Gestor anti-Herbalife não convence em apresentação e ações sobem 17%

Posicionado para lucrar com a queda das ações da Herbalife, Bill Ackman disse que a Pershing Square Capital investigou mais de 240 clubes da empresa em vários países

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Os clubes de nutrição da Herbalife perderam US$ 12 mil por ano, em média, afirmou Bill Ackman, chefe do hedge fund Pershing Square Capital Management, em uma das principais apresentações de sua carreira. Porém, Ackman ainda não convenceu os investidores: após cair 11% ontem, as ações registram fortes ganhos na NYSE (New York Stock Exchange) hoje.

Durante evento em Nova York, no AXA Equitable Center em Manhattan, Ackman fez as declarações em linha com sua campanha de dois anos contrária à empresa de suplementos e shakes de emagrecimento. Posicionado para lucrar com a queda das ações da Herbalife, Ackman disse que a Pershing Square Capital investigou mais de 240 clubes da empresa em vários países. 

O executivo voltou a acusar a Herbalife de atuar ilegalmente em um esquema de pirâmide e gastou cerca de US$ 50 milhões para investigar a companhia, pressionar os reguladores a fecharem unidades da empresa e realizar apresentações públicas para disseminar suas suspeitas. O discurso está sendo exibido em seu website e chegou a ter mais de 10 mil pessoas assistindo. Para Ackman, os esquemas de pirâmide são difíceis de se provar e levam um longo tempo. O gestor também destacou que, se fosse integrante da SEC (Securities and Exchange Comission), iria prestar atenção no programa de compras de ações da companhia. 

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A Pershing acusa a Herbalife de deturpar números de vendas e de vender produtos com base em preços inflacionados. Reguladores norte-americanos estão investigando as acusações.

“Temos total confiança de que cumprimos tudo dentro dos regulamentos”, afirmou a Chief Financial Officer (CFO, na sigla em inglês) da Herbalife, John Desimone. 

Até o momento, as declarações do executivo não foram levadas em consideração pelos mercados, já que os papéis da Herbalife estão entre os destaques de alta na Bolsa de Nova York. Os papéis se valorizavam 15,51% e eram negociados a US$ 62,40, após chegarem a registrar valorização superior a 17%. Ontem, logo após a fala de Ackman ontem, as ações da companhia chegaram a cair 11%.

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(Com Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.