IBGE: cai número de pequenas empresas informais lucrativas

Pesquisa revela que 73% dos negócios registraram lucro em 2003, contra 93% que fecharam o ano em azul em 1997

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SÃO PAULO – A pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que comprovou a existência de 10,3 milhões de pequenas empresas informais no Brasil revelou também que a lucratividade destes empreendimentos está em queda.

Divulgado nesta quinta-feira (19), o estudo mostra que 73% dos pequenos negócios informais apresentavam lucro em novembro de 2003. Seis anos antes, em 1997, esta parcela chegava a 93% do universo analisado. Entre os empreendimentos lucrativos, a maior parte (36%) encontrava-se no ramo de comércio e reparação.

Vale dizer que a pesquisa do IBGE considerou apenas empresas com até cinco funcionários e atuantes em segmentos não agrícolas. O estudo descobriu que 98% de todos os pequenos negócios do País pertenciam à economia informal.

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Lucro em queda

A maior recorrência de prejuízos entre as pequenas empresas informais fez com que o lucro médio do segmento caísse 6,75% entre 1997 e 2003. Em números absolutos, e já descontando a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo), a queda foi de R$ 977, para R$ 911.

De acordo com o IBGE, esta retração decorre, sobretudo, da variação negativa verificada nas empresas de conta própria, em que apenas o empreendedor administra o negócio. Nesta categoria, a lucratividade média diminuiu 11,71%, oscilando de R$ 760, para R$ 671.

Já na análise dos resultados das pequenas empresas informais que empregam funcionários além do proprietário, o lucro médio apresentou ligeiro acréscimo de 0,38% entre 1997 e 2003, passando de R$ 2,351 mil para R$ 2,360 mil, o que representa ganhos 3,5 vezes maiores que o dos negócios de conta própria.

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Menos investimentos

O estudo do IBGE mostra também que os investimentos das pequenas empresas informais despencaram entre 1997 e 2003, o que pode estar por trás da queda da lucratividade ou ser conseqüência deste fenômeno. Em seis anos, os valores investidos pelos negócios caíram 25,28%, atingindo a média de R$ 4,373 mil.

Como a taxa de investimentos diminuiu, os empréstimos feitos por estes empreendimentos seguiram a mesma trajetória descendente. Para se ter uma idéia, nos três meses anteriores à data base da pesquisa, ou seja, novembro de 2003, apenas 6% das empresas analisadas recorreram ao crédito.

É bom destacar, contudo, que todos estes números negativos apurados pelo IBGE se referem a um período anterior ao início da expansão da economia nacional, verificada principalmente a partir de 2004.