HSBC sofre com demora do Cade, China de olho em ativos no Brasil e mais 9 notícias no radar

Destaque ainda para a Vale, que anunciou nesta segunda um memorando de entendimento com a mineradora australiana Fortescue para distribuição de minério de ferro na China

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Enquanto o dia é de baixa para as principais bolsas mundiais, o mercado brasileiro deve seguir atento ao noticiário político e corporativo. Veja os principais destaques desta terça-feira (8): 

Vale
A Vale (VALE3VALE5) anunciou na segunda que assinou um memorando de entendimento com a mineradora australiana Fortescue para distribuição de minério de ferro na China. Com o documento, a Vale pode formar uma ou mais joint ventures com a Fortescue para a mistura de minérios e distribuição de produtos das duas empresas na China.

O acordo ainda possibilita que a Vale realize projetos de mineração em conjunto com a Fortescue na Austrália e adquira uma participação minoritária na controladora da australiana. A Vale esclareceu ainda que o memorando não constitui um contrato ainda e não é judicialmente vinculante entre as partes. Ainda no noticiário da companhia, a Estrada de Ferro Carajás (EFC) foi bloqueada por manifestantes durante cerca de três horas, na manhã desta segunda-feira, com impacto no transporte de carga e de passageiros, segundo a assessoria de imprensa da companhia. As operações de carga já foram normalizadas, de acordo com a mineradora.

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A manifestação, promovida pelo MST Mulheres, impediu que o trem de passageiros partisse às 8h da Estação de São Luís com destino à Parauapebas, explicou a Vale, fazendo com que cerca de três mil pessoas deixassem de viajar. A EFC tem 892 quilômetros de extensão, ligando a mina de minério de ferro da companhia em Carajás, no sudeste do Pará, ao Porto de Ponta da Madeira, em São Luís (MA). Segundo informações da Vale em seu site, a ferrovia transporta anualmente 120 milhões de toneladas de carga e 350 mil passageiros. “A Vale repudia qualquer ato de invasão da Estrada de Ferro Carajás, que impede o direito de ir e vir de toda comunidade, e informa que já adotou as medidas judiciais cabíveis”, afirmou a empresa em nota.

Além disso, a Vale e a australiana Fortescue Metals Group “concordaram em buscar oportunidades de longo prazo para aumentar a competitividade de suas operações, bem como criar valor adicional para a indústria siderúrgica chinesa”, disse a Vale em comunicado ao mercado.

Segundo o Itaú BBA, o acordo com Fortescue é positivo para a Vale e o memorando de entendimentos, embora preliminar, é visto como “ganha-ganha”, segundo relatórios de analistas. O acordo ajuda a garantir demanda pela produção do projeto S11D, que deve entrar em operação no 2S e deve adicionar 90 mi toneladas.

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Sobre o rali do minério de ontem, o BTG Pactual destaca este é de curto prazo, seguindo com recomendação neutra para a Vale e de venda para a CSN (CSNA3). Já sobre a Gerdau (GGBR4), o BTG ressalta recomendação de compra e que ela está bem posicionada no curto prazo; além disso, o programa de venda de ativos poderia ser um catalisador importante pela frente.

Bradesco
O Cade deve decidir sobre compra do HSBC pelo Bradesco em abril, segundo informações do Valor Econômico. Segundo o jornal, o banco sofre com a demora. “Vulnerável ao ataque da concorrência enquanto o novo dono não pode assumir o controle, o banco sofre com resgates em fundos de investimentos e previdência. O HSBC Brasil teve ainda piora na qualidade das operações de crédito, com impacto sobre os números da matriz no fim de 2015”, informa a publicação. .

BRF
Em comunicado, a BRF (BRFS3) informou que pretende levantar R$ 1 bi com emissão de CRA.

BTG
De acordo com o Valor, o desembargador relator Juarez Folhes, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou que a Leader, do BTG Pactual (BBTG11), deposite, em até cinco dias, o valor total de títulos protestados pelos sócios da rede Seller, no valor de R$ 140 milhões, para manter a sustação do protesto.

Gafisa
As ações da Gafisa (GFSA3) foram rebaixadas de compra para manutenção pelo HSBC.

Elétricas
Atenção para notícia que pode mexer com elétricas como CPFL (CPFE3) e Eletropaulo (ELPL4). A chinesa State Grid mira ativos de distribuição de energia e deve firmar compra de pelo menos um dos três alvos, que são Celg-D, Eletropaulo e CPFL, diz Folha de S.Paulo.

As conversas com CPFL e Eletropaulo estão em andamento, diz Folha, citando Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio Brasil-China. A CPFL disse ao jornal que não comenta assuntos relacionados a seus controladores e a Eletropaulo nega estar negociando com a State Grid.

 MRV
A MRV (MRVE3) teve lucro líquido de 140 milhões de reais no quarto trimestre, alta de 36 por cento na comparação anual, informou a construtora e incorporadora na noite de segunda-feira. 

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 174 milhões de reais, valor 22 por cento mais alto do que o obtido um ano antes.

Tarpon
A Tarpon (TRPN3) informou ter aprovado a recompra de até 1,7 milhão de ações ordinárias em até 90 dias.

Via Varejo
A Via Varejo (VVAR11) obteve recurso para evitar republicação de balanços. A empresa teve deferido pedido de efeito suspensivo em relação à ofício da CVM que determinava o refazimento de demonstrações financeiras de 2013 e seguintes. A CVM pediu refazimento dos balanços por conta de lançamentos contábeis de 2 operações societárias realizadas pela companhia em 2013, disse a Via Varejo. A

CVM ainda tem de se manifestar quanto ao mérito do recurso, disse a empresa.

Suzano
A Suzano Papel e Celulose (SUZB5) avalia direcionar no curto prazo parte da nova produção de celulose tipo fluff, material usado em fraldas e absorventes, para o exterior, com Ásia e América Latina entre os primeiros destinos prováveis. “O foco foi primeiro concentrar a atenção no mercado interno porque é mais fácil, tem a vantagem da logística e temos desenvolvido o maquinário dos clientes. Mas certamente vamos olhar em breve o mercado externo, está no radar”, disse à Reuters o gerente do projeto fluff da Suzano e gerente executivo de Novos Negócios da empresa, Alexandre Corrêa.

Atualmente, 90% da produção global do insumo está nos Estados Unidos, com o restante na Argentina, que é o segundo maior produtor por conta de fábrica da Arauco, perto da fronteira com o Brasil. Há também algumas produtoras menores na Europa, segundo Corrêa.

Diante dessa distribuição da produção global do insumo, a Suzano avalia que outros países na América Latina que hoje importam todo o fluff utilizado poderiam ser clientes da produção da companhia no Brasil. Outro foco da empresa para o produto é a China, que já é maior mercado mundial de celulose. 

Fleury
Após resultados do 4° trimestre, o BB Investimentos colocou a recomendação das ações da Fleury (FLRY3) sob revisão, incorporando as dificuldades que a companhia enfrentará diante do cenário macroeconômico, apesar da esperada melhoria de margens.

Contax
A Contax (CTAX3) , fornecedora de contact center e BPO, anunciou a chegada de Nelson Armbrust à presidência da empresa. Shakhaf Wine, que estava na posição desde agosto do ano passado, passa a ser o presidente do Conselho de Administração.

A mudança no comando da companhia ocorre após a conclusão bem-sucedida do trâmite de renegociação da dívida financeira da Contax. De acordo com a empresa, o processo garantiu novo fôlego para que seja possível retomar os fundamentais do negócio e avançar o processo de venda da Allus nas melhores condições.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.