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Economista-chefe da Legacy Capital, Pedro Jobim avalia que o tema eleição 2026 entrou na discussão do mercado antes do previsto por conta da polarização política no país e o debate da popularidade do governo federal.
Jobim participou do painel “Eleições 2026: desafios e oportunidades”, no evento XP Macro Insights, realizado no auditório da XP, em São Paulo (SP), nesta quarta (28).
“Nas condições atuais, o governo (Lula) não é favorito à reeleição.”
Segundo ele, porém, ainda falta um bom tempo até o processo de sucessão ao Palácio do Planalto acontecer. “Esse tema de eleições está distante. Eleições fazem preço nove meses antes da eleição”, completa.
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Jobim explicou que o índice de miséria hoje no Brasil, que é um cálculo que envolve a soma de inflação e taxa de emprego, está baixo. Para o economista, o impacto do índice de miséria deveria influenciar diretamente a popularidade do governo.
Governo Lula
“Mas parece ter mudado o índice de miséria no impacto da popularidade. Isso aconteceu nos Estados Unidos”, afirma. Para ele, há outros fatores que influenciam a eleição hoje e que tem pressionado a popularidade do presidente.
Murilo Hidalgo, presidente da Paraná Pesquisas, que participou do mesmo painel, avalia que atualmente 60% da economia influencia o eleitor e 40%, outros assuntos, como pauta de costume.
Essa relação já foi diferente no passado, com a imensa maioria atribuindo a economia como um fator decisivo para o voto, explica ele. Esse mudança de comportamento teria ocorrido na última eleição presidencial dos Estados Unidos no ano passado.
“Mas Lula segue sendo um ativo e esse governo continua dispondo de instrumentos de políticas públicas que pode reverter em alguma medida a popularidade.”
“Provavelmente o governo vai pelo social, como Vale Gás e “vale energia” (relacionando a ampliação da tarifa social de energia elétrica). Esses programas têm efeito imediato. Imposto de Renda tem benefício imediato também”, comenta Hidalgo.
Acabou o sonho
Para o presidente da Paraná Pesquisas, “o problema do governo com a classe mais baixa que o elegeu, é que a grande maioria diz que está igual”. Ele afirma que o grande problema de Lula agora é a palavra “sonho”.
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“Muitas coisas aconteceram no Lula 1 e Lula 2. Acabou o sonho para eleitor”, afirma.
“Isso é um dos grandes problemas do governo (Lula). Reativar o sonho.”
Ainda sobre a eleição, Murilo Hidalgo aponta que, na realidade de hoje, os dois candidatos mais viáveis para disputar a eleição presidencial do ano que vem são o governado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro.
“É muito pouco provável que Bolsonaro não apoie um dos dois”, crê, esclarecendo que as pesquisas hoje apontam para essa direção.
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Ele vê alguma chance também de os ex-presidente indicar um dos filhos para disputar a eleição, mas não acha que os governadores Ratinho Júnior (Paraná), Romeu Zema (Minas Gerais) e Ronaldo Caiado (Goiás) recebendo apoio do ex-presidente.
A eleição de 2026, por fim, vai ser muito equilibrada, prevê Murilo Hidalgo e Pedro Jobim.

