GPA (PCAR3) tem resultados fracos, com bons números do Éxito não compensando queda no Brasil; ações caem 7,7%

Vendas foram negativamente impactadas por desafios relacionados principalmente ao contexto macroeconômico

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Mais uma vez, o atacarejo mostrou resiliência no varejo alimentar em meio ao cenário desafiador, enquanto a rentabilidade no segmento de hipermercados segue afetada.

No terceiro trimestre, o GPA (PCAR3) registrou um prejuízo líquido dos controladores de R$ 88 milhões no 3º trimestre, uma piora de 39,6% frente às perdas líquidas de R$ 63 milhões de um ano antes. Com isso, os ativos caíram 7,70%, a R$ 22,89, uma das maiores baixas do Ibovespa, em um dia também de forte queda para o índice.

No trimestre, as vendas, ressalta a Levante, foram negativamente impactadas por desafios relacionados principalmente ao contexto macroeconômico, como a forte base de comparação com o terceiro trimestre, queda na venda do não alimentar nos hipermercados, o fim do pagamento do auxílio emergencial, alto índice de desemprego e inflação, migração da venda de não alimentos para o canal online, além do menor consumo das famílias brasileiras.

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A margem Ebitda Ajustada Consolidada teve uma redução de 1,2 ponto percentual na base anual de comparação, que se concentra no lucro bruto devido ao maior investimento em preço na operação brasileira por causa da deterioração do cenário macroeconômico com alto nível de inflação e desemprego, avalia.

O Morgan Stanley apontou que os resultados  vieram mistos no terceiro trimestre de 2021. Isso porque a receita da Exito foi 11% acima do consenso de mercado, com o Ebitda 30% acima em uma recuperação da receita líquida mais rápida do que o esperado, especialmente na Colômbia.

Por outro lado, o Ebitda do Brasil foi 30% abaixo do esperado, em grande parte impulsionado por investimentos em preços e reposicionamento, em um cenário macro desafiador.

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O Morgan Stanley mantém avaliação equalweight (exposição em linha com o mercado) para ações do GPA e preço-alvo de R$ 39,00.

O Itaú BBA comentou que os resultados vieram amplamente em linha com suas projeções de receita, mas ficaram aquém de suas projeções de lucro líquido ajustado e lucratividade. Segundo o banco, os resultados sugerem que a empresa ainda está trabalhando para colocar suas operações de volta aos níveis pré-pandêmicos. O banco mantém avaliação outperform para ações e preço-alvo de R$ 39,00.

Para a XP, o Grupo reportou resultados fracos, com um Ebitda ajustado 5% abaixo do esperado. As vendas líquidas se mantiveram na comparação anual, principalmente devido a base de comparação difícil no segmento não alimentar, enquanto que o desempenho online permaneceu sólido (com alta dos volumes brutos de mercadorias, ou GMV, de 46% na base anual, com um GMV total de R$ 475 milhões).

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No entanto, a empresa sofreu um forte impacto em sua margem bruta no Brasil (queda de 2,5 pontos percentuais na base anual) em decorrência de um cenário macro mais difícil, levando a menor margem Ebitda ajustada desde 2018 na região (em 5,8%). O Grupo Éxito foi um destaque positivo devido ao forte desempenho de vendas mesmas lojas (alta de 15,7% na base anual) com a melhoria do cenário macro aliada a uma sólida rentabilidade (de 8,7%).

Já o Ebitda consolidado foi impactado negativamente por despesas de R$ 161 milhões relacionadas à reestruturação de lojas e ações judiciais, que se traduziram em um prejuízo líquido de R$ 88 milhões (contra a estimativa da XP de R$61 milhões). Os analistas mantiveram recomendação neutra e preço alvo para 2022 de R$ 35 por ação.

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