Hedge cambial pode melhorar retorno em mercados emergentes

Em meio à turbulência política no Oriente Médio, as moedas interromperam o período de valorização mais longo em quase dois anos esta semana, eliminando nove dias de ganhos

Bloomberg

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(Bloomberg) — O rali das moedas de mercados emergentes em setembro parece ser tão frágil que analistas de bancos como Morgan Stanley e Société Générale dizem que é hora de usar estratégias de hedge. Algum tipo de proteção pode ter sido útil para investidores com exposição nesses mercados esta semana.

Em meio à turbulência política no Oriente Médio, as moedas interromperam o período de valorização mais longo em quase dois anos esta semana, eliminando nove dias de ganhos.

O desempenho do índice MSCI de moedas de mercados emergentes agora está praticamente zerado no acumulado do ano. E, embora Estados Unidos e China tenham retomado mais uma vez as negociações comerciais – aliviando o obstáculo mais persistente de 2019 -, o otimismo pode ser rapidamente desfeito por outra tempestade repentina no Twitter.

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Agora, com a expectativa de que bancos centrais de todo o mundo sigam os passos do Federal Reserve e do Banco Central Europeu no corte de juros, analistas dizem que os investidores devem procurar mercados onde os diferenciais de juros estão diminuindo, o que potencialmente reduz o custo da posição vendida em uma moeda para fazer hedge da exposição a mercados emergentes.

Também é importante que a moeda seja líquida e tenha uma correlação alta e estável em relação aos riscos que o hedge visa proteger. O Brasil, onde o Banco Central acaba de reduzir a taxa básica para um recorde de baixa e com a sinalização de mais cortes, se encaixa nesse perfil.

“Se você quer estar comprado em mercados emergentes, pode estar underweight no real, e isso seria um bom hedge”, disse Andres Jaime, estrategista para a América Latina do Morgan Stanley, em Nova York. “O real é relativamente barato para fazer hedge, é muito líquido e sua correlação com os fatores de risco relevantes para mercados emergentes é muito alta.”

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Brendan McKenna, estrategista de câmbio do Wells Fargo em Nova York, recomenda fazer hedge da própria moeda à qual os investidores estão expostos no momento. McKenna disse aos clientes com ativos denominados em rand sul-africano, lira turca, peso argentino e peso mexicano – e, em menor grau, em reais – para fazerem hedge de seus investimentos, pois prevê uma desvalorização dessas moedas caso ocorra uma súbita queda no apetite global por risco.

A equipe de estrategistas do Société Générale, que incluem Kiyong Seong, Phoenix Kalen e Marek Drimal, avalia que investimentos com hedge cambial na maioria dos mercados emergentes devem gerar retornos melhores do que investimentos sem proteção “no futuro próximo”.

Eles recomendam fazer hedge para moedas de Taiwan, Polônia e Coreia, enquanto avaliam que não valha a pena pagar o custo de proteção no caso da Indonésia, México, Índia e Peru, que podem ser muito altos.

Segundo os estrategistas, as moedas de mercados emergentes “se desvalorizaram em larga escala e esperamos que continuem a cair, puxadas principalmente pela depreciação do yuan”, escreveram em nota este mês.

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