Holding da Vale sobe 4%, Eletrobras desaba 12% em 2 dias e BB cai 3%

Confira os destaques da Bolsa nesta terça-feira (17)

Paula Barra

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Petrobras (PETR3, R$ 12,25, -2,31%PETR4, R$ 9,47, -2,87%)
Em um dia em que o petróleo oscila entre leves perdas e ganhos, a Petrobras chegou a abrir em alta de olho no noticiário da estatal, mas diminuiu fortemente os ganhos nos minutos iniciais e virou para queda. 

Pedro Parente deve substituir Aldemir Bendine na Petrobras, diz O Globo. A escolha do substituto de Aldemir Bendine teria sido tomada na tarde de segunda-feira pelo presidente interino Michel Temer, diz o jornal, citando fontes não identificadas. A Folha de S. Paulo também destaca o nome de Pedro Parente para o comando da petroleira. 

A assessoria de Temer diz que não houve nenhuma definição, mas não descarta o nome, segundo o Globo. O assunto será discutido hoje às 16:00 em reunião entre Temer e o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, de acordo com o jornal. Segundo a publicação, Pedro Parente, se confirmado, terá missão de melhorar imagem da estatal no mercado.

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No radar da companhia, segundo a Folha de S. Paulo, o aumento das importações de diesel por empresas privadas preocupa o conselho de administração da Petrobras e pode levar a empresa a rever o preço do combustível, que está 46% mais caro do que no mercado internacional.

Além disso, destaque para a notícia de que a estatal planeja vender títulos de cinco e dez anos denominados em dólares, junto com uma recompra de até 3 bilhões de dólares de dívida com vencimento em 2018, em um esforço da petroleira endividada para reduzir riscos de pagamento nos próximos anos. 

Vale (VALE3, R$ 15,40, +3,15%; VALE5, R$ 12,44, +3,24%)
As ações da Vale têm dia volátil. Depois de caírem mais de 2%, os papéis ganharam força na Bovespa, seguindo a disparada do minério. Acompanham o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 7,25, +4,32%), holding que detém participação na mineradora. minério de ferro spot (à vista), negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza, fechou em alta de 2,65%, a US$ 55,78 a tonelada seca. O desempenho foi bem mais fraco que o dos futuros da commodity na China, que fecharam em alta de nada menos do que 4,9%.   

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Cabe lembrar que, na véspera, novo ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), realizou uma agenda voltada para discutir as consequências da tragédia de Mariana (MG). Sarney Filho questionou o acordo fechado entre a Samarco, suas acionistas Vale e BHP Billiton, o governo federal e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo. Já homologado pela Justiça, o acordo prevê o aporte de aproximadamente R$ 20 bilhões ao longo de 15 anos. O Ministério Público Federal, também crítico dos termos negociados entre o Poder Público e as mineradoras, apresentou no início do mês uma ação civil pública, na qual estipula os prejuízos em R$ 155 bilhões.  

Segundo o ministro, a sociedade civil não foi chamada a participar da elaboração do acordo. Sarney Filho descartou a anulação do acordo, mas defendeu ajustes pontuais. “Depois de homologado, mexer na essência do processo geraria insegurança jurídica e não traria benefícios aos atingidos.”

Gerdau (GGBR4, R$ 6,04, -1,95%)
Após despencar 7% na véspera com o indiciamento de seu presidente-executivo, André Gerdau Johannpeter, as ações da Gerdau voltam a cair hoje, mas já amenizam o movimento. Na mínima do dia, os papéis registraram queda de 6,66%, a R$ 5,75. A Polícia Federal indiciou na segunda o CEO da empresa e mais 18 pessoas no âmbito da sexta fase da operação Zelotes, que investiga suspeitas de manipulação de julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).

A sexta fase foi deflagrada no final de fevereiro e André Gerdau foi alvo de um dos mandatos de condução coercitiva na ocasião, em meio a acusações de que a empresa tentou sonegar até 1,5 bilhão de reais. Em nota enviada na noite de ontem, a Gerdau afirmou ter recebido a notícia do indiciamento de executivos da companhia, incluindo o presidente, “com imensa surpresa e repúdio”.

“Nenhum deles jamais prometeu, ofereceu ou deu vantagem indevida a funcionários públicos para que recursos em trâmite no Carf fossem ilegalmente julgados em seu favor, até mesmo porque estes ainda se encontram pendentes de julgamento”, afirmou a siderúrgica, acrescentando que ainda não teve acesso ao relatório final da PF.

JBS (JBSS3, R$ 12,03, -1,55%)
Depois de subir 40% na esteira do anúncio de reorganização na semana passada, as ações da JBS caem hoje, acompanhando o movimento de correção do mercado. No pacote da reestruturação anunciada pela JBS estão previstos: a reorganização da companhia, a mudança de domicílio para a Europa, um movimento para listagem na Nyse (Bolsa de Valores de Nova York), um novo conjunto de leis corporativas para se enquadrar nos requisitos da Nyse, a troca de CEO, a entrada de novos diretores, a provável eliminação da maior parte das suas operações de hedge e a listagem terminando no fim do ano.   

Por conta do anúncio, o HSBC reiterou a recomendação de “compra” para a empresa, estabelecendo o seu preço-alvo em R$ 15,50, contra os R$ 12,00 atuais, fazendo um potencial de valorização de 29% para a ação. Isso depois de todas as altas recentes. 

Quem também analisou com bons olhos essa reestruturação foi o Itaú BBA. Relatório da corretora do Itaú Unibanco diz que a transformação que será promovida na empresa irá ofuscar os resultados negativos do primeiro trimestre. E o research vai além: segundo os analistas Antônio Barreto e Thomas Budoya, a listagem das ações da JBS na Nyse desbloquearia um potencial de upside (valorização) de 130% na época em que o relatório foi escrito, ou 66,94% hoje, para R$ 20,00. 

Eletrobras (ELET3, R$ 7,00, -6,67%; ELET6, R$ 12,07, -3,59%)
As ações ordinárias da Eletrobras desabam 12% em dois dias, enquanto as preferenciais afundam 7%, com investidores de olho em uma possível deslistagem da empresa da Bolsa de Nova York, que pode destravar uma antecipação de vencimentos da dívida da empresa, que, em um pior cenário, poderia chegar a R$ 40 bilhões, disse ontem o ministro do Planejamento, Romero Jucá. Técnicos da equipe econômica do governo, no entanto, estipulam um valor em torno de R$ 15 bilhões. 

A empresa precisa entregar seu balanço à SEC (Securities Exchange Commission, a CVM dos EUA) até o dia 18 de maio (próxima quarta-feira) ou terá seus ADRs (American Depositary Receipts) suspensos da Nyse. A deslistagem, no entanto, demandaria mais tempo.

O problema é que a KPMG (que audita o balanço da elétrica) não quer assinar o balanço, que tem pendências decorrentes da dificuldade da empresa de mensurar as perdas decorrentes do esquema de corrupção revelado pela Operação Lava Jato. Ontem, o diretor financeiro da Eletrobras, Armando Casado, disse que o “risco é elevado” da empresa não conseguir entregar seu balanço até amanhã.  

Bancos
As ações dos bancos aparecem entre as maiores quedas do Ibovespa, acompanhando o movimento de correção do mercado. No radar do setor, volta a aparecer a possibilidade de ser aprovado o fim dos juros sobre o capital próprio (JCP). Segundo cálculos do BTG, bancos e seguradoras estariam entre as mais impactadas por essa medida.

Hoje, caem forte as ações do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 18,41, -3,41%), Itaúsa (ITSA4, R$ 7,43, -2,49%), Bradesco (BBDC4, R$ 25,32, -2,24%) e Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 30,54, -1,23%). Também no setor financeiro apareciam as ações da BB Seguridade (BBSE3, R$ 26,19, -2,96%) e BM&FBovespa (BVMF3, R$ 17,07, -2,74%).  

B2W (BTOW3, R$ 10,37, +0,19%e Lojas Americanas (LAME4, R$ 15,00, -0,66%)
Após dispararem na véspera em meio ao anúncio de aumento de capital da B2W, a companhia e a Lojas Americanas registram movimentos diversos nesta sessão, com a B2W registrando leves ganhos e a Lojas Americanas tendo perdas. Cabe lembrar que as duas companhias tiveram a recomendação elevada pelo Citi. A LAME4 foi elevada de venda para compra e a B2W de venda para neutra. O Santander também elevou a recomendação para a Lojas Americanas de hold para compra, com preço-alvo de R$ 17,00, assim como o Itaú BBA, que elevou a recomendação para outperform. 

Suzano (SUZB5, R$ 14,41, +1,55%) e Fibria (FIBR3, R$ 29,98, +0,13%)
Destaque para notícia positiva para o setor de papel e celulose. Dados do FOEX apontaram para mais uma melhora sequencial de preço na China, ressalta o BTG Pactual. “Depois de vermos Suzano e Eldorado anunciando aumento de preço para BEK na Asia levando o preço para US$ 540 a tonelada, continuamos vendo sinais claros que a China está recuperando. Os preços na Europa seguem corrigindo (já esperado dada a performance recente e a forte correlação com a China)”, destacam os analistas; O BTG ressalta que a Suzano segue como top pick.

Cosan (CSAN3, R$ 34,92, +2,25%)
Destaque ainda para a notícia para a discussão da volta da Cide, que seria um plano B para a CPMF e poderia afetar as ações do setor de papel e celulose. Porém, em entrevista coletiva, Henrique Meirelles afirmou que não há ainda definição sobre o assunto. “Vamos trabalhar com os fatos na medida em que acontecem. Nao temos decisao sobre CPMF, muito menos sobre Cide”, afirmou.

Segundo cálculos do BTG Pactual, a cada R$ 0,10 de aumento da Cide traria um impacto de 9% no NAV (Valor Líquido dos Ativos, na sigla em inglês) da Cosan (CSAN3), 15% da São Martinho (SMTO3) e 7% da BrasilAgro (AGRO3). Para os analistas do banco, aumentar a Cide seria a forma mais eficiente do governo aumentar a arrecadação e, ao mesmo tempo, endereçar a questão do setor de etanol. 

Veja mais: “Listão do BTG” traz as vencedoras e perdedoras da Bolsa com Temer presidente

Indusval (IDVL4, R$ 1,25, +8,70%)
O Banco Indusval vê suas ações dispararem após informar que o laudo de avaliação da KPMG indicou valor econômico das ações da instituição financeira no intervalo entre 1,28 e 1,40 real, no âmbito da oferta pública de aquisição de ações (OPA) para cancelar seu registro de companhia aberta.

Com isso, o Indusval decidiu que será dado prosseguimento à OPA. O preço por ação inicialmente proposto é de 1,27 real, ajustado pela taxa Selic até a data do leilão da OPA, e na segunda-feira correspondia a 1,35 real, disse o banco em fato relevante na noite da véspera. O registro da OPA está em análise na Comissão de Valores Mobiliários.