Gestores minimizam ruído com Bolsonaro e mantêm aposta em Banco do Brasil

O apelo de Bolsonaro para que o Banco do Brasil reduza as taxas de juros para o setor agrícola elevou a preocupação sobre possível interferência política

Bloomberg

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(Bloomberg) — Alguns dos principais gestores de fundos no Brasil já aprenderem a não levar os comentários do presidente Jair Bolsonaro ao pé da letra, um ceticismo que, por ora, tem beneficiado o maior banco da América Latina em ativos: Banco do Brasil (BBAS3).

Na segunda-feira, o apelo de Bolsonaro para que o Banco do Brasil reduza as taxas de juros para o setor agrícola elevou a preocupação sobre possível interferência política e trouxe algum nível de desconforto entre investidores. As ações do banco chegaram a reverter os ganhos após as declarações do presidente e encerraram o dia perto da estabilidade, a R$ 49,37.

“Valuation e fundamentos ainda dominam”, disse Leonardo Rufino, gestor de portfólio da Pacifico Gestão de Recursos. “Cada fala dessa é uma oportunidade para o mercado lembrar que empresa estatal é uma aposta mais arriscada, mas a ação ainda está barata,” disse. As ações do Banco do Brasil estão sendo negociadas a 8,4 vezes o lucro estimado, contra 9,5 vezes para as ações ordinárias da Banco Bradesco, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

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De acordo com João Braga, da XP Asset Management, o Banco do Brasil deve se beneficiar da recuperação esperada da economia brasileira, assim como a potencial venda de ativos do banco. “A fala de Bolsonaro não soou como imposição e eu a vejo com bem menos preocupação”, disse Braga. “Se a ação caísse muito por causa disso, eu compraria.”

O Banco do Brasil subiu 16% desde a eleição de Jair Bolsonaro em outubro passado, com o papel transformando-se em um “queridinho” dos investidores, diante das expectativas de lucro maior e mais vendas de ativos. O presidente do banco, Rubem Novaes, já disse que ativos que não tenham sinergia com operações do banco serão “desinvestidos”.

Greg Lesko, gestor da Deltec Asset Management, em Nova York, atualmente não tem exposição às ações do Banco do Brasil, já que prefere pagar um prêmio a seus pares privados, especialmente ao Bradesco (BBDC3;BBDC4), para evitar maior risco político. Ainda assim, Lesko monitora qualquer possível deterioração nas ações do banco. “Minha esperança é que isso seja barulho e, se virmos uma fraqueza significativa, posso procurar acrescentar” o papel, disse Lesko.

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