Goldman Sachs diz que Bitcoin não é fraude e deve se tornar o primeiro banco a negociar criptomoedas

Banco vai na contramão das principais instituições financeiras do mundo e pretende iniciar a negociação de bitcoin em breve

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Se tem algo que se tornou clichê no mundo das criptomoedas é ver um banco ou grande grupo financeiro falar mal do bitcoin. Mas o Goldman Sachs surpreendeu a todos não só ao dizer que a maior moeda digital do mundo não é uma fraude, mas também ao anunciar que pretende começar a negociar criptomoedas, se tornando o primeiro banco de Wall Street a entrar neste mercado.

Segundo informou o The New York Times, inicialmente o Goldman irá oferecer contratos atrelados ao bitcoin, e só mais para frente deverá entrar realmente na operação de compra e venda de criptomoeda. O jornal diz ainda que uma equipe do banco ainda está analisando os riscos deste mercado e entendendo as regulações que estaria sujeito.

Rana Yared, uma das executivas responsáveis pelo projeto, disse ao NYT que todos do alto escalão do Goldman tinham certo ceticismo em relação à credibilidade e segurança do bitcoin. Por outro lado, todos passaram a ver que, nos últimos dois anos, cresceu a quantidade de empresas que adotam criptomoedas como forma de pagamento, financiamento de crédito ou reserva de capital, enquanto houve um “número crescente de clientes” interessados e questionando como poderiam realizar transações.

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“Teve impacto na gente quando os clientes passaram a dizer: eu quero ter um bitcoin ou um bitcoin no futuro porque acho que é uma reserva de valor alternativa”, afirmou ao jornal. A executiva disse ainda que o banco concluiu que o bitcoin não é uma fraude, mas que também não enxerga no ativo as características de uma moeda.

Entre os riscos, o banco vê como maior problema a ausência de regulações e garantias legais que reforcem a segurança em investimentos envolvendo bitcoin. Segundo a instituição, a maior parte da criptomoeda está em países estrangeiros, sem grande proteção regulatória e pouca legislação para prevenção de manipulação cambial.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.