HSBC é o 1º banco a mostrar conta do Brexit: US$ 300 milhões

O maior banco da Europa contabilizou uma despesa de US$ 4 milhões no segundo trimestre, referente a “custos associados à saída do Reino Unido da União Europeia“

Bloomberg

Publicidade

(Bloomberg) — O HSBC Holdings terá até US$ 300 milhões em despesas jurídicas e com deslocamento de operações devido à mudança de 1.000 funcionários para Paris. A informação é uma das primeiras indicações do custo do Brexit para o setor financeiro.

O maior banco da Europa contabilizou uma despesa de US$ 4 milhões no segundo trimestre, referente a “custos associados à saída do Reino Unido da União Europeia”. O presidente Stuart Gulliver afirmou que esse valor deve subir para US$ 200 milhões a US$ 300 milhões. O HSBC planeja relocar para a França aproximadamente um quinto dos profissionais de banco de investimento que atualmente trabalham em Londres, a fim de manter acesso ininterrupto ao mercado comum da UE.

“O total é efetivamente o custo da transição para a França”, disse Gulliver durante conferência por telefone com repórteres nesta segunda-feira. “A receita que achamos estar em risco devido ao Brexit é cerca de US$ 1 bilhão, mas não esperamos perder” isso porque a transferência de pessoal vai proteger os negócios afetados.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Executivos do setor financeiro de Londres alertaram para as consequências dolorosas para o mercado de trabalho e para os investimentos no caso do chamado Brexit “à beira do abismo” (no qual não se chega a um acordo mútuo de livre comércio antes do encerramento do período de renegociação, de dois anos). Diante do progresso limitado pouco mais de um ano após o referendo, instituições como Morgan Stanley e Citigroup acionaram planos de contingência para transferir ou contratar centenas de banqueiros em bases expandidas dentro da UE. Frankfurt e Dublin foram as duas cidades mais beneficiadas até o momento.

O comandante do conselho do HSBC, Douglas Flint, também aproveitou a discussão sobre os resultados trimestrais para reiterar um alerta de que a fragmentação do setor bancário europeu para longe de Londres causaria aumento dos custos e queda do financiamento para governos e empresas.

“A Europa não pode permitir que sua capacidade e seus recursos financeiros sejam diminuídos”, ele afirmou no documento contendo os resultados. Não se sabe se “as economias da Europa continuarão tendo acesso pelo menos à mesma quantia de capacidade financeira e serviços relacionados de gestão de risco e tão prontamente disponíveis e com preço similar ao que gozaram com o Reino Unido como parte da UE.”

Continua depois da publicidade

Por exemplo, o Banco da Inglaterra calculou que um aumento de apenas 0,01 ponto percentual por causa da separação da liquidação de swaps de juros pode custar a instituições na zona do euro 22 bilhões de euros (US$ 25,8 bilhões) por ano, segundo relatório divulgado pelo banco central britânico em 27 de junho. Londres pode perder 10.000 postos de trabalho em bancos e 20.000 em instituições de serviços financeiros enquanto os clientes retiram 1,8 trilhão de euros em ativos do Reino Unido devido ao Brexit, segundo o instituto de estudos Bruegel.

Versão em português: Patricia Xavier em Sao Paulo, pbernardino1@bloomberg.net.

Repórter da matéria original: Stephen Morris em London, smorris39@bloomberg.net.

Continua depois da publicidade

Para entrar em contato com os editores responsáveis: Michael J. Moore, mmoore55@bloomberg.net, Jon Menon, Paul Armstrong

©2017 Bloomberg L.P.