Hypermarcas dispara 4% com rumor, Oi já afunda 47% em 11 pregões e Vale salta 4%

Confira os principais destaques da Bolsa na sessão desta sexta-feira (23)

Paula Barra

Setor extrativo foi destaque de baixa em janeiro, mas projeções para o ano são boas

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11h11: Hypermarcas (HYPE3, R$ 17,08, +4,59%)
A Hypermarcas está em negociações avançadas para vender sua divisão de fraldas para o grupo norte-americano Kimberly-Clark, estreitando o foco da empresa brasileira sobre produtos farmacêuticos, disse nesta quinta-feira uma fonte com conhecimento direto do assunto à Reuters. 

 A fonte, que não quis ser identificada porque as negociações estão em curso, não informou o preço da transação. Um acordo será anunciado nos próximos dias, acrescentou a fonte.

Segundo o BTG Pactual, a informação não chega a ser uma novidade, já que o assunto vinha sendo comentado pelos jornais recentemente, mas, do lado estratégico, seria relevante para a companhia essa venda. Ele lembra que esse negócio tem custo em dólares e uma margem menor (entre 11 a 12%), sem falar que ajudaria na desalavancagem da empresa. “Matéria não aponta valores do acordo, mas pode fazer barulho no papel hoje”, disseram os analistas. 

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11h10: Oi (OIBR4, R$ 1,99, -4,33%)
As ações da Oi dão sequência às fortes quedas dos últimos dias, em dia que somente ela e a Lojas Renner registram queda no Ibovespa. Os papéis da operadora renovam hoje sua mínima histórica, acumulando uma derrocada de 47% nos últimos 11 pregões. Todos esses dias os papéis da companhia encerrou a sessão no negativo.  

No radar da empresa, ontem o Credit Suisse divulgou relatório sobre o setor de telecomunicações. Na parte das fusões, Daniel Federle, analista do banco que assumiu cobertura do setor, acredita ser improvável uma fusão de TIM (TIMP3, R$ 7,95, +1,79%) e Oi, que poderia trazer um alívio para a alavancagem da Oi, levando a uma dívida líquida/Ebitda de 4,9 vezes para 2,3 vezes. 

Embora positiva para a Oi, a operação não seria necessariamente positiva para a TIM, dada a complexidade para o case de investimento dos acionistas da Telecom Italia, controladora da TIM, que passariam a ter controle dividido de uma empresa alavancada, com necessidade de alto capex (investimentos em bens de capital) e significativos riscos na concessão de linhas fixas e passivos provisionados. 

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O analista, no entanto, enxerga como um racional estratégico para a TIM ser um potencial comprador da Nextel, já que a aquisição poderia melhorar a posição do spectrum e aumentar o market share no segmento pós-pago (a Nextel poderia adicionar 3% de share para a companhia). Além disso, ele aponta a Vivo (VIVT4, R$ 38,87, +1,44%), ou Telefônica Brasil, com um potencial comprador da Sky Brasil, caso a AT&T decida vender. Ele reforçou as ações da Vivo como sua top pick no setor, com recomendação outperform (desempenho acima da média) e preço-alvo de R$ 44,00.

10h48: Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 19,26, +4,05%; VALE5, R$ 15,48, +4,38%) disparam após o anúncio surpresa feito nesta manhã pelo Banco Central da China, com o corte de juros para estimular a economia. Esta é a sexta vez que a autoridade chinesa corta os juros desde novembro. Cabe ressaltar que só duas ações do Ibovespa caem após o anúncio chinês. 

O Banco do Povo da China informou em seu site que reduziu a taxa de empréstimo bancário referencial de um ano em 0,25 ponto percentual, para 4,35%, entrando em vigor a partir de 24 de outubro. A taxa de depósito referencial de um ano também foi reduzida em 0,25 ponto, para 1,50%.

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As siderúrgicas também seguem o movimento positivo, com a CSN (CSNA3, R$ 5,01, +4,38%), Usiminas (USIM5, R$ 3,15, +2,61%) e Gerdau (GGBR4, R$ 6,26, +2,50%) em alta superior a 2%. 

10h23: Petrobras (PETR3, R$ 9,78, +3,06%; PETR4, R$ 8,21, +2,37%)
Seguindo o movimento positivo do dia e também a alta do preço do petróleo, com o brent subindo 0,92%, a US$ 48,52 o barril, o dia também é de ganhos para os papéis da estatal. 

Ainda no noticiário da companhia, a estatal deve assinar contrato com a Sete Brasil para construção de 18 sondas do pré-sal no início de 2016, segundo informações do jornal O Globo.  

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10h20: Fibria (FIBR3, R$ 57,12, +2,94%
Fibria sobe após divulgação dos resultados. A companhia informou prejuízo líquido de R$ 601 milhões no terceiro trimestre, uma piora frente ao prejuízo de R$ 359 milhões no mesmo período do ano passado. O resultado negativo cresceu por conta da marcação a mercado da dívida denominada em dólar, ao fim de setembro, com efeito negativo de R$ 2,202 bilhões devido à valorização do dólar frente ao real. Já o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 1,55 bilhão, forte aumento frente aos R$ 613 milhões do período de junho a setembro de 2014.

Para o BTG Pactual, o resultado da companhia foi “muito forte”, com Ebitda 6% acima das estimativas, enquanto a alavancagem da empresa – medida pelo dívida líquida/Ebtida – caiu de 2 vezes para 1,5 vez, gerando um caixa de R$ 1 bilhões no trimestre. Na mesma linha, os analistas do Haitong disseram que o resultado veio acima do esperado, reforçando que até mesmo o prejuízo veio melhor, mesmo com o aumento das despesas financeiras fruto da desvalorização de 28% do real.

O banco espera reação positiva das ações da companhia hoje, aliado ainda ao dividendo extraordinário proposto pela empresa, mesmo que esse não tenha sido uma grande surpresa. O banco reforçou recomendação de compra para as ações da empresa, em meio à combinação de crescimento, dividendos e desalavancagem. 

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Além do balanço, a companhia convocou ontem uma assembleia geral extraordinária para 30 de novembro para deliberar o pagamento de dividendos intermediários no valor de R$ 2 bilhões, equivalente a R$ 3,612778081 por ação da companhia. O montante representa um dividend yield (dividendos por ação dividido pelo preço da ação) de 6,50%, considerando a cotação de fechamento do pregão de ontem, a R$ 55,52.

10h15: Localiza (RENT3, R$ 25,67, +4,78%)
As ações da Localiza também disparam na Bolsa. A companhia 
 teve lucro líquido de R$ 102,9 milhões no terceiro trimestre, resultado praticamente estável sobre o ganho de R$ 101,9 milhões obtido um ano antes. Já  o Ebitda ficou em R$ 238,8 milhões no período, queda de 1,1% sobre o resultado obtido um ano antes.

Segundo o BTG Pactual, o resultado da companhia veio melhor do que o esperado, tanto no Ebitda quanto lucro líquido, embora tenha ressaltado que a última linha do balanço poderia ter sido melhor não fosse por um débito de R$ 10 milhões de efeito de marcação a mercado, referente a um contrato de swap. Com isso, as despesas financeiras da empresa aumentaram em R$ 17,3 milhões no período, para R$ 59,7 milhões.

Apesar do volume de diárias ter ficado praticamente estável, a companhia teve queda de 2,5% na receita líquida da divisão de aluguel de carros sobre o terceiro trimestre do ano passado, para R$ 317 milhões.

10h10: Lojas Renner (LREN3, R$ 20,20, -0,49%)
As ações da Lojas Renner oscilam entre leves perdas e ganhos nesta sessão. A companhia teve lucro líquido de R$ 96 milhões no terceiro trimestre, alta de 15,1% na comparação anual, informou a varejista nesta quinta-feira. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado total, que inclui produtos financeiros, subiu 12,8% na mesma base de comparação e encerrou setembro em R$ 230,5 milhões. A média de estimativas de analistas apontava lucro líquido de R$ 92 milhões e Ebitda de R$ 225 milhões.

Segundo o BTG Pactual, a coleção da companhia foi bem recebida e particularmente o Dia dos Pais, que mostrou fortes vendas. Para os analistas, a alocação de produtos por loja e eficiência na execução foram fatores chaves para esse resultado. Do lado negativo, eles destacaram o financiamento ao consumidor, que piorou puxado pelo custo mais alto de empréstimo, aumento do PIS/Cofins e mais provisões, representando 20,8% do Ebitda (Lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização) consolidado, contra 30,2% no terceiro trimestre do ano passado. O banco reiterou compra para a ação, que a tem como sua “top pick”. 

10h07: Grendene (GRND3, R$ 17,96, +1,76%)
Fora do Ibovespa, a Grendene vê suas ações em alta após divulgar que encerrou o terceiro trimestre com alta de 5,9% no lucro líquido ante igual período de 2014, a R$ 133,5 milhões. O volume de calçados vendidos pela companhia recuou 14,4% no trimestre, para 46,9 milhões de pares, mas a receita bruta subiu 0,6%, para R$ 734,5 milhões.

No mercado interno, a retração foi de 15,2% em volume, para 36,8 milhões de pares, o que levou a uma redução de 5,8% no faturamento bruto, para R$ 556,8 milhões.

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