Goldman espera que fluxo de gás russo a 40% para a Europa seja retomado, mas vê incerteza alta

Exportações de gás da Rússia são tanto uma decisão política/econômica quanto uma decisão técnica, reforçam os analistas do banco

Felipe Moreira

Publicidade

Se as estimativas para a economia da Europa já não eram muito positivas, a notícia da véspera de que a Gazprom cortará a partir de quarta-feira os fluxos do Nord Stream 1 (NS1) de 40% para cerca de 20% de sua capacidade gerou ainda mais temores no mercado, elevando os preços do gás natural.

O Goldman Sachs aponta que a queda nos fluxos de gás se relaciona aos comentários do presidente da Rússia, Vladimir Putin, na semana passada sobre a remoção de uma turbina do NS1, enquanto a turbina reparada trazida do Canadá ainda não foi reinstalada (argumento que a Alemanha contesta).

Enquanto espera que os fluxos NS1 sejam restaurados para uma taxa de 40% de sua capacidade, uma vez que a turbina reparada esteja habilitada a operar, analistas do Goldman acreditam que a incerteza sobre o fornecimento russo continua alta.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

“A opacidade por trás da escala dos cortes de volume via NS1, bem como a ausência de qualquer reencaminhamento conduzido pela Gazprom do fluxos através de um gasoduto alternativo para mitigar o impacto no abastecimento, sugerem que as exportações de gás da Rússia são tanto uma decisão política/econômica quanto uma decisão técnica”, afirmam os analistas.

O Goldman Sachs mantém visão de que, se o armazenamento de gás pelos países da Europa atingir 90% de capacidade até o final de outubro, como esperado pelo banco no cenário-base, diminuirá a urgência para que ocorra a destruição da demanda ocasionada pela potencial alta dos preços, permitindo que as cotações do gás caiam sequencialmente, salvo um inverno mais frio do que a média.

De qualquer forma, os analistas esperam que os preços do gás europeu acabarão sendo impulsionados mais uma vez durante o verão de 2023, com a destruição da demanda voltando ao topo das preocupações novamente na ausência de fluxos de gás russos normalizados.

Continua depois da publicidade

Ou seja, um ambiente de preços mais baixos sustentável não é provável na Europa até 2025, quando Goldman Sachs espera que o fornecimento global de gás comece a aumentar significativamente, “tornando mais fácil para a Europa construir armazenamento de gás sem ter que recorrer à destruição da demanda industrial”, avalia o banco.

Procurando uma boa oportunidade de compra? Estrategista da XP revela 6 ações baratas para comprar hoje.