Ibovespa apaga queda no fim do pregão com Wall Street e fecha semana estável; dólar sobe 3,3% em 5 dias

Mercado termina a semana em um tom de cautela apesar de reversão de derrota do governo no Congresso

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou praticamente estável nesta sexta-feira (21), apagando perdas no fim do pregão graças ao desempenho positivo das bolsas nos Estados Unidos. Os índices S&P 500 e Nasdaq renovaram máximas históricas, enquanto o Dow Jones também subiu.

No radar, os investidores em Wall Street se animaram com a pesquisa IHS Markit composto, que atingiu seu maior nível desde o começo de 2019 em agosto, chegando a 54,7 pontos, após leitura em 50,3 pontos em julho.

Por aqui, o mercado mostrou desânimo depois da alta no dia anterior, provocada pela votação da Câmara dos Deputados que reverteu a decisão do Senado e retomou a validade do veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste dos salários de servidores.

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A decisão de manter o veto ocorreu depois do fechamento do mercado, mas já era esperada pelos investidores em meio aos sinais de articulação de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados.

Hoje, o Ibovespa teve leve alta de 0,05%, aos 101.521 pontos com volume financeiro negociado de R$ 24,07 bilhões. Na semana, o benchmark avançou 0,17%.

Além do exterior, a melhora no final do pregão ocorreu em meio à fala de Paulo Guedes, ministro da Economia, sobre a possibilidade de recuperação da economia em forma de “V” após os dados do Caged apontando para a criação de mais de 131 mil vagas de trabalho em julho. Contudo, a alta foi limitada pela continuidade do receio fiscal no rol das preocupações dos investidores.

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Enquanto isso, o dólar comercial subiu 0,95% a R$ 5,6055 na compra e a R$ 5,6068 na venda. Na semana, a moeda dos EUA registrou valorização de 3,31% sobre o real. Já o dólar futuro para setembro tinha alta de 0,98%, a R$ 5,612 no after-market.

O câmbio se depreciou apesar do Banco Central ter realizado mais um leilão de dólares à vista hoje. Ontem, foram feitos dois leilões spot, somando mais de US$ 1 bilhão.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 fechou estável a 2,79%, o DI para janeiro de 2023 recuou três pontos, a 3,94% e o DI para janeiro de 2025 teve queda de cinco pontos-base a 5,75%.

Pela manhã, foi divulgado o PMI (índice do gerente de compras) Composto da União Europeia, que ficou em 51,6 pontos em agosto, abaixo dos 54,9 pontos registrados no mês anterior, indicando que a economia da região perde força.

Nos Estados Unidos, o democrata Joe Biden aceitou oficialmente sua nomeação para candidato dos Estados Unidos. Em seu discurso, na noite de quinta-feira, ele prometeu devolver a esperança ao país após a “escuridão” da administração de Donald Trump, que tenta a reeleição.

A campanha acontece em meio às tentativas dos EUA se recuperarem da crise causada pela pandemia do coronavírus. Os dados dos pedidos de seguro-desemprego, anunciados ontem, mostraram uma alta inesperada, indicando que o processo de recuperação pode ser mais longo que o esperado.

Veto mantido

A articulação feita pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi suficiente para manter o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aos reajustes salariais e novas contratações no funcionalismo público.

O resultado reverte a derrota que o governo federal sofreu no Senado Federal. Na quarta-feira, a Casa rejeitou o veto e aumentou a preocupação em relação ao testo de gastos uma vez que tinha o potencial de elevação das despesas de cerca de R$ 120 bilhões.

O presidente da Câmara atribuiu a vitória pela manutenção do veto do reajuste dos servidores públicos até 2021 a um trabalho construído pelo parlamento e seus líderes. “Foi a Câmara que construiu a solução. Não tirando a importância do governo, mas foram os líderes que construíram a solução”, disse o deputado. “A Câmara tem tido responsabilidade e trabalhado na pauta de modernização do Estado brasileiro”, afirmou.

Já o Ministério da Economia divulgou nota em que parabeniza deputados que votaram pela manutenção do veto. “A possível derrubada traria graves consequências para as contas públicas, em especial de Estados e municípios”, afirma o texto.

Financiamento imobiliário

A Caixa Econômica Federal elevou de 20% para 22% o nível de comprometimento de renda dos mutuários que financiarem imóveis em linhas atreladas ao IPCA. A instituição já avalia a elevação para 25%, segundo informou o presidente do banco, Pedro Guimarães, durante evento virtual promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

A linha corrigida pelo IPCA foi lançada há um ano, mas com um teto menor do que as das linhas prefixadas, que permitem comprometer até 30% da renda.

Segundo Guimarães, em 2020 a Caixa já liberou R$ 20 bilhões de reais em crédito imobiliário com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), volume acima do registrado em todo o ano passado.

Radar corporativo

A empresa de educação Cogna registrou um prejuízo líquido ajustado de R$ 140 milhões no segundo trimestre, ante lucro de R$ 267 milhões em igual período de 2019.

O resultado da empresa foi afetado pela queda da receita, evasão escolar e aumento da inadimplência.

No comparativo anual, a receita líquida recuou 21%, para R$ 1,37 bilhão. Já o Ebitda foi negativo em R$ 139,5 milhões, ante positivo de R$ 267 milhões entre abril e junho do ano passado.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
IRBR3 12.3119 8.21
HGTX3 9.98744 17.51
QUAL3 7.8125 29.67
ELET3 7.07102 34.07
GNDI3 5.34572 69.17

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
GGBR4 -2.91071 19.68
CSNA3 -2.63336 14.42
GOAU4 -2.58621 9.04
RENT3 -2.5831 48.65
CRFB3 -2.36657 19.39

Já o Banco Pan divulgou fato relevante para confirmar que vai fazer uma oferta pública de ações, com esforços restritos, de 89,60 milhões de ações preferenciais. Com base no valor de fechamento da ação do dia 20, a operação tem potencial de levantar R$ 783,1 milhões.

Esses recursos não vão para o caixa do banco e sim para o acionista vendedor, a Caixa.

BTG Pactual, Caixa, Credit Suisse e Itaú BBA estão entre os coordenadores da operação.

Já a Afya anunciou a compra da Faculdade Ciências Médicas de Paraíba, em uma transação que adiciona 157 vagas de medicina a seu porftólio. Por isso, a empresa vai pagar R$ 380 milhões.

Desse total, metade será pago no fechamento da transação e o restante em quatro parcelas anuais ajustadas pelo CDI.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.