Hapvida (HAPV3): Goldman corta preço-alvo, mas reitera recomendação de compra

Banco manteve recomendação com base em uma avaliação atraente

Felipe Moreira

Ativos mencionados na matéria

Projeto de hospital da Hapvida (Divulgação)
Projeto de hospital da Hapvida (Divulgação)

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O Goldman Sachs reduziu o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) de R$ 4,30 para R$ 4,00, refletindo o aumento das contingências e os efeitos da judicialização no setor de saúde, que pressionam o lucro líquido ajustado – projetado em R$ 1,429 bilhão para 2025, uma queda de 11%. Às 12h45, a ação da operadora de saúde caía 0,92%, a R$ 2,15.

Por outro lado, o banco reiterou a recomendação de compra para Hapvida, destacando os múltiplos atraentes (P/L ajustado de 7,7 vezes para o final de 2025), que, na sua visão, oferece margem para absorver eventuais impactos negativos operacionais, regulatórios ou decorrentes da judicialização.

Além disso, o Goldman prevê que a Hapvida apresentará um dos maiores yields (rendimentos) de fluxo de caixa livre recorrente (10,5%) dentro de sua cobertura, fator particularmente relevante para o setor de saúde em 2025, diante da elevação das taxas de juros no Brasil.

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Em resumo, o banco projeta contingências totais equivalentes a 3,3% da receita em 2025, acima da estimativa anterior de 2,6% e em linha com o nível registrado no 4T24, desconsiderando impactos não recorrentes. “O aumento das contingências, aliado a resultados financeiros mais fracos, é o principal fator por trás da revisão para baixo de nossas projeções de lucro”, afirmam os analistas.

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Quanto ao impacto no caixa, o Goldman prevê uma saída de aproximadamente R$ 960 milhões em 2025, composta pela constituição de novos depósitos judiciais cíveis (cerca de R$ 820 milhões) e pelo pagamento e execução de processos provisionados (cerca de R$ 140 milhões).

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Do ponto de vista operacional, os resultados do 4T24 indicaram tendências melhores do que o esperado, especialmente em adições líquidas de beneficiários. No entanto, analistas destacam a incerteza no ambiente competitivo, particularmente em São Paulo, o que adiciona desafios à perspectiva de crescimento da companhia.