Gestores projetam Ibovespa a 189 mil pontos ao fim de 2026 e apontam ações preferidas

Respostas em pesquisa do BBA indicam uma melhora no humor comparado à sua última pesquisa

Lara Rizério

(Shutterstock)
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O Itaú BBA fez uma pesquisa com 127 investidores institucionais entre os dias 28 de novembro e 5 de dezembro, destacando as suas perspectivas e expectativas para o mercado de ações brasileiro nos próximos anos.

As respostas dos investidores indicam uma melhora no humor comparado à sua última pesquisa (de meados de agosto) e, quando perguntados sobre a expectativas para a pontuação do Ibovespa ao final de 2026, a média das respostas indicou aproximadamente 189 mil pontos.

Ao olhar para a alocação dos investidores, os estrategistas do BBA ressaltam os setores elétrico/saneamento e grandes bancos como principais acima do peso do índice (overweight).

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Além desses, vê o setor de construção sendo o terceiro mais votado, enquanto o segmento de saúde foi menos votado como preferência pelos investidores, quando comparado à nossa última edição.

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Olhando para os próximos seis meses, 78,7% dos investidores têm uma visão positiva para as ações brasileiras, 16,5% são neutros e apenas 5% enxergam um cenário negativo.

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Em uma escala de 0 (pessimista) a 10 (otimista), a média desta edição foi de 7,18, acima da anterior.

Ao levar em conta o provável início de um ciclo de afrouxamento monetário, a maioria dos investidores avalia que a Selic deve ficar entre 12% e 12,5% até o fim de 2026, comparado com o patamar atual de 15%.

Os locais enxergam mais espaço para cortes, enquanto estrangeiros mantêm uma postura mais conservadora.

Quando perguntados sobre as expectativas para as curvas de juros nominais de 10 anos, os investidores acreditam que essas podem ceder cerca de 1 ponto porcentual.

Ao falar dos principais fatores para o Brasil, política local e curvas de juros continuam no centro das atenções. No cenário global, o risco mais votado pelos investidores foi de uma possível correção no setor de tecnologia e inteligência artificial. Contudo, há expectativa de fluxos estrangeiros positivos para o Brasil, tanto considerando um crescimento da indústria de mercados emergentes, quanto no aumento da alocação desses investidores no Brasil.

Ações mais citadas

As ações mais citadas pelos investidores, Nubank (BDR: ROXO34), Axia (AXIA3), BTG (BPAC11), Localiza (RENT3) e Itaú (ITUB4) lideram as preferências, com destaque para Localiza, apontada como a de maior potencial de retorno nos próximos seis meses.

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O Top 10 ganhou novos nomes: Localiza, Bradesco (BBDC4), Mercado Livre (BDR: MELI34) e Cyrela (CYRE3) entraram, substituindo Sabesp (SBSP3), Copel (CPLE3), Rede D’Or (RDOR3) e Direcional (DIRR3). Equatorial (EQTL3) e PRIO (PRIO3) completam a lista.

“O setor elétrico/ saneamento ainda é majoritariamente detido por investidores locais; o setor de construtoras subiu para a terceira posição nas preferências, impulsionado por investidores de São Paulo”, avalia o BBA. Enquanto isso, as financeiras não bancárias são menos preferidas por investidores de São Paulo, enquanto os gestores de multimercados/hedge funds estão mais posicionados em consumo/varejo do que os gestores long only (gestores que só fazem posições compradas, ou seja, investem esperando que os ativos subam de preço).

O segmento de saúde perdeu espaço (7% versus 18,3% na pesquisa anterior). O banco continua vendo setores ligados a commodities no topo da lista de underweights (alocação no setor inferior ao índice), liderado por óleo e gás, seguido por mineração e siderurgia, educação, e papel e celulose.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.