Gerdau e SulAmérica têm recomendações elevadas, fundo de olho na BRF, má notícia na Smiles e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (7)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O noticiário corporativo tem como destaque as elevações de recomendações de Gerdau e SulAmérica por bancos, além da possibilidade de fundos estarem interessados pela BRF após a queda das ações. A notícia negativa da Smiles e três resultados também são destaque no radar. 

Gerdau (GGBR4) e mais recomendações

O Bradesco BBI elevou a recomendação para Gerdau e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) a outperform (desempenho acima da média do mercado) com os analistas apontando que, apesar de ter perdido parte do rali das ações, avaliam que a demanda para aços longos está no ponto de inflexão no Brasil (com alta de 5% em 2018 e de 10% em 2019). Portanto, avaliam, estão com maior confiança na capacidade da companhia em aumentar preços e levar margens para o nível de 20% versus 15% em 2017. 

O banco ressalta que não está incorporando nenhum impacto do maior protecionismo americano no modelo, que traria um potencial de valorização de 5% a 7% no preço-alvo. Mas, mesmo assim, há espaço para expansão de margem nos EUA já que o nível de importações não deve recuperar dos níveis atuais. O preço-alvo para Gerdau é de R$ 21,00. 

Ainda no radar de recomendações, a SulAmerica foi elevada a ’compra’ pelo Santander, com preço-alvo de R$ 26. 

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Smiles (SMLS3)

A sessão promete ser negativa para a Smiles.  A companhia afirmou que espera atingir alta de 10% a 16% na receita líquida em 2018 e que planeja pagamento de dividendos aos acionistas em 2019 correspondente a 25% do lucro líquido. 

Em comunicado ao mercado, a Smiles afirma que está “trabalhando para melhorar suas operações e relocar capital para oportunidades de maior retorno esperados…em um mercado de fidelidade cada vez mais competitivo”. A companhia acrescentou que a retenção de 75% do lucro líquido servirá também para “limitar potenciais impactos da crescente volatilidade e melhorar o balanço e a qualidade de crédito”.

Segundo os analistas do BTG Pactual, o anúncio foi uma surpresa, uma vez que a Smiles é pagadora histórica de dividendos, com uma distribuição geralmente em torno de 100%; o banco colocou a recomendação sobre revisão. Já o Itaú BBA manteve recomendação outperform, mas destacou um impacto negativo nos papéis.  

A companhia ainda espera alta do faturamento bruto entre 12% a 18%, da receita líquida entre 10% a 16% e que a margem direta de resgate seja entre 37% a 43%.

BRF (BRFS3)

O noticiário segue movimentado para a BRF. A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota da BRF de “Ba1” para “Ba2” e manteve a perspectiva em negativo, sinalizando que novos cortes podem ocorrer nos próximos meses.

Já o Estadão informa que investidores estratégicos e financeiros voltaram a avaliar a possibilidade de adquirir uma participação relevante na companhia. A combinação de queda das ações da companhia, racha no conselho da empresa e o novo desdobramento da operação Carne Fraca está derrubando o valor de mercado da companhia, atraindo interessados em comprar uma fatia no negócio. O Estadão apurou que o fundo Temasek, veículo de investimento do governo de Cingapura, está em conversas com a empresa de agronegócio Continental Grain, que tem abate de aves nos EUA, e o grupo de investimento Olayan para um possível investimento na companhia.

Uma fonte do jornal a par do assunto afirmou que a Temasek analisa BRF há pelo menos cinco anos e considera o ativo estratégico no mercado internacional. Nesses últimos meses, quando as desavenças entre os membros do conselho da BRF ainda não tinham se tornado públicas, Temasek se aproximou da Olayan, que tem forte atuação no Oriente Médio, e da Continental para fazer uma proposta pela companhia brasileira, maior exportadora global de frango.

Com as recentes turbulências, contudo, esses investidores agora avaliam, antes de se posicionarem, como será conduzida a troca do conselho de administração, que será discutida no dia 26 de abril, e o processo de recuperação da BRF, que tem registrado resultados decepcionantes pelo segundo ano consecutivo, afirmou uma fonte próxima à Temasek.

Procuradas, BRF e Temasek não comentaram. Por telefone, a Olayan disse que não tinha um porta-voz para comentar. Já a Continental Grain não retornou os pedidos de entrevista do jornal. 

Vale (VALE3)

O conselho da Litel – que reúne fundos de pensão, BNDESPAR, Mitsui e Bradespar – convocou assembleia extraordinária para deliberar no dia 21 de março sobre a redução de capital na mineradora Vale, mediante venda de cerca de 201 milhões de ações ordinárias da empresa para seus acionistas, os fundos de pensão. Segundo o Credit Suisse, desse montante, a Previ teria fatia direta de 162 milhões de ações (cerca de R$ 7,1 bilhões), a Funcef teria 23 milhões de ações (R$ 1 bilhão), a Petros teria 14 milhões (R$ 610 milhões) e a Funcesp 1,9 milhão (R$ 82 milhões). 

Gol (GOLL4)

A Gol encerrou o quarto trimestre de 2017 com lucro líquido de R$ 63,9 milhões, revertendo a perda de R$ 30,2 milhões registrada em igual período de 2016, no critério antes da participação minoritária da Smiles. No ano, a aérea acumulou ganho líquido de R$ 378,2 milhões, configurando uma queda de 65,7% sobre R$ 1,102 bilhão em 2016.

Se considerando o critério depois da participação minoritária, o lucro líquido da companhia atingiu R$ 5,7 milhões entre outubro e dezembro do ano passado, revertendo os R$ 102,9 milhões negativos anotados em igual período de 2016. Também seguindo esse critério, o lucro líquido da Gol somou R$ 19,2 milhões em 2017, 97,7% abaixo do reportado no ano anterior. A Gol reportou ainda um lucro líquido ajustado, antes dos minoritários, de R$ 192,4 milhões no quarto trimestre de 2017, contra os R$ 30,2 milhões negativos registrados um ano antes. Nesse critério ajustado, o ganho no ano passado foi de R$ 506,7 milhões, 54% menor que o de 2016, de R$ 1,102 bilhão.

Se considerada a participação minoritária, o lucro ajustado do último trimestre foi de R$ 134,2 milhões, contra prejuízo de R$ 100 mil um ano antes. Em 2017 esse lucro alcançou R$ 147,7 milhões, ante R$ 3,2 milhões em 2016. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em R$ 531,6 milhões no quarto trimestre de 2017, correspondendo a um aumento de 66,1% ante o mesmo intervalo de 2016, de R$ 320,1 milhões. A margem Ebitda cresceu para 17,8%, comparada a 12% há um ano.

Com isso, o Ebitda da Gol fechou 2017 em R$ 1,495 bilhão, 30,7% acima de 2016, com margem Ebitda de 14,1%, maior que a de 11,6% um ano antes.

Ouro Fino (OFSA3)

A Ouro Fino reverteu um prejuízo de R$ 12,1 milhões no quarto trimestre de 2016 e  registrou um lucro líquido de R$ 22,6 milhões em igual período de 2017. No acumulado do ano, o lucro líquido foi de R$ 37,9 milhões, após prejuízo de R$ 5,3 milhões em 2016.

A receita líquida da companhia subiu 64,5% nos últimos três meses de 2017 na comparação anual, passando de R$ 98,5 milhões para R$ 162 milhões. Em 2017, a alta foi de 10,7%, a R$ 505,3 milhões. Já o Ebitda foi de R$ 38,9 milhões no último trimestre de 2017, revertendo o resultado negativo em R$ 5,4 milhões do mesmo período do ano anterior. Em 2017, o Ebitda foi de R$ 91,3 milhões, alta de 196,4% ante os R$ 30,8 milhões de um ano antes.

Arezzo (ARZZ3)

A Arezzo registrou lucro líquido de R$ 55,3 milhões, superando estimativa média do mercado de R$ 39,2 milhões, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A receita líquida no trimestre foi de R$ 363,6 milhões, praticamente em linha com os R$ 366,8 milhões estimados, enquanto o Ebitda foi de R$ 54,5 milhões, ante estimativa de R$ 57,4 milhões, com margem de 15%. 

Vulcabrás (VULC3)

A Vulcabras Azaleia teve lucro líquido de R$ 45,4 milhões no quarto trimestre de 2017, 233% superior frente o lucro líquido de R$ 13,6 milhões registrado no mesmo período de 2016.  No ano, o lucro líquido totalizou R$ 188,9 milhões, alta de 429% sobre os  R$ 35,7 milhões de um ano antes.

Já a receita líquida subiu 2,4% no trimestre, a R$ 314,6 milhões, frente aos R$ 307,1 milhões na comparação com os últimos três meses de 2016. Para 2017, a receita líquida foi de R$ 1,26 bilhão, 11,4% superior ante os R$ 1,13 bilhão em 2016. O Ebitda foi de R$ 70,4 milhões, 25,0%  superior frente o Ebitda de R$ 56,3 milhões do quarto trimestre de 2016. Para 2017, o Ebitda foi de R$ 296,5 milhões,  alta de 59,0% ante os R$ 186,5 milhões de 2016.

A Vulcabras entregou um quarto trimestre sólido, segundo o Credit Suisse, apontando que o crescimento da receita não foi muito forte, mas aparentemente ja era esperado pelo mercado, principalmente em função da desaceleração das vendas em outubro. “O avanco do Ebitda e do lucro líquido foram consideráveis e mostram uma boa consistência na execução”, apontam os analistas, que destacam que a estratégia de monitoramento de sell out parece correta e deve evitar risco de excesso de estoques em 2018. 

“Continuamos com nossa visão construtiva para o papel e enxergamos Vulcabras como uma das opções mais baratas dentro de um setor que negocia a múltiplos bem mais altos; acreditamos que a empresa seja um bom veículo para capturar a recuperação doméstica”, apontam os analistas do banco. 

TIM (TIMP3)

A TIM Brasil divulgou o seu plano estratégico para o período de 2018 a 2020, quando pretende realizar investimentos (capex) de aproximadamente R$ 12 bilhões. Nesse período, a companhia dará ênfase aos planos de telefonia móvel pós-pago e serviços de banda larga, combinados a corte de custos operacionais, para dar suporte ao crescimento da receita e do lucro, segundo apresentação publicada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

No plano até 2020, a operadora prevê que a receita com serviços cresça em um patamar em torno de 5% a 9%, ou ‘mid to high single‘, conforme descreve em documento. Para 2018, a meta é de expandir a receita com serviços em 5% a 7%. 

Para o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização), a TIM conta com uma margem de 40% ou mais até 2020. Já neste ano, a previsão é de um crescimento do Ebitda na ordem de dois dígitos.

Segundo a TIM, seu foco será a contínua expansão da infraestrutura dos serviços fixos e móveis para melhorar a experiência dos consumidores. Até 2020, a companhia prevê levar a cobertura 4G para mais de 4,2 mil municípios do País, chegando a atender 96% da população urbana. No mesmo período, a previsão é de chegar a 13 cidades com ultra banda larga fixa via tecnologia FTTH.

Na linha das iniciativas para ganho de eficiência e corte de custos, a TIM prevê que a digitalização no atendimento ao cliente será a principal iniciativa, com aumento de 80% nas interações digitais, como envio e pagamento de faturas. Com isso, a previsão é de economia de R$ 500 milhões até 2020.

A TIM informou ainda que, excluindo a aceleração adicional dos negócios de banda larga WTTx e Live, o custo operacional (opex) deverá crescer abaixo de 2% no período, o que deve representar uma evolução abaixo da inflação. Por enquanto, o crescimento estrutural da rede e dos clientes pós-pagos continua impactando os custos considerando a aceleração esperada na atividade comercial.

Segundo o Bradesco BBI, o guidance 2018-2020 foi melhor que esperado e mostra que o momentum de ganhos da companhia deve continuar. 

Tarpon (TRPN3)

A Somos Operações Escolares, do Grupo Tarpon, teve aval do Cade à aquisição de quota de 51% do Centro de Educação Integrada de pessoas físicas em operação sem restrições, segundo parecer publicado no website do conselho.

Como desdobramento do negócio, CEI passará a deter a integralidade do capital social da Escola Infantil Primeiros Passos e da SL Noventa Centre Educacional
Operação viabiliza a expansão das atividades de prestação de serviços de educação básica do Grupo Tarpon na Região Nordeste do país, pelo ingresso no mercado de educação da cidade Natal (RN), segundo informações do parecer do Cade. As pessoas físicas vendedoras da família Azevedo terão fatias reduzidas na nova estrutura, segundo parecer do Cade.

CCX (CCXC3)

Na CCX, Leonardo Martins renunciou à presidência do Conselho de Administração da companhia. 

(Com Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.