Grupo Mateus (GMAT3) é “o melhor da classe”, apontam analistas: ações saltam mais de 12% após resultado

Companhia viu margem Ebitda crescer mesmo em momento de expansão, com diluição das despesas fixas

Vitor Azevedo

Grupo Mateus - divulgação

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As ações ordinárias do Grupo Mateus (GMAT3) fecharam com alta de 12,37%, a R$ 6,72, nesta quinta-feira (11). A alta vem após a companhia ter, na véspera, divulgado seu resultado do primeiro trimestre de 2023, que foi bem recebido por analistas e investidores.

“Foi o melhor da classe. O Grupo Mateus apresentou resultados sólidos, com melhoria da rentabilidade e manutenção de uma dinâmica de capital de giro mais saudável, este último recentemente tendo sido um importante tema de discussão com investidores. No geral, a empresa foi a líder entre os varejistas de alimentos”, fala o time do Itaú BBA, chefiado por Thiago Macruz.

A receita líquida da companhia cresceu 28,2% no ano, chegando a R$ 5,86 bilhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) cresceu 31,6%, para R$ 345 milhões. O lucro líquido subiu 20,3%, chegando a R$ 240 milhões.

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Mesmo em um movimento de expansão, com o Grupo Mates fechando março com 238 lojas em operação, contra 218 um ano antes, a margem Ebitda do varejista cresceu 0,5 ponto percentual no ano, chegando a 5,9%.

“Como esperado, um forte plano de expansão (principalmente na região Nordeste com o atacarejo) levou a uma queda de 120 pontos-base na margem bruta ano a ano, atingindo 21,1% (20 pontos-base abaixo da nossa estimativa), mas a diluição das despesas operacionais acima do esperado gerou uma margem Ebitda melhor”, explica o BBA.

O Bradesco BBI vai na mesma linha, afirmando que o destaque ficou para as simultâneas expansões da margem Ebitda e da receita líquida.

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“No entanto, precisamos investigar mais se os R$ 40 milhões adicionais de outras receitas operacionais melhorarão consistentemente ao longo de 2023 e compensarão a pressão negativa do processo de maturação de lojas na região Nordeste”, fala o time do Bradesco. “Segundo a empresa, as demais receitas são provenientes de trade marketing, taxas de logística e programa de fidelidade e estão apenas começando a render frutos”.

O Santander, por fim, destaca também a melhora da dinâmica de capital de giro – mas atenta para os maiores gastos financeiros, que saltaram 77,3% no ano por conta da alta dos juros.

“Trouxe um forte crescimento do lucro líquido combinado com melhorias no capital de giro. A batida mais baixa do que as nossas estimativas, quando comparadas com as do nível de Ebitda, são explicadas principalmente pela alta das  despesas financeiras, pressionadas pela maior alavancagem e pelo aumento da taxa Selic”, debate o time, chefiado por Ruben Couto. “O capital de giro continuou a mostrar melhorias significativas em relação ao ano anterior, com o ciclo de conversão de caixa melhorando em 27 dias”.

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O Itaú BBA tem recomendação outperform (acima da média do mercado, equivalente à compra) para as ações ordinárias do Grupo Mateus, com preço-alvo em R$ 9, bem como o Santander, que tem alvo em R$ 8,10. O Bradesco está neutro, com alvo em R$ 7.