Hypera: o que esperar para HYPE3 em um cenário improvável de fusão com a EMS?

Analistas do JPMorgan seguem com recomendação equivalente à compra para a ação, mas não veem gatilho no curto prazo

Felipe Moreira

(Divulgação: Hypera)
(Divulgação: Hypera)

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Em um cenário que parece ser improvável uma fusão entre as farmacêuticas Hypera (HYPE3), cuja ação passou por uma verdadeira montanha-russa nos últimos dias e acumulam perdas de 31,4% em 2024, e a EMS, o JPMorgan reiterou seu otimismo com a companhia e recomendação equivalente à compra, com preço-alvo de R$ 36.

Por um lado, o conselho da Hypera já rejeitou a transação, e a aprovação por meio de uma votação de acionistas também não parece provável, na avaliação do banco.

Além disso, o JPMorgan disse ter poucas evidências de que a EMS poderia melhorar materialmente sua proposta de combinação de negócios não solicitada para que um acordo seja fechado.

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Nesse contexto, analistas avaliam que as cotação das ações da Hypera devem voltar aos seus fundamentos. A equipe de análise lembra que, pouco antes de surgir a proposta da EMS, no dia 18 de outubro a Hypera anunciou a descontinuação das suas projeções financeiras (guidance) para 2024, para dar início a um processo de otimização do capital de giro, por meio da redução da política de prazo de pagamento concedida aos clientes. A retirada do guidance pelo segundo ano consecutivo diminuiu a credibilidade da gestão e as ações chegaram a desabar na sessão seguinte, para depois voltarem a subir com a proposta de junção dos negócios.

Conforme aponta o JPMorgan, embora a mudança de estratégia para melhorar o capital de giro seja um aprimoramento operacional para um melhor fluxo de caixa (FCF) de médio/longo prazo e adesão de vendas, o ajuste contínuo do estoque – um “problema” que muitos pensavam ter sido resolvido em 2019 – remove a visibilidade de curto prazo e prepara o caminho para um conjunto de resultados fracos pelo menos até o segundo trimestre de 2025.

O JPMorgan diz continuar a ver um potencial significativo de alta no preço das ações, mas pondera que, em um mercado orientado para o curto prazo, onde o impulso dos lucros é fundamental, o apetite por cases de médio prazo é baixo.

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Diante da perspectiva de baixo apetite, o banco decidiu avaliar a Genomma Lab, com sede no México, que possui um modelo de negócios um tanto semelhante e passou por problemas de reputação e operacionais semelhantes ao da Hypera, para descobrir quão baixa a avaliação da Hypera pode ir.

Nesse caso específico, a avaliação chegou a níveis tão baixos quanto 7 e 7,5 vezes o múltiplo de preço sobre o lucro (P/L) futuro por curtos períodos, enquanto uma forte reavaliação foi vista recentemente com a materialização dos resultados esperados.

Olhando para a Hypera e considerando o lucro por ação (EPS) esperado para 2026 – que é provavelmente um número mais normalizado, no consenso, a ação já negocia a cerca de 7 vezes, enquanto considerando a previsão de EPS conservadora e abaixo do consenso do banco, ela negocia a 8 vezes, sugerindo um risco de baixa de 10% dos níveis atuais.

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Em resumo, analistas afirmaram que ficariam surpresos em ver uma queda significativa nas ações da Hypera neste momento. Ainda assim, a ação pode ficar “morta” até que bons resultados comecem a surgir, provavelmente no segundo trimestre de 2025. No entanto, vendo um potencial de alta de mais de 50% para as ações da Hypera e uma avaliação próxima do que acredita ser seu mínimo, o banco reitera classificação de overweight (exposição acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 36.

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