Governo de MG quer privatizar Cemig e transformar empresa em corporação, diz Zema

"Minha visão sobre a Cemig é que ela venha a ser uma corporação e que o Estado seja um mero acionista, igual aos demais", afirmou Zema

Reuters

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SÃO PAULO (Reuters) – O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse nesta quarta-feira que mantém a meta de privatizar a elétrica estadual Cemig (CMIG4) até o final de sua administração, mas sinalizou que a operação não deve envolver a venda da companhia como um todo, mas sua transformação em uma corporação privada.

“Minha visão sobre a Cemig é que ela venha a ser uma corporação e que o Estado seja um mero acionista, igual aos demais”, afirmou ele, ao participar de evento da Cemig com acionistas e investidores transmitido online.

A fala de Zema, que tem mandato até o final de 2022, aponta para modelo semelhante ao proposto pelo governo federal para a Eletrobras, que também se tornaria uma corporação sem controlador definido em caso de sucesso no plano de privatização conduzido pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.

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Ao participar do Cemig Day, Zema disse que a desestatização da empresa estadual de energia poderia ocorrer por meio de uma capitalização que diluísse a participação do governo.

“Gostaria muito que durante minha gestão ainda a empresa venha a ser privatizada. Talvez não vendida, mas que ela receba um aporte de capital e que o Estado, que sempre fez interferências indevidas na empresa, perca o controle e deixe de prejudicá-la”, acrescentou ele.

Zema, um novato na política que elegeu-se governador em 2018, tem prometido desde o início de sua gestão que buscará a privatização da Cemig e de outras estatais.

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Ele também tem feito duras críticas à empresa de energia mineira, que foram repetidas nesta quarta-feira.

“A principal crítica que ouço com relação a serviços públicos é ‘quero energia, quero mais carga e a Cemig não me atende’. Sei que não é culpa da empresa, é culpa do contexto que foi criado nos últimos anos, onde a empresa investiu muito mais em outras áreas e outros negócios que não deram retorno e deixou de investir dentro de Minas Gerais”.

Ele afirmou que a meta do governo estadual é que a empresa “volte a investir para os mineiros” e citou como exemplo a necessidade de mais recursos para eletrificação rural e o potencial do Estado para geração solar.

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O presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi, que assumiu o cargo em janeiro de 2020, disse que o novo planejamento estratégico da companhia visa focar aportes em Minas Gerais e em seus negócios principais, o que passará por desinvestimentos.

Ele admitiu que isso significará na prática uma Cemig menos “grandiosa”, embora com a possibilidade de um novo ciclo de expansão após a privatização.

“Esse modelo é ir se preparando para um cenário em que, com o Estado ainda um acionista relevante, mas sem controle, nesse modelo de corporação, a gente poderia crescer de forma sustentável e expandir um pouco o escopo de atuação”, explicou.

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Ele também comentou que os novos planos ainda envolvem expansão da atuação da companhia em geração, com a construção de novas usinas eólicas e solares.

“Em geração, o grosso será em Minas e em energia renovável. A gente vai sair do mundo só de hidráulica e crescer em solar e eólica.”.

A Cemig possui negócios em geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, além de operações de comercialização e outros ativos, incluindo uma distribuidora de gás natural canalizado.

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