Giannetti critica privatização para cobrir rombo: “não se vende a prata para a família jantar fora”

"O pacote de privatizações foi anunciado sem discussão ou debate, com a visão de fazer caixa para cobrir déficits fiscais de gastos correntes", disse

Estadão Conteúdo

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O economista Eduardo Giannetti disse que os princípios da privatização são apoiados em argumentos sólidos, visto que a gestão privada poderá alcançar resultados superiores aos da gestão pública, mas esse processo não deve ser feito de forma a cobrir, temporariamente, as contas fiscais do governo. “Não se vende a prata para a família jantar fora”, destacou o economista, em entrevista coletiva, após participar do Congresso Internacional de Mercados Financeiros e de Capitais, organizado pela B3.

“O pacote de privatizações foi anunciado sem discussão ou debate, com a visão de fazer caixa para cobrir déficits fiscais de gastos correntes”, disse. Ainda sobre os anúncios, incluindo o da Eletrobras, Giannetti avalia que os mesmos foram feitos para desviar a atenção e gerar ânimo artificial no mercado financeiro. “Anunciaram sem nem ter a condição de executar, sendo altamente improvável que se chegue a um meio-termo neste mandato-tampão”, destaca.

No mesmo evento, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o pacote de privatizações e concessões anunciado na semana passada é factível de ser cumprido ainda no governo Temer, ou seja, até o fim do ano que vem.

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Já existe, disse Meirelles, interesse dos investidores nos ativos, como na própria Eletrobrás e na Lotex. Ele citou a reação do mercado após o anúncio da privatização da estatal. “Os investidores estão acreditando que será viável”, disse. A ação da Eletrobrás subiu cerca de 50% no dia seguinte ao anúncio da desestatização. O ministro também afirmou que todo o processo está em ritmo acelerado. “Isso é muito importante e pode vir a ser como foi o do setor de telecomunicações da década de 1990 ou ter até um impacto maior.”

Segundo o ministro, a decisão de privatizar a Casa da Moeda deve-se ao fato de que ela precisará de investimentos, visto que a tecnologia tem mostrado que até mesmo a utilização de cédulas pode deixar de existir. “É uma modernização do País”, disse. Ele lembrou que a Casa da Moeda produzia três milhões de cédulas e agora produz um milhão e que a realização de licitações para comprar moedas é uma prática comum em outros países.

Sobre a privatização do aeroporto de Congonhas, o ministro afirmou que no terminal de Guarulhos, após a privatização, o atendimento melhorou e que para Congonhas serão feitas todas as exigências necessárias.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.