Governo lança programa para auxiliar vendas de caminhões: veja empresas que ganham

Vamos, Randoncorp, além de Iochpe, Metal Leve e Tupy aparecem entre as beneficiárias

Lara Rizério

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Caminhões trafegam no trecho do Rodoanel entre a Rodovia Castelo Branco e a Raposo Tavares, sentido litoral – 18/02/2016 (Foto: Francisco Carlos Ferreira/Estadão Conteúdo)
Caminhões trafegam no trecho do Rodoanel entre a Rodovia Castelo Branco e a Raposo Tavares, sentido litoral – 18/02/2016 (Foto: Francisco Carlos Ferreira/Estadão Conteúdo)

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O governo emitiu uma Medida Provisória (MP) para injetar R$ 6 bilhões no BNDES com o objetivo de criar uma linha de crédito para a aquisição de caminhões.

Conforme destaca a XP Investimentos em relatório, o valor será registrado como despesa financeira (sem impacto primário) e poderá ser usado por pessoas físicas e jurídicas para comprar caminhões novos ou seminovos, com foco na renovação da frota.

O valor de R$ 6 bilhões pode ser combinado com os recursos próprios do BNDES e devem ser destinados a pedidos de financiamento apresentados até 30 de junho de 2026. Os empréstimos serão subsidiados, com taxas de juros e prazos definidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para caminhões novos, o financiamento estará disponível apenas para veículos fabricados nacionalmente.

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A equipe de analistas da XP vê leitura positiva para a Randoncorp (RAPT4), e em uma menor escala para Tupy (TUPY3) e Iochpe-Maxion (MYPK3) também.

Contudo, pondera, sem clareza sobre os termos financeiros, ainda é desafiador tentar estimar os impactos diretos e indiretos do programa nas vendas de caminhões e implementos rodoviários.

Os analistas esperam que a combinação entre R$ 6 bilhões do governo e o valor do BNDES represente os recursos totais de financiamento, com a notícia local especulando taxas de cerca de 14%.

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A visão é de que o efeito direto sobre os volumes provavelmente seria limitado. De qualquer forma, vê que a iniciativa pode ajudar a restaurar a confiança em toda a cadeia de valor do transporte após meses de subrenovação de frota. “Em nossa visão, pode atuar como um catalisador inicial para a retomada do investimento por parte dos frotistas, mitigando uma possível deterioração adicional do setor até que as condições de financiamento melhorem ao longo de 2026”, aponta.

O Itaú BBA tem leitura positiva do programa para Vamos (VAMO3) e Randoncorp.

“De modo geral, esperamos que o volume do setor cresça nos próximos meses, tanto em vendas quanto em produção. No entanto, o impacto pode ser mais moderado em comparação com programas anteriores que ofereciam taxas subsidiadas ainda menores antes de 2015. Consideramos a Vamos e a Randon as empresas mais beneficiadas em nossa cobertura, mas o programa também deve beneficiar empresas como Tupy, Iochpe e Mahle Metal Leve (LEVE3)”, aponta.

Sobre Vamos, vê o programa como um ponto positivo para a empresa, pois pode acelerar as vendas de seus estoques da Seminovos, visto que veículos usados ​​parecem estar incluídos no programa. Por outro lado, o negócio de locação pode perder temporariamente um pouco de competitividade. “Por fim, não está claro para nós se uma empresa como a Vamos teria acesso ao financiamento subsidiado”, ressalta.

Já em relação à Randoncorp, a empresa gera um terço de sua receita com a venda de autopeças para montadoras, com foco principal em peças para caminhões, e um quarto com a venda de reboques. Como se espera que o programa impulsione as vendas de caminhões e, consequentemente, a produção, prevê que a Randon se beneficiará por meio de seu negócio de autopeças.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.