Gerdau (GGBR4): após onda de ceticismo, Bradesco BBI mantém visão positiva e lista 8 motivos para comprar a ação

Banco destacou razões pelas quais continua construtivo com o papel e o porque reafirmou sua recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 40

Felipe Moreira

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O mês de fevereiro marcou uma virada de percepção do mercado sobre as ações da Gerdau (GGBR4), siderúrgica produtora de aços longos e que tem enfrenta uma onda de revisões para baixo em suas estimativas de resultados. No último dia 9, Goldman Sachs e JPMorgan rebaixaram os papéis GGBR4 para neutra, levando a uma queda de quase 8% dos ativos na sessão.

O Bradesco BBI também notou que, depois dos rebaixamentos de recentes e interações com o mercado, há certo ceticismo com relação à Gerdau, em meio à fraca demanda por aços longos e descontos nos preços domésticos.

Apesar disso, o banco destacou 8 principais razões pelas quais continua construtivo com o papel e o porque reafirmou sua recomendação de compra e preço-alvo de R$ 40, o que implica em potencial de valorização de 38,6% frente à cotação de fechamento de quinta-feira (16), de R$ 28,86.

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Em primeiro lugar, analistas veem espaço para aumentos de preços de aços longos no Brasil a partir de março ou abril, já que os preços domésticos já estão sendo negociados com um amplo desconto de aproximadamente 15% em relação ao material importado, enquanto players menores estão supostamente trabalhando com margens muito pressionadas.

Em segundo lugar, o BBI destacou riscos de alta nos preços internacionais do aço, impulsionados pela queda nas exportações de aço da Turquia e da China. Isso deve aumentar o impulso dos preços no Brasil e nos EUA.

Para o banco, em terceiro lugar, os volumes melhoram sazonalmente após o primeiro trimestre, enquanto os aumentos de preço e os custos mais baixos de insumos/manutenção devem impulsionar a expansão da margem.

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No quarto lugar, a menor demanda de sucata turca resulta em preços de sucata dos mais baixos EUA, o que acaba implicando em spread de metal dos EUA mais alto. “O recente terremoto na Turquia deve impactar a produção doméstica de aço e, portanto, as importações de sucata (sendo os EUA a principal fonte de importação de sucata para a Turquia)”, diz o relatório.

Em quinto lugar, as ações da Gerdau são negociadas com um desconto muito amplo, de 50% para os pares dos EUA (contra 12% da média histórica), a 3,6 vezes o múltiplo do valor da empresa sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EV/Ebitda) esperado para 2023, o que analistas veem como injustificado, especialmente devido ao sólido desempenho operacional da Gerdau nos EUA nos últimos anos.

Analistas também apontaram, em sexto lugar, que o EV por tonelada (t) da Gerdau está atualmente em US$ 554 por tonelada, um desconto de 15% em relação à média histórica de US$ 637 a tonelada, enquanto o Ebitda/ton em 2023 deve ser de US$ 243/t e o “novo normal” US$ 200/t, contra a média histórica de US$ 160/t .

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No sétimo lugar está a remuneração aos acionistas, com dividendos e recompras projetados representando cerca de 15,5% do valor de mercado em 2023, acima de seus pares na América Latina (média de 4%) e nos EUA (média de 5%).

Por fim, o BBI destacou como oitavo ponto que os investidores brasileiros (principalmente) mantém baixa alocação na ação, enquanto nossa percepção é que o posicionamento dos investidores internacionais é no máximo “neutro” – ou seja, em linha com o peso do ativo no Ibovespa.