Ibovespa ameniza perdas e tenta recuperar os 50 mil pontos; Petrobras e Vale afundam

Duas das principais blue chips aparecem entre as maiores perdas do índice nesta terça-feira; aperto de crédito na China desanima mercados globais

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Após cair 1,2% nos minutos iniciais do pregão, o Ibovespa ameniza as perdas nesta terça-feira (9), puxado pela alta dos bancos privados. A notícia de que a China propôs medida de aperto de crédito no país trouxe um mau humor generalizado nos mercados, levando o petróleo a renovar os menores patamares em cinco anos. Sem referências positivas no cenário doméstico, investidores preferem operar com cautela.

Às 11h13 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa brasileira caía 0,37%, a 50.088 pontos. Já o dólar se recuperou das quedas do começo do dia e passa a operar perto da estabilidade, na faixa de R$ 2,61 – vale lembrar que a moeda renovou a máxima em mais de 9 anos na última segunda-feira.

As bolsas internacionais têm dia de queda quase generalizada nesta terça depois que a China divulgou medidas de aperto no crédito de curto prazo. O índice Xangai liderou as perdas e fechou em queda de 5,44%, a maior desde 2009, logo depois de ter fechado no maior patamar desde 2011 na segunda-feira. O governo chinês declarou que títulos com rating inferior a “AAA” não poderão mais ser usados como colaterais para empréstimos.

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Petrobras e Vale no vermelho
A notícia da economia chinesa afeta diretamente a Vale (VALE3; R$ 20,63, -2,60%; VALE5; R$ 17,62, -2,44%), que tem no gigante asiático o principal destino de suas exportações e acaba refletindo a queda nos preços do minério de ferro – já que a China é a principal consumidora da commodity. Com a nova queda, a mineradora renova seus menores patamares desde 2009. 


Outra importante ação do Ibovespa a cair forte é a Petrobras (PETR3; R$ 10,33, -3,64%; PETR4; R$ 11,06, -3,83%), que caiu mais de 6% na véspera e chegou a cair 5% na abertura desta terça. Ontem, investidores estrangeiros protocolaram uma ação civil pública contra a estatal nos EUA por alegar que a empresa violou a “Securities Exchange Act”, legislação que regula as empresas de capital aberto no país.

Ainda sobre a estatal, o Conselho de Administração confirmou que vai analisar o resultado financeiro do terceiro trimestre na próxima sexta-feira. O balanço não será auditado pela Pricewaterhouse Coopers, que está impedindo a publicação oficial dos resultados contábeis entre julho e setembro e pode trazer mais dores legais de cabeça para ela.

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Juntas, Petrobras e Vale respondem por cerca de 15% da composição da carteira do Ibovespa, ajudando a puxar o índice para baixo.

Bancos amenizam perdas
Quem ajudava a moderar a queda do Ibovespa eram as ações dos bancos privados – Bradesco (BBDC3; R$ 35,05, +0,86%; BBDC4, R$ 36,34, +2,14%) e Itaú (ITUB4; R$ 35,98, +0,93%). Juntos, os papéis das duas instituições respondem por 20% da composição do Ibovespa.

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 RSID3 ROSSI RESID ON 2,63 -4,71 -74,22 1,86M
 PETR4 PETROBRAS PN 11,05 -3,91 -31,15 163,26M
 PETR3 PETROBRAS ON 10,32 -3,73 -33,15 27,55M
 BRAP4 BRADESPAR PN 12,86 -3,24 -43,64 3,03M
 PDGR3 PDG REALT ON 0,94 -3,09 -48,07 2,97M

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 RLOG3 COSAN LOG ON 2,84 +5,19 n/d 259,95K
 ALLL3 ALL AMER LAT ON 5,27 +3,94 -19,62 3,61M
 MRFG3 MARFRIG ON 5,50 +2,61 +37,50 2,96M
 ELPL4 ELETROPAULO PN N2 8,92 +2,29 -0,28 1,47M
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 36,35 +2,16 +27,78 54,50M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Tombini, LDO e Lava Jato
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, fala no Congresso nesta terça. Ele disse que o programa de Swaps tem atingido “plenamente” os seus objetivos e que a inflação acumulada em 12 meses deve permanecer elevada no ano que vem. 

As denúncias na petroleira ainda geraram outro mal-estar para a gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) durante a saída de Jorge Hage da Corregedoria-Geral da República. O ministro criticou duramente a falta de fiscalização nas empresas estatais: “Essas empresas situam-se praticamente fora do alcance do sistema, a não ser pela via das auditorias anuais de contas, procedimento basicamente formal e burocrático, de baixíssima efetividade para fins de controle. Fora daí, tem-se apenas, da parte dos órgãos centrais, a possibilidade de auditorias por amostragem ou em decorrência de denúncias, o que é absolutamente insuficiente, na medida em que se alcançam somente alguns contratos, num universo onde eles se contam pelos milhares”, disparou o ministro.

Hoje é votada a última emenda ao projeto que altera a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e permite que o governo não cumpra a meta de superávit primário de 1,9% definida no começo do ano. A matéria, que será votada hoje, tenta criar restrições e propõe um limite para as despesas que o governo escolhe fazer ou não, conhecidas como despesas correntes discricionárias. A votação rápida dos últimos pormenores é necessária para que o governo não fique de mãos atadas para realizar seus projetos.