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SÃO PAULO – O relatório do Setor Externo, publicado pelo Banco Central, confirmou a tendência registrada ao longo do ano, ao revelar forte queda no volume de investimentos estrangeiros diretos no país em dezembro e no acumulado do ano.
Essa queda no volume de recursos estrangeiros se deveu à piora na percepção dos investidores ao risco-país, diante das turbulências econômicas do período, com destaque para o período eleitoral. Mesmo países com tradição em investimentos ao Brasil, como EUA e Espanha, encerraram o ano com expressiva queda nos seus investimentos em relação ao mesmo período do ano anterior.
Ingressos espanhóis e norte-americanos recuaram
Os EUA foram responsáveis pelo ingresso de US$ 557 milhões em dezembro, montante inferior aos US$ 702 milhões apurados no mesmo período de 2001. Com isso, no acumulado de 2002, os investimentos provenientes dos EUA totalizaram US$ 2,614 bilhões, o que corresponde a uma queda de 41,4% em relação aos US$ 4,46 bilhões de 2001.
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No caso da Espanha, os investimentos apresentaram forte recuo em dezembro, somando apenas US$ 63 milhões frente aos US$ 110 milhões contabilizados no mesmo período do ano anterior. Nesse sentido, em 2002 os investimentos espanhóis na economia brasileira encerraram o ano somando apenas US$ 587 milhões, frente aos US$ 2,767 bilhões do ano anterior.
Holanda foi a que mais investiu no país
Por outro lado, apesar dos investimentos originários da Holanda terem recuado em dezembro para US$ 251 milhões, frente aos US$ 381 milhões apurados no mesmo período do ano anterior, os investimentos no ano permanecem em trajetória ascendente. Em 2002, os recursos holandeses investidos no Brasil somaram US$ 3,348 bilhões, o que representa um crescimento de 77% frente a 2001.
Entre os destaques do relatório, merece atenção também os investimentos suíços no país. Em dezembro, foram injetados cerca de US$ 114 milhões frente aos US$ 88 milhões apurados no mesmo período do ano anterior. Desse modo, no acumulado do ano de 2002, os investimentos suíços atingiram US$ 347 milhões frente aos US$ 182 milhões registrados no mesmo período de 2001.
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Confira abaixo os maiores investidores diretos no Brasil por país, excluindo empréstimos inter-companhias, no acumulado de doze meses:
Jan-Dez/2002 | Jan-Dez/2001 | |||
US$ milhões | % Total | US$ milhões | % Total | |
Holanda | 3,348 | 17,9% | 1,892 | 9,0% |
EUA | 2,614 | 13,9% | 4,465 | 21,2% |
França | 1,815 | 9,7% | 1,913 | 9,1% |
Ilhas Cayman | 1,555 | 8,3% | 1,755 | 8,3% |
Bermudas | 1,469 | 7,8% | 607 | 2,9% |
Portugal | 1,019 | 5,4% | 1,692 | 8,0% |
Luxemburgo | 1,013 | 5,4% | 285 | 1,4% |
Canadá | 989 | 5,3% | 441 | 2,1% |
Alemanha | 628 | 3,4% | 1,047 | 5,0% |
Espanha | 587 | 3,1% | 2,767 | 13,1% |
Total | 18,754 | 100% | 21,042 | 100% |
Fonte: Banco Central