Gol suspende operações com avião da Boeing e Vale tem base interditada; 7 balanços, 2 recomendações e mais notícias

Confira os destaques da B3 na sessão desta terça-feira (12)

Lara Rizério

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – A temporada de resultados volta a ganhar forças nesta sessão, com a repercussão dos números reportados por Direcional, Iochpe-Maxion, JSL, MDias Branco, Multiplus, PetroRio e São Carlos. As recomendações também chamam a atenção com o Banrisul tendo a cobertura iniciada pela XP com recomendação de compra e a Hypera tendo a recomendação iniciada pelo Morgan Stanley com overweight.

Atenção ainda para a Gol, que anunciou que suspendeu temporariamente o uso do modelo 737 MAX 8, da Boeing, enquanto a Vale, que suspendeu a atividade no porto de Guaíba. Confira mais destaques:

Gol (GOLL4)

A companhia aérea Gol anunciou nesta segunda que suspendeu temporariamente o uso do modelo 737 MAX 8, da Boeing, após terem ocorrido dois acidentes com aeronaves do mesmo modelo pelo mundo.

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O último acidente aconteceu neste domingo (10): a queda de um avião da Ethiopian Airlines, que deixou 157 mortos. No fim de outubro de 2018, 189 pessoas morreram em um voo da indonésia Lion Air.

Segundo comunicado divulgado pela Gol na noite desta segunda-feira, 11, não serão usados os sete modelos que fazem parte da frota da empresa. Mais cedo, o Procon havia recomendado que a companhia suspendesse as operações com esses aviões da Boeing.

Por meio de nota, a empresa “reitera a confiança na segurança de suas operações e na Boeing, parceira exclusiva desde o início da companhia em 2001”. A Gol afirma que espera que seja possível retornar a colocar essas aeronaves em atividade.

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Os clientes com viagens previstas nas aeronaves 737 MAX 8 serão reacomodados, informou a Gol.

“Apesar de ser uma das principais aeronaves a liderar o plano de expansão para frente (Boeing 737 8/10 MAX), o impacto no curto prazo ainda é limitado visto que a aeronave corresponde por percentual pequeno da oferta de assentos (pouco mais que cerca de 1% da oferta), e focado em operações internacionais”, afirma a XP Research.

O plano de frota compreende a entrada de mais de 15 aeronaves desse modelo já em 2019, no entanto previstas para começarem a entrar apenas no segundo semestre do ano. “Dessa forma, o impacto no curto prazo deverá ser limitado, e será importante monitorar a evolução das investigações sobre a existência (ou não) de um problema com a aeronave”, concluem.

Vale (VALE3)

A Vale foi notificada que a Prefeitura Municipal de Mangaratiba (RJ) determinou a suspensão temporária das atividades portuárias no Terminal da Ilha Guaíba.

O porto exportou entre 40 a 50 megatoneladas de minério de ferro nos últimos anos (12-13% do volume), mas trabalhava abaixo da capacidade após Brumadinho. Os analistas da XP Research estimam entre 10 a 20 megatoneladas à medida que 70 megatoneladas de produção estão hoje paradas.

Vale ressaltar que o fechamento do porto já aconteceu por um dia logo após o desastre de Brumadinho, no final de janeiro. A Vale declarou que possui todas as licenças necessárias para a regular operação do terminal e esperamos que a situação se normalize em breve.

“Os riscos potenciais estão sendo cada vez mais mitigados, o que gradualmente deve permitir que a ação volte a negociar com base em fundamentos. A ação da Vale segue muito descontada em relação aos pares (25%) e esperamos uma convergência gradual”, destaca a XP Research, que reitera recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 66 por ação.

Sabesp (SBSP3)

O Itaú BBA comenta a notícia de que o secretário da Fazenda do estado de São Paulo, Henrique Meirelles, reiterou ontem os planos do governo estadual de privatizar a Sabesp.

“Acreditamos que a privatização continua a depender da migração dos regulamentos de saneamento para uma estrutura federal. Acreditamos que, mesmo se a Medida Provisória 868 cair, a discussão poderá ser retomada por meio de um projeto de lei”, afirmam os analistas do banco.

Eles ressaltam que estão se tornando gradativamente mais otimistas em relação à privatização da Sabesp, mas reconhecem que ainda há muitos desafios políticos nesse processo pela frente. 

Marfrig (MRFG3)

A Marfrig anunciou que fechou acordo com parceiros para aumento conjunto de participação na norte-americana Iowa Premium. De acordo com a Marfrig, também participaram do acordo Jefferies Financial, Premium Beef, TMK, e NBPCo.

Em conjunto, os sócios posteriormente vão realizar a integralização de capital na National Beef. O controle da Iowa Premium foi comprado da Sysco Holdings pelo valor total de US$ 150 milhões.

A participação proporcional da NBM, unidade da Marfrig na transação, é de US$ 76,5 milhões. O saldo remanescente será pago proporcionalmente pelos demais sócios. Também foi firmado um contrato de fornecimento de longo prazo para Sysco, por cinco anos.

Com um faturamento de US$ 644 milhões em 2018, Iowa Premium é uma empresa sediada na cidade de Tama, Iowa, com capacidade de abate de 1.100 cabeças/dia. A Iowa Premium trabalha apenas com animais de alta qualidade (Black Angus), de acordo com a Marfrig.

Multiplus (MPLU3)

A empresa de programas de fidelidade Multiplus lucrou R$ 119,5 milhões no quarto trimestre de 2018, uma alta de 26,5% na base de comparação anual. Já a receita líquida somou R$ 213,5 milhões, alta de 20,4% quando comparado com 2017.

A receita financeira líquida somou R$ 17,2 milhões, queda de  30% contra o ano anterior.

M.Dias Branco (MDIA3)

A M. Dias Branco encerrou o quarto trimestre com um lucro líquido de R$ 139,8 milhões, uma queda de 30,8% ante os R$ 201,9 milhões registrados um ano antes.

Enquanto isso, a receita líquida avançou 15,8% no mesmo período, para R$ 1,58 bilhão. No acumulado de 2018, o lucro foi de R$ 723,5 milhões, queda de 14,3%.

O Itaú BBA avaliou os resultados como negativos, com o Ebitda 12% abaixo das estimativas. “Já esperávamos um trimestre difícil, já que a MDias Branco está com custos de trigo mais altos do que os seus concorrentes, mas o desempenho da receita ficou bem abaixo da nossa expectativa”, afirmaram os analistas. 

Iochpe Maxion (MYPK3)

 A Iochpe-Maxion fechou o quarto trimestre com lucro líquido de R$ 76,7 milhões, uma alta de 549,5% em um ano, enquanto a receita líquida avançou 25,6% no mesmo período, para R$ 2,45 bilhões. O Ebitda, por sua vez, subiu 22% e atingiu R$ 242,5 milhões entre outubro e dezembro do ano passado.

O Credit Suisse avaliou os resultados da companhia como mistos, com uma receita 3% acima do consenso, mas com uma queda relevante na margem Ebitda (10,1% – queda de 2,4 pontos percentuais).

Os analistas do banco já haviam destacado que a rentabilidade pior tinha sido antecipada pelo mercado e que pode ser justificada principalmente pela piora de resultado na holding company que foi afetada por férias coletivas e management fees. Os analistas reduziram o preço-alvo de R$ 30,00 para R$ 28,00 implicando uma margem Ebitda de 12% e 0% de chance de controle de capital na Turquia.

Vale ressaltar que aproximadamente 30% da receita bruta do grupo nos últimos três anos veio diretamente da Turquia. A empresa possui uma fábrica no país, em Manisa, desde 2012 – e as operações locais são altamente rentáveis.

PetroRio (PRIO3)

A PetroRio registrou um lucro líquido de R$ 60,162 milhões no quarto trimestre de 2018, revertendo o prejuízo de R$ 16,657 no mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, o lucro foi 302,9% maior, para R$ 204,875 milhões. 

A receita total nos últimos três meses de 2018 subiu 38,3% na comparação anual, para R$ 267,73 milhões; no ano, o aumento foi de 59%, para R$ 848,92 milhões. 

“Foi um ano de desempenho recorde nos mais diversos indicadores. Durante o ano, vendemos quase R$ 850 milhões em óleo e gás natural, um aumento de 60% em relação a 2017. Conseguimos entregar o melhor resultado operacional da história da Companhia, além de reconhecer R$ 204 milhões de lucro líquido. Mais uma vez, comprovamos o sucesso do processo de turnaround vivido pela PetroRio desde 2014”, destacou a companhia em carta aos investidores. 

Direcional (DIRR3)

A Direcional reverteu o prejuízo líquido de R$ 61,88 milhões dos últimos três meses de 2017 e teve lucro líquido de R$ 18,2 milhões no mesmo período do ano passado. Enquanto isso, a receita líquida teve alta de 131,8%, para R$ 393 milhões. 

A Direcional teve caixa de R$ 23,8 milhões no trimestre e, no ano, teve o valor recorde de R$ 363 milhões. A alavancagem medida por dívida líquida sobre patrimônio líquido ficou em 9,9%.

De acordo com o Credit Suisse, a Direcional reportou bom resultado, com o alto giro de ativo fazendo com que os lucros ficassem acima das expectativas e indicando um bom ritmo em relação à melhora do ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido).

A Direcional também anunciou pagamento de dividendo de R$ 56 milhões (4% de yield) para chegar nos 40% de FCF e  os analistas do Credit enxergam espaço para mais à medida que a empresa monetize o estoque de renda média. 

Vulcabras  (VULC3

A Vulcabras Azaleia teve um lucro líquido de R$ 46,2 milhões no quarto trimestre de 2018, para R$ 46,2 milhões. 

A receita líquida subiu 12,5% no quarto trimestre de 2018, passando de R$ 314,6 milhões para R$ 354 milhões.

O Ebitda, por sua vez, totalizou R$ 69,1 milhões nos últimos três meses de 2018, 1,8% menor na base anual. 

A Vulcabras reportou resultados em linha com nossas expectativas, destaca o Bradesco BBI, confirmando dois pontos importantes do case de investimentos. 

“Primeiro, um ponto de inflexão no volume da marca de calçados esportivos da Olympikus no Brasil, depois de vários trimestres de fraqueza significativa; segundo, um ponto de inflexão na margem bruta que deve continuar, impulsionada pela redução da capacidade ociosa”, destaca o Bradesco BBI, que mantém recomendação outperform para os papéis e preço-alvo de R$ 11 para os ativos, o que configura um potencial de valorização de 37% frente o fechamento de segunda. 

JSL (JSLG3)

A JSL teve lucro líquido de R$ 60,6 milhões no quarto trimestre de 2018, 605% acima quando comparado aos R$ 8,6 milhões registrados no mesmo período de 2017.

A receita líquida no período, por sua vez, somou R$ 2,1 bilhões, alta de 21% na comparação anual. O Ebitda totalizou R$ 432,5 milhões, alta de 41,4%. Já a margem Ebitda foi para 25,5%, aumento de 3,1 pontos percentuais.

O Bradesco BBI ressalta que o Ebitda da companhia bateu as estimativas em 8% em meio às fortes receitas e venda de uma concessão de ônibus. Os analistas mantiveram a recomendação outperform para os papéis, com preço-alvo sendo elevado de R$ 8 para R$ 11. 

Bombril (BOBR3)

A Bombril informou ontem a renúncia de seu diretor-presidente, Ricardo dos Santos Oliveira. Assim, o Conselho de Administração elegeu Wagner Brilhante de Albuquerque para o cargo, que acumula o cargo com o de diretor financeiro e de relações com investidores. Marcus Fraga Rodrigues também foi eleito como diretor jurídico. Os mandatos vão até 10 de março de 2020. 

São Carlos (SCAR3)

A São Carlos registrou prejuízo recorrente de R$ 600 mil, uma queda de quase 78% na comparação anual. O Ebitda recorrente, por sua vez, teve baixa de 3,1%, para R$ 40,4 milhões, enquanto a receita bruta com locações teve redução de 3,1%, a R$ 62,9 milhões. 

De acordo com o Bradesco BBI, a São Carlos publicou resultados neutros. Os principais destaques foram a receita líquida atingiu R$ 59 milhões, o FFO (Fluxo de Caixa Operacional – soma do lucro líquido ajustado, depreciação e amortização) chegou a R$ 10 milhões (alta de 26% na base anual, mas ainda representando baixa rentabilidade); e 3) as recompras de ações atingiram R$ 2,5 milhões no quarto trimestre de 2018. 

“Apesar de pequenas melhorias nas métricas operacionais da SCAR3, permanecemos cautelosos quanto à exposição da empresa ao Rio de Janeiro, uma vez que as condições de mercado na cidade continuam desafiadoras, principalmente em relação à vacância e aos preços dos aluguéis”, afirmam os analistas. A recomendação dos analistas para o banco segue underperform (desempenho abaixo da média do mercado) com preço-alvo de R$ 28, o que configura uma queda de 10% frente a cotação da segunda-feira. 

Banrisul (BRSR6

A XP Research iniciou cobertura para as ações do Banrisul com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 34,00, o que configura um potencial de alta de 32,8% em relação ao fechamento de segunda-feira.

A equipe de análise ressalta ter uma visão positiva para bancos e acredita que o BRSR seja destaque por: i) expectativa de forte crescimento de lucros, uma vez que o banco normalizou a qualidade de seus ativos e possuí espaço para expandir a carteira de crédito e aproveitar as oportunidades de fidelização de sua base de clientes; ii) captação diferenciada:, uma vez que o BRSR apresenta razão de empréstimos sobre depósitos de 67% (versus média de 124% dos pares) e um acesso amplo e barato à captação de varejo; iii) uma recuperação da situação fiscal do Rio Grande do Sul (RS), através de reformas, Plano de Recuperação Fiscal e privatizações e iv) valuation atrativo, negociando a um desconto de 40% versus os pares privados e 16,5% versus o Banco do Brasil (BBAS3).

Hypera (HYPE3)

A Hypera teve a cobertura iniciada pelo Morgan Stanley com recomendação overweight (exposição acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 33.

“A recuperação na receita e as margens podem não vir até 2020, mas achamos que é apenas uma questão de tempo. Nós vemos um ponto de entrada atrativo para os investidores de longo prazo”, afirmam os analistas. 

CCR (CCRO3)

O consórcio Viamobilidade – linha 15, formado pela CCR e pela Ruasinvest Participações – venceu o leilão de concessão da linha 15-Prata de monotrilho, realizado na tarde desta segunda-feira, 11, em São Paulo. Os sócios, únicos proponentes do certame, ofereceram um valor de outorga fixa da concessão de R$ 160 milhões, o que corresponde a um ágio de 0,59% ante o lance mínimo estabelecido no edital, de R$ 159 milhões.

A linha 15 – Prata funciona desde agosto de 2014 entre duas estações, Vila Prudente e Oratório, em um trecho de 2,9 quilômetros, incluindo o pátio de manobra. Em abril de 2018 foram entregues, para operação assistida, outras quatro estações, com cerca de 5 quilômetros: São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói e Vila União.

De acordo com o site do Metrô São Paulo, outras quatro estações – Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus – estão em fase de finalização de acabamentos e montagem dos sistemas, tais como alimentação elétrica e telecomunicações, com previsão de entrega.

Segundo o mais recente relatório de empreendimentos, datado de janeiro, a previsão é de que estas estações sejam entregues entre outubro e dezembro deste ano. Um trecho adicional até a Estação Jardim Colonial (antiga Iguatemi) está previsto para ser construído até o segundo semestre de 2021.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.