Goldman corta Usiminas (USIM5), BBA eleva Brisanet (BRIT3) e JPMorgan “neutro” em Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3): as recomendações de destaque

Ainda no radar, Eleven retomou cobertura do setor farmacêutico, enquanto o JPMorgan revisou o setor de educação

Felipe Moreira

Mercado de ações/moedas (Foto: Getty Images)

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A quinta-feira (31), último dia de agosto, também é movimentada em meio às diversas recomendações de ações.

Em destaque, o Goldman Sachs cortou a recomendação de Usiminas (USIM5) para neutro, enquanto o Itaú BBA revisou o setor de provedores de serviços de internet e elevou Brisanet (BRIT3) para equivalente à compra.

A Eleven revisou o setor farmacêutico como um todo, enquanto o JPMorgan manteve recomendação neutra para Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3).

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Confira abaixo as primeiras premissas para a revisão:

Usiminas (USIM5)

O Goldman Sachs rebaixou a recomendação para ação da Usiminas (USIM5) de compra para neutro, devido à visibilidade reduzida e contínua deterioração dos lucros.

De acordo com relatório, o desempenho operacional da siderúrgica não deve melhorar antes do 1º trimestre de 2024 e será limitado por desafios contínuos e pela necessidade de investir em suas plantas de coque. Ao mesmo tempo, os lucros deterioraram mais rapidamente do que esperado e os gastos de capital devem permanecer elevados, exercendo pressão sobre a geração de caixa livre.

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O banco acredita que catalisadores positivos para uma reavaliação são improváveis no curto a médio prazo. Analistas reduziram estimativas de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 7 a 39% em 2023 e 2025 e diminuiu  preço-alvo em 18% para R$ 8,00 (potencial de alta de 15% em relação aos níveis atuais).

Educacionais: JPMorgan mantém neutro para Cogna e Yduqs

O JPMorgan mantém recomendação neutra para as ações da Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3), reconhecendo que ambas têm apresentado resultados sólidos, mas considera que estão relativamente bem precificadas em comparação com o restante do setor. No entanto, o banco não está incluindo uma reformulação do FIES em suas estimativas, o que poderia trazer um aumento adicional de 22-28% para ambas as ações.

O banco americano elevou suas projeções de receita em 6% e 10% para 2023 e 2024, respectivamente, principalmente impulsionadas pelo forte desempenho digital e também nos campi em massa, parcialmente compensado por uma redução no prêmio à medida que incorporado uma maior contribuição do FG-FIES.

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O JPMorgan também aumentou as estimativas de Ebitda ajustado em 3% e 6%, respectivamente, incorporando alguma recuperação na margem do campus em massa, parcialmente compensada por margens de prêmio mais baixas.

Para o 3º trimestre, o banco está assumindo que o Ebitda ajustado subirá 17% na base anual, no limite superior da orientação de expansão de +10% a +20%, o que levou um preço-alvo para dezembro de 2024 de R$ 25, em comparação com nosso preço-alvo anterior para dezembro de 2023 de R$ 21.

Para Cogna, o JPMorgan elevou estimativas de receita em 2% para 2023 e 2024, com expectativas maiores para a Vasta (+4% / +6%), um pouco mais altas para a Kroton e mais baixas para a Saber. Em relação ao Ebitda, o banco aumentou a previsão em 3% para 2023 em todos os segmentos, enquanto manteve quase estáveis em 2024, reduzindo um pouco as margens da Saber.

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Raia Drogasil (RADL3)

A Eleven revisou suas avaliações sobre o varejo farmacêutico.

A casa de análise acredita que o movimento de consolidação setorial ainda deve se perpetuar por bastante tempo. Nesse sentido, diz que o setor tem um player vencedor que é a Raia Drogasil (RADL3), responsável por um market share em torno de 15% e consolidando sua participação em escala nacional, presente em todas as regiões do Brasil.

Por outro lado, a Eleven destaca que o nível atual de preço da ação negociado pelo mercado implica em um valuation já bem precificado, e, portanto, mantém recomendação neutra para RADL3, com um preço-alvo de R$ 29 (potencial upside de apenas 4,3%).

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Panvel (PNVL3)

A Eleven destaca que a Panvel é dominante no setor de varejo farmacêutico da região Sul do Brasil, onde construiu ao longo de várias décadas as bases sólidas de uma barreira à entrada de novos concorrentes. Até mesmo para players com modelos de negócio eficientes e times executivos experientes encontram dificuldade em acessar as áreas do Sul do país, dominadas pela Panvel. “O valor intangível da marca que a companhia foi capaz de construir com uma estratégia muito bem definida e regionalizada, tem um peso enorme na escolha dos consumidores gaúchos sobre onde comprar seus medicamentos”, diz relatório.

Analista enxergam muito valor na disciplina estratégica da Panvel, pois entende que as vantagens competitivas tendem a ser mais regionais. Ao concentrar a localidade de suas operações, conseguem otimizar as despesas com logística, marketing, serviços e outros. No lado da demanda, são responsáveis por mais de 12% do market share dessa região, líderes absolutos nesse mercado.

Quanto ao valuation, a Eleven vê a Panvel excessivamente descontada no nível de preço atual, com múltiplos atrativos como Valor da Firma (EV)/Ebitda em torno de 5 vezes para 2024, Preço/Lucro de 19 vezes e Preço (P)/ patrimônio líquido por ação (VPA) de 1,6 vez segundo projeções. Portanto, analistas incluíram o papel dentro das top picks com recomendação de compra e preço alvo de R$ 22,60.

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Pague Menos (PGMN3)

A equipe de research da Eleven comenta que a Pague Menos está passando novamente por um turnaround, dessa vez relacionado à aquisição da Extrafarma, que além de apresentar um nível de rentabilidade menor em suas lojas, levou ao aumento da alavancagem financeira da empresa, que apresenta um nível de endividamento próximo a 4 vezes dívida líquida/Ebitda, se fizermos alguns ajustes de não recorrentes e não caixa.

Segundo analistas, esse nível de alavancagem financeira inviabilizou os planos de expansão da companhia no curto prazo, que teve que revisar para baixo o guidance de abertura de novas lojas, além de anunciarem recentemente um aumento de capital onde a General Atlantic (fundo de private equity que investe na companhia) garantiu a maior parte do aporte que deve acontecer até o fim do ano.

“Por um lado, isso contribui para a redução da alavancagem financeira da Pague Menos, mas por outro lado aumenta o risco de overhang em algum momento no futuro, pois sabemos que o mandato de fundos de private equity requer a venda dessa participação para devolver o capital investido aos seus cotistas”, explica.

A Eleven avalia que a Pague Menos está negociando em múltiplos bastante atrativos, com Valor da Firma/Ebitda em torno de 3 vez para 2024 e P/VPA de 0,8 vez, o que reflete esse maior risco operacional percebido pelo mercado. A recomendação é de compra com preço alvo de R$ 7,00.

Hypera (HYPE3)

A Eleven pontua que a origem do fluxo de caixa da Hypera é bastante diversificada, contando com mais de 400 lançamentos desde 2018 e ainda com um pipeline de lançamentos na mesma magnitude pelos próximos anos (metade desses lançamentos previstos são em extensão de linhas já existentes, e a outra metade em novas marcas e categorias). Atuam em todos os segmentos, sendo OTC (medicamentos de marca sem necessidade de prescrição) responsáveis por 47% do faturamento, RX (medicamentos de prescrição promovidos diretamente com os médicos) representam 32%, genéricos 14%, e dermocosméticos 7%.

Além disso, a maior parte dos produtos do portfólio são em medicamentos sólidos, e quando fazem medicamentos líquidos ou em gel que necessitam de uma tecnologia maior fazem parcerias com indústrias farmacêuticas de outros países.

“A companhia se beneficia também de diversos vetores de crescimento, como envelhecimento populacional com maior incidência de doenças crônicas, crescimento das grandes redes varejistas como a Raia Drogasil que possuem parceria em vendas”, ressalta Eleven.

Por outro lado, quando analisado a relação de forças entre esses agentes do mercado, é possível observar que a Hypera é responsável por cerca de 7% do faturamento da Raia Drogasil, enquanto a Raia Drogasil representa cerca de 13% do faturamento da Hypera, ou seja, o poder de barganha é favorável para a Raia Drogasil, que apesar de ajudar a impulsionar as vendas da Hypera pode pressionar as margens e capital de giro da companhia.

Em termos de valuation, a Eleven diz que a Hypera negocia com um desconto atrativo dada a qualidade da Hypera frente a outros players do setor. Analistas projetam um múltiplo EV/Ebitda em torno de 10 vezes para 2024 e um P/L em torno de 15 vezes. A Hypera é uma das top picks do setor e tem recomendação de compra e preço alvo de R$ 56.

Blau (BLAU3)

Para Eleven, a Blau enxerga um desconto razoável no preço negociado pela BLAU3, portanto tem recomendação de compra com preço alvo de R$ 26.

Segundo estimativas da Eleven, a empresa está sendo negociada a múltiplos atrativos, com EV/EBITDA em torno de 6,5 vezes para 2024 e P/L em torno de 10,5 vezes. Além disso, estimamos um dividend yield em torno de 4% pelos próximos anos.

Brisanet (BRIT3)

O Itaú BBA revisou a recomendação para o setor de provedores de serviços de internet (ISPs, na sigla em inglês) com ações negociadas na Bolsa.

A equipe de análise elevou a recomendação para ações da Brisanet (BRIT3) para outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) com um novo preço-alvo para o ano de 2024 de R$ 6 por papel e reafirmando o nome como sua principal escolha no setor.

Analistas justificaram a classificação em função da combinação de: i) crescimento sólido acima dos pares; ii) alavancagem muito saudável de 1,5 vez Dívida Líquida/Ebitda no final de 2023; iii) potencial redução de risco devido à implementação do 5G e risco ascendente para as estimativas; e iv) avaliação atraente de 9,3 vezes o Preço/ Valor da Firma para 2024.

O BBA afirma ainda que está dando à empresa o benefício da dúvida sobre o sucesso da operacionalização do 5G, ainda que com premissas conservadoras, o que torna essa questão o principal risco para a tese no curto prazo.

Desktop (DESK3)

Com relação à Desktop, o Itaú BBA permanece neutro e mantém preço-alvo de R$ 17, mas o spin-off do seu negócio de fibra poderá acrescentar potencial de crescimento.

Inicialmente, as resistências do banco em relação ao Desktop resultaram do seu crescimento orgânico mais lento e da elevada alavancagem que restringiu novas fusões e aquisições. “Embora o seu crescimento orgânico tenha sido de fato modesto, a Desktop demonstrou a sua rentabilidade, levantou capital e navegou habilmente nas principais fusões e aquisições, superando as as expectativas”, explica BBA.

Embora exista potencial para crescimento orgânico, dadas as oportunidades de consolidação e a atual taxa de absorção de apenas 23%, o banco aguarda uma reaceleração mais evidente do crescimento para reforçar as perspectivas. No entanto, o potencial spin-off do seu negócio de infraestrutura poderia desbloquear valor e capitalizar a empresa, o que torna o banco mais otimista nesta história.

Unifique (FIQE3)

O Itaú BBA tem sido conservador com a Unifique desde que começou a cobri-la, principalmente devido às perspectivas desafiadoras de crescimento orgânico da empresa.

Embora continue a ver a reaceleração do crescimento orgânico como essencial para a Unifique, analistas acredita que a implementação contínua da sua estratégia de consolidação através de fusões e aquisições, combinada com o ambiente de taxas de juro mais baixas, ajudará no futuro. Por esses motivos, o BBA atualiza o Unifique para market perform (desempenho igual a média do mercado, equivalente à neutro) e rolando o preço-alvo para o ano de 2024 em R$ 4,5 por ação.