser divulgado esta semana. Assim, o Ibovespa fechou a segunda-feira (23) em queda de 1,04%, a 65.981 pontos. O volume financeiro totalizou R$ 4,11 bilhões.

Bolsa
Por aqui, a Vale ganha o destaque na cena corporativa. Tanto a mineradora quanto o grupo chinês Sinochem teriam entrado em contato com a Potash enquanto a companhia de fertilizantes tenta resistir à oferta hostil realizada pela BHP Billiton. No final da tarde, a empresa enviou um comunicado dizendo que os rumores são “totalmente infundados”. As ações estiveram entre as maiores quedas do índice. 

Especulações à parte, a blue chip também ganha o foco com sua atuação além do Atlântico. A companhia assinou com o governo da Libéria um acordo para o desenvolvimento e a operação de infraestrutura portuária e ferroviária no país, de acordo com comunicado publicado pela empresa no último sábado.

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Passando para a Petrobras, seguem as indefinições e expectativas a respeito da capitalização. Reforçando que a intenção do governo é realizá-la até o final de setembro, o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou que os estudos para a precificação do barril da cessão onerosa devem ser concluídos ainda esta semana. O ministro não quis comentar se o valor está mais próximo de US$ 5 ou US$ 10. Para ele, “qualquer comentário antes da conclusão dos estudos só irá gerar especulação”.

Diante dos rumores de uma possível alienação na Inalca, a JBS emitiu um esclarecimento afirmando esperar “que sejam cumpridos os termos e condições do contrato assinado entre JBS e Grupo Cremonini”. De acordo com notícia publicada pelo jornal italiano La Repubblica na última semana, o frigorífico estaria disposto a ceder sua fatia de 50% na Inalca JBS à Cremonini, grupo italiano sócio da JBS na join venture. Após ser destaque de queda do índice na semana passada, os ativos da JBS estenderam as perdas, liderando os recuos do Ibovespa no pregão. 

As ações do setor de consumo, como a Souza Cruz – que tem a segunda maior valorização do ano no Ibovespa, com alta de 45,13%, atrás apenas de Lojas Renner – se descolaram do pessimismo e estiveram entre as maiores variações positivas do índice. 

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Passando para o setor de telecomunicações, os dados da Anatel referentes à telefonia móvel auferidos no mês de julho pressionaram as quedas observadas nos papéis das companhias do setor, à medida que dão conta de um recuo de 18% na adição de novos assinantes, face a julho de 2009. 

Referências externas
No front externo, destaque para o cenário de fusões e aquisições. Além da Potash, a HP ofereceu US$ 24 por ação da 3PAR, avaliando a empresa em US$ 1,6 bilhão – prêmio de 33% sobre o preço oferecido por sua rival Dell pelos mesmos ativos.  

Outra operação que chama a atenção é a possível compra do Old Mutual’s Nedbank pelo HSBC. O Old Mutual informou nesta manhã que pode vender uma fatia de 70% na instituição para o HSBC. 

Pelos indicadores, a atividade manufatureira na Zona do Euro indicou que o ritmo de expansão caiu no mês de agosto, com o indicador marcando 56,1 pontos contra os 56,7 de julho, de acordo com o instituto Markit Economics. 

Sem indicadores na agenda econômica dos EUA, destaque para o discurso do presidente da unidade do Fed de Kansas City, Thomas Hoenig. Para ele, os grandes bancos, com status de “grandes demais para quebrar”, atrapalham a viabilidade dos bancos comunitários, uma vez que aqueles tem seu custo de capital reduzido.

Agenda doméstica
A balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 864 milhões na terceira semana de agosto, resultado acima do visto na segunda semana deste mês. No período, foram registradas exportações da ordem de US$ 4,650 bilhões e importações de US$ 3,786 bilhões.

O relatório Focus mostrou que as instituições financeiras reduziram as projeções para a inflação e para a taxa básica de juro, mas elevaram a expectativa para o PIB neste ano. Agora, a mediana das estimativas das instituições consultadas pelo Banco Central dá conta de avanço de 7,10% do PIB em 2010 e não mais 7,09%, tal qual sugerido anteriormente.

Além disso, a FGV (Fundação Getulio Vargas) divulgou o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal). O indicador listou deflação de 0,17% na terceira semana de agosto, superior à deflação de 0,19% apurada na medição anterior.

De acordo com a Nota do Mercado Externo, o resultado global do balanço de pagamentos brasileiro em julho deste ano foi superavitário em US$ 1,845 bilhão, enquanto no mesmo período de 2009, esta conta registrara um saldo positivo de US$ 4,672 bilhões. Por sua vez, a conta de transações correntes marcou um saldo negativo de US$ 4,499 bilhões no sétimo mês do ano, enquanto a conta capital e financeira apresentou um superávit de US$ 6,648 bilhões no mesmo período.

Dólar
O dólar comercial conheceu sua terceira alta consecutiva. Cotada na venda a R$ 1,767, a moeda terminou a sessão com variação positiva de 0,4%.

O Banco Central realizou mais um leilão de compra de dólares. A operação ocorreu entre as 15h51 e as 16h01 (horário de Brasília) e contou com uma taxa de corte aceita em R$ 1,765.

Renda Fixa
O mercado de juros futuros encerrou sem tendência predominante. Enquanto os contratos de curto e médio prazo observaram a elevação da previsão para o IPCA de 2011, de acordo com o relatório Focus, os contratos de longo prazo continuaram a encerrar em queda. O contrato que apresentou  maior liquidez, com vencimento em janeiro de 2012, registrou taxa de 11,18%, 0,02 ponto percentual acima do fechamento de sexta-feira.

O mercado de títulos da dívida externa, por sua vez, fechou em queda. O título brasileiro mais líquido, o Global 40, fechou com desvalorização de 0,14%, cotado a 138,55% do valor de face. O Risco País registrou alta de 3 pontos-base em relação ao fechamento anterior, atingindo 200 pontos-base. 

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