Grendene lucra R$ 139,7 mi no 1º tri, alta de 13,5%, e anuncia pagamento de dividendo

Executivo da empresa vê retomada em abril, ainda que em um cenário desafiador

Camille Bocanegra

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A Grendene (GRND3) apresentou lucro líquido de R$ 139,7 milhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24), crescimento de 13,5% quando comparado ao 1T23. Considerando apenas os itens recorrentes, o lucro foi de R$ 147,7 milhões, uma retração de 5,3%, de acordo com o balanço divulgado na noite desta quinta-feira (9).

Já o lucro operacional foi de R$ 91,7 milhões no primeiro trimestre de 2024. A linha subiu 137% ante o mesmo período de 2023. O lucro bruto da companhia, por sua vez, apresentou avanço de 10,2% na comparação anual, em R$ 240 milhões no primeiro trimestre de 2024.

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Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em R$ 113 milhões, com alta de 79,4% na comparação com o mesmo período de 2023. Na modalidade recorrente o Ebitda alcançou R$ 98,4 milhões, com alta de 32% em relação ao observado no 1T23.

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“Nosso EBIT cresceu 137%, tivemos crescimento de lucro líquido, resultado líquido, a última linha cresceu 13,5%, ou seja, foi um trimestre de crescimento de receita, crescimento de resultado operacional e resultado líquido e também crescimento das margens. Então foi um trimestre muito positivo, apesar do ambiente ainda desafiador”, destaca Alceu Albuquerque, CFO da companhia em entrevista exclusiva ao InfoMoney.
Os bons números foram puxados pelo mercado doméstico, de acordo com o executivo. O desempenho positivo, no entanto, ainda coexiste com cenário mais desafiador na ponta, com sell out ainda em recuperação.

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“A gente já começou a ver uma retomada em abril, já tivemos um crescimento e agora maio é muito inicial ainda o mês, mas é um cenário que está desafiador. Mas a gente acha que existem sinais de melhora da economia que podem beneficiar o consumo Então taxa de juros começou a cair, a inflação já vem caindo, o nível de emprego vem melhorando. As condições estão aptas para uma melhora do cenário”, considera.

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O resultado financeiro diminuiu 36,1% para R$65,1 milhões, efeito do menor saldo
médio aplicado no período, fruto da distribuição extraordinária de dividendos em maio
de 2023, bem como um CDI médio inferior para o período. A companhia não tem alavancagem e apresenta atualmente cerca de R$ 1,6 bilhões de caixa.

Menos volumes no exterior

A receita bruta por par cresceu 7,1%, em R$ 19,08. Apesar disso, os volumes de exportação, que têm sido detratores nos balanços da Grendene há algum tempo, caíram 23%. “O setor de calçados como um todo sofreu, se a gente pegar o setor de calçados, o setor de calçados como um todo recuou 28% as vendas nesse primeiro trimestre, então a Grandene, o nosso volume caiu 23%, e o setor como um todo recuou 28%”, comenta Albuquerque.

O executivo explica que o mercado internacional se apresenta ainda desafiador, em especial considerando momentos econômicos complicados em países da América Latina e inflação mais elevada nos Estados Unidos e Europa.

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“Isso tem impactado os hábitos de consumo”, pondera. “O produto chinês começou a entrar com mais força nos mercados depois da pandemia e vem entrando com mais força, então está um cenário difícil, mas a gente vê ainda espaço para crescimento ao longo do ano, mais concentrado no segundo semestre”, considera.

Dividendos

Junto com os resultados foi anunciado o pagamento de dividendos. A distribuição será realizada de forma antecipada e é relativa ao período terminado em 31 de março de 2024. Os dividendos ficarão no montante total de R$ 75,7 milhões e são equivalentes a R$0,084006016, por ação, pagos a partir de 05 de junho de 2024.
Farão jus ao recebimento dos dividendos, os acionistas titulares de ações ordinárias (GRND3) inscritos nos registros da companhia em 21 de maio de 2024 (data do corte). Desta forma, as ações GRND3 passarão a ser negociadas, ex-dividendo a partir de 22 de maio de 2024, de acordo com o comunicado.