BofA vê espaço para rali de ações no Brasil continuar e faz mudanças em portfólio de ativos

Em seu portfólio, os estrategistas adicionaram ações da Hapvida e excluíram os ativos de BB Seguridade, Localiza e Fleury

Lara Rizério

(Shutterstock)

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As últimas sessões têm sido de fortes ganhos para o Ibovespa. Após a alta de 3,74% em maio, o Ibovespa já acumula ganhos de 5,6% em junho, superando os 114 mil pontos nesta terça-feira (6).

Ao comentar sobre o desempenho de maio, o Bank of America avalia  que as taxas de 10 anos do Brasil caíram 80 pontos-base no mês passado, impulsionando o desempenho de ações que ganham com queda das taxas de juros. Os nomes de consumo discricionário subiram 20% em maio (em reais), bem acima do Ibovespa.

“As taxas mais baixas no Brasil” agora são uma narrativa de consenso, mas os estrategistas do banco acreditam que ainda há espaço para ganhos na Bolsa. Apesar do movimento recente de alta, os estrategistas avaliam que o Brasil continua negociando a um valuation com preços atrativos (Ibovespa ex-commodities negociando em torno de 10% de desconto versus o histórico) e veem o país como mais atrativo do que o México neste momento.

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O banco, em América Latina, segue overweight (exposição acima da média) no Brasil, underweight (exposição abaixo da média) no México e não tem exposição aos países andinos.

Em seu portfólio, os estrategistas adicionaram ações da Hapvida (HAPV3) e excluíram os ativos de BB Seguridade (BBSE3), Localiza (RENT3) e Fleury (FLRY3).

Os estrategistas do BofA apontam que, ao longo de 2023, têm adicionado lentamente o tema de ações que ganham com  quedas de juros por meio de empresas de e-commerce de qualidade, tecnologia e bond proxies (empresas cujo negócio se assemelha a um título de renda fixa de longo prazo).

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Os estrategistas também selecionaram empresas do setor financeiro com exposição à queda de juros, como BTG Pactual (BPAC11) e B3 (B3SA3).

Já BBSE3 foi retirada após a equipe de analistas do banco ter cortado a recomendação dos ativos para neutra, vendo desaceleração do lucro por ação em 2024. “Adicionamos Hapvida, pois esperamos que as margens melhorem no segundo semestre de 2023 e acreditamos que as estimativas de consenso devem estar no ponto mínimo”, destacam os estrategistas.

Outros temas que o BofA gosta no Brasil são as construtoras de baixa renda e as empresas de proteínas, com destaque para a Minerva (BEEF3). Os estrategistas do banco possuem exposição em linha com a média do mercado (market weight) aos grandes bancos  e para Vale (VALE3) e tem alocação underweight em petróleo através da Petrobras (PETR4).

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A exclusão de RENT3 ocorreu dado o momento mais fraco para os aluguéis de carros, enquanto a remoção de Fleury se deu após os resultados do 1T23 apresentarem sinais de desaceleração de margem.

Já para o México, o BofA destaca que as ações do país foram as grandes vencedoras no acumulado do ano (Mexbol subiu 23% em dólares, contra +15% para o MSCI LatAm).

“Estamos underweight no México, mas ainda temos exposição a geradoras de fluxo de caixa e ao tema nearshoring (com empresas que ganham com tendência de realocação de fábricas de outros mercados para fugir da dependência de países antes tidos como origens certas, como China e Índia). Além disso, avaliam os estrategistas, os bancos mexicanos ainda devem postar fortes crescimento de lucros e ROAEs (Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio) mais altos.

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Confira a lista de ações do BofA no portfólio de América Latina (BZ = Brazil; MX = México; PN = Panamá):

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.