Ibovespa acompanha exterior e interrompe sequência de altas; dólar volta a subir

Perspectivas de inflação mais alta e de menor crescimento econômico voltam a impulsionar pessimismo

Felipe Moreira

(Gearstd/Getty Images)

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Após cinco pregões em alta, a bolsa brasileira fechou em baixa nesta quarta-feira (18), acompanhando o tombo das bolsas americanas, que foram pressionadas por temores de um aperto agressivo da política monetária e desaceleração do crescimento econômico.

Lá fora, ajudou a pesar no pessimismo a publicação do relatório do Walmart, que trouxe que a inflação continua pressionando suas margens. A alta de preços geral, de certa, foi segurada pela maior rede de supermercado do país no primeiro trimestre, e, para analistas, isso pode sinalizar que a inflação está ainda mais disseminada.

Petrobras (PETR3;PETR4) e Vale (VALE3) também arrastaram o índice para baixo, refletindo a perspectivas mais desafiadoras para economia global. O Goldman Sachs cortou hoje a previsão para o PIB chinês em 2022 de 4,5% para 4%, por conta da política de Covid zero.

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O Ibovespa caiu 2,34%, aos 106.247 pontos, após oscilar entre 106.038 e 108.923 pontos. O volume financeiro foi de R$ 29,5 bilhões.

As ações da Locaweb (LWSA3) e da Hapvida (HAPV3) foram os destaques positivos, subindo, respectivamente, 13,95% e 4,45%, seguidas pelas ações da Ecorodovias (ECOR3), com ganhos de 2,27%.

Os papéis da Hapvida reverteram a forte queda da véspera devido a resultados do primeiro trimestre nada animadores. Nesta data, a empresa de saúde anunciou recompra de ações.

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Units do Inter (BIDI11) e Ultrapar (UGPA3) foram os destaques negativos da sessão, recuando, respectivamente, 8,62% e 7,71%, seguidas das ações do Dexco (DXCO3), com perdas de 6,43%.

A maior baixa do dia foi do Banco Inter (BIDI11), em um dia negativo para o setor financeiro como um todo.

O dólar interrompe a sequência de 4 baixas consecutivas e fecha em alta. A moeda americana subiu 0,80%, a R$ 4,982 após oscilar entre R$ 4,923 e R$ 5,000.

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Para Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, o dólar se valorizou perante o real e outras moedas devido à fala mais incisiva do presidente do Fed sobre o aumento da taxa de juros americana.

No aftermarket, às 17h10, os juros futuros operam sem um sentido definido, ajustando-se à perspectiva do fim do ciclo de aperto monetário pelo BC e acompanhando a queda dos rendimentos dos Treasuries, num dia de aversão global ao risco. O DIF23, não oscilou, ficando a a 13,34%; DIF25, -0,12 pp, a 12,38%; DIF27, -0,04 pp, a 12,19%; DIF29, +0,08 pp, a 12,22%.

Em Wall Street, as bolsas fecharam em forte queda, com destaque para Dow Jones que registrou sua maior perda desde 2020 nesta quarta-feira, depois que outro grande varejista alertou sobre as crescentes pressões de custos, confirmando os piores temores dos investidores sobre o aumento da inflação e reacendendo a brutal liquidação de 2022.

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O índice Dow Jones caiu 3,56%, aos 31.493 pontos. O S&P 500 recuou 4,03%, aos 3.924 pontos, enquanto o Nasdaq despencou de 4,73%, aos 11.418 pontos.

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