Huawei, Claro e governo de Goiás implementam projeto de 5G voltado ao agronegócio no Brasil

Equipamentos como estações metrológicas, sensores de umidade e drones equipados com 5G estão sendo distribuídos pelas lavouras de Goiás

Allan Gavioli

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SÃO PAULO – Nesta quinta-feira (3), começa o primeiro projeto de implementação da rede de internet móvel 5G da chinesa Huawei no Brasil, voltado exclusivamente para o agronegócio. O investimento girou em torno de R$ 15 milhões.

A implementação da tecnologia no município de Rio Verde, ainda em caráter experimental, foi possível após uma parceria entre o governo de Goiás, por meio da sua Secretaria Geral da Governadoria (SGG), a empresa chinesa de tecnologia e a empresa de telecomunicações Claro.

O projeto conta também com o apoio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação (Sedi), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (IF Goiano), do Centro de Excelência em Agricultura Exponencial (Ceagre), do Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás (Ceia/UFG), da Goiás Telecom e da Prefeitura de Rio Verde.

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Segundo a Huawei, estações metrológicas, sensores de umidade e drones estão sendo distribuídos pelas lavouras em Goiás. A rede será testada por pesquisadores das instituições de ensino IF Goiano e do Ceia/UFG.

A ativação do sinal pela operadora Claro, que obteve licença de uso por um ano, promete viabilizar coleta acelerada de dados nas áreas de plantio por meio desses objetos conectados. Um ponto fundamental da tecnologia é a velocidade na troca das informações, o que permite um acompanhamento instantâneo, sem nenhuma latência ou atraso no recebimento da informação – algo que não é possível com o 4G ou com a conexão Wi-Fi.

As informações irão para um servidor na nuvem. Pesquisadores do Ceagre irão analisar os dados e desenvolver soluções especificas para ajudar o produtor a otimizar sua produção, diminuir perdas e planejar melhor as decisões na lavoura. O uso dessas tecnologias no agronegócio também permite uma redução dos custos operacionais.

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De acordo com apresentação do governo goiano, drones conectados na rede 5G permitem que os produtores monitorem a colheita em tempo real, com informações na nuvem, e assim possam ter mais precisão nas suas escolhas.

A ideia é utilizar esses drones para substituir aviões. Os drones seriam mais baratos e, com apenas um deles, é possível de cobrir uma área de mil hectares por dia com mais velocidade e precisão. A economia estimada é de até 95%.

“Precisamos observar que o mundo está sendo digitalizado. Para conectar o mundo digitalmente a Internet das Coisas [Internet of Things, IoT] é necessária, que é colocar algum sensor para monitorar e conectar aquele equipamento dentro do mundo digital. Mas não dá para fazer essa conexão apenas com a rede wi-fi. Então, por isso, a internet móvel de quinta geração (5G) vem de encontro a essa conectividade do mundo de maneira fundamental”, disse Adriano da Rocha Lima, titular da Secretaria-Geral da Governadoria de Goiás.

“A Claro vem atuando em conjunto com os fornecedores, órgãos governamentais e instituições de pesquisa e desenvolvimento nos trabalhos de homologação e certificação da tecnologia 5G. Temos o DNA da inovação e estamos trabalhando para levar os benefícios das tecnologias de ponta, como as soluções IoT, para ampliar a produtividade do agronegócio”, afirma Eduardo Polidoro, diretor de IoT da Claro.

Primeiras instalações

As duas primeiras torres de transmissão do 5G foram instaladas em dois pontos do município goiano de Rio Verde para ampliar a área de cobertura.

Uma delas está no Parque Tecnológico do IF Goiano, onde funcionará parte do Ceagre. De acordo com a Huawei, esse local foi escolhido para fomentar inovações. Haverá um espaço para incubação de startups voltadas ao agronegócio, que terão acesso à rede 5G. Ela pode ser essencial para o desenvolvimento de tecnologias como realidade aumentada, realidade virtual, robótica, inteligência artificial e a própria internet das coisas (IoT).

A segunda torre é localizada na fazenda Nycolle, de um produtor goiano. O local foi escolhido para receber as primeiras aplicações práticas da tecnologia. Esses dois pontos serão os pioneiros no teste da tecnologia para o agronegócio.

A polêmico sobre o 5G da Huawei

Embora possa trazer muitos avanços tecnológicos em diversos setores, a implementação da tecnologia móvel 5G no Brasil ainda enfrenta diversas críticas, principalmente de membros do governo federal. O país se encontra, no momento, no meio de uma disputa entre EUA e China sobre como deve ser a implementação do 5G.

Nos últimos anos, os EUA iniciaram uma ofensiva contra a Huawei – que, segundo os americanos, representa um perigo de segurança nacional aos países que comprarem seus equipamentos. A China nega todas as acusações e diz que o único interesse dos EUA é minar o crescimento tecnológico chinês, que vem fazendo frente ao americano. Esse é o mais recente capítulo da guerra comercial entre Washington e Pequim.

O governo do presidente Jair Bolsonaro vem sendo pressionado pelas duas superpotências mundiais. Os americanos desejam que o Brasil adote uma licitação que exclua o uso de equipamentos da Huawei por parte das operadoras, algo que já foi adotado em outros países do mundo, como Reino Unido, Japão e Austrália.

Nas últimas semanas, o CEO da Ericsson defendeu a inclusão da Huawei no 5G da Suécia, acreditando que um banimento da tecnologia chinesa pode ser prejudicial para o mercado interno sueco e para a competição natural das empresas.

Recentemente, o InfoMoney produziu uma reportagem para explicar o que o Brasil pode perder ao tomar partido na guerra do 5G entre China e EUA. Vale dizer que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) trabalha para realizar o leilão das faixas do 5G no Brasil no primeiro semestre de 2021.

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Allan Gavioli

Estagiário de finanças do InfoMoney, totalmente apaixonado por tecnologia, inovação e comunicação.