“Gringos” diminuem posição em DDI e aumentam em Bolsa; viraram a mão? Ainda não

Comportamento do investidor estrangeiro é fundamental para entender a nossa Bolsa, mas é preciso analisar com cuidado os dados

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O comportamento do investidor estrangeiro, que responde por aproximadamente metade do volume negociado na Bolsa, é essencial para entender o sentimento do mercado e prever para onde vai a Bovespa. No entanto, o movimento atual de redução no posicionamento comprado em dólar futuro e cupons cambiais por este tipo de investidor pode ser enganoso. 

A posição comprada dos estrangeiros em cupom cambial DDI caiu pelo 5º dia seguido (maior recuo em 8 meses). O DDI é a taxa obtida pela diferença entre a acumulação do DI (Depósito Interbancário) e a variação da taxa de câmbio no período da operação até o vencimento do contrato. Ele pode ser usado de indicador de confiança porque sobe junto com o DI, que aumenta quando as expectativas para o cenário político e macroeconômico pioram. 

No entanto, é preciso tomar cuidado para não ter conclusões precipitadas olhando apenas para o posicionamento destes investidores no curto prazo. Segundo um trader que não quis se identificar, a diminuição dos últimos dias não foi expressiva o bastante para ter este tipo de conclusão. 

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“É uma análise que se faz pelo histórico de seis dias, mas os estrangeiros continuam muito comprados. O que diminuiu foi quase nada. É irrelevante”, avalia. A posição de estrangeiros e cupons de dólar futuros foi de 464.039 contratos para  427.384 contratos do dia 30 de setembro ao dia 7 de outubro, uma queda de 7,89%. 

Apesar desta fraqueza da tese atualmente, a conclusão de que alguma virada está acontecendo é corroborada pela queda pelo 4º dia seguido ontem da posição comprada em dólar futuro (indica menor demanda para uma proteção contra uma alta do dólar) e o aumento da posição comprada do estrangeiro em Ibovespa Futuro (indica maior expectativa de alta do Ibovespa no futuro). Ou seja, ainda é cedo, mas vale a pena olhar estes dados para ver quando o investidor estrangeiro irá realmente “virar a mão”.