Gerdau dispara 30% em 6 pregões; Vale sobe 6% e Suzano avança 7,5%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa neste pregão

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa ganhou força durante a tarde desta quarta-feira (2) e fechou em alta, com as ações da Petrobras virando para o positivo puxadas pela alta do petróleo, enquanto os bancos conseguem sustentar os ganhos após dias de queda na Bolsa. O índice fechou com alta de 2,17%, aos 46.463 pontos. 

Ajudou a puxar o movimento positivo do Ibovespa as ações da Vale, que subiraam mais de 5% apesar dos preços do minério de ferro encerrarem próximos a estabilidade nesta sessão. As exportadoras do setor de papel e celulose, além da fabricante de aeronaves Embraer também subiram forte hoje, com a escalada do dólar frente ao real. 

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa neste pregão:

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Petrobras, Vale e siderúrgicas
As ações das empresas ligadas à commodities ganharam força nesta quarta-feira. Após cair 3%, as ações da Petrobras (PETR3, R$ 10,20, +2,51%; PETR4, R$ 8,82, +2,68%) fecharam em alta após o petróleo virar para alta de mais de 2%, enquanto os papéis da Vale (VALE3, R$ 18,11, +5,91%; VALE5, R$ 14,58, +5,81%) e siderúrgicas dispararam, em especial Gerdau (GGBR4, R$ 6,02, +10,05%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,50, +12,90%). A Usiminas (USIM5, R$ 3,25, +4,84%) e CSN (CSNA3, R$ 3,71, +5,10%) seguiram movimento similar ao da Vale. Bradespar (BRAP4, R$ 9,63, +5,25%), holding que detém participação na mineradora, também subiu hoje. 

No caso da Gerdau, as ações dispararam 30% pelos últimos seis pregões, enquanto Metalúrgica Gerdau saltou 37% no mesmo período. Apesar do movimento, dados da indústria têm reforçado o cenário desafiador do setor. Segundo o analista Pedro Galdi, da consultoria What’sCall, o único fator que justifica essa alta é porque os papéis caíram muito anteriormente, pressionados pelo desaceleração da economia brasileiro e mudanças estruturais que a empresa promoveu mas que não foram bem recebidas pelo mercado. 

Do final de abril até o dia 25 de agosto (antes de engatarem movimento de alta), os papéis das duas caíram 54% e 74% respectivamente, enquanto Usiminas e CSN recuaram 54% e 65%. Galdi aponta, no entanto, que diferente das duas últimas, a Gerdau tem o alívio de sua exposição à economia americana, que vem mostrando crescimento. 

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Já sobre a Vale, o analista lembra que a mineradora veio sofrendo bastante com o cenário chinês e, como nos últimos dias, o clima por lá tem se mostrado mais ameno, contribuiu para uma leve recuperação do papéis, lembrando ainda que a pausa do mercado chinês nesta quarta-feira por conta do feriado também ajudou a acalmar os ânimos dos investidores. Além disso, o Itaú BBA comentou hoje, em relatório, que prefere as ações da Vale à Southern Copper, já que prevê menor downside (potencial de queda) para os preços do minério de ferro do que do cobre. Segundo os analistas, a Vale tem mais espaço para cortar custos, com a desvalorização do real. 

Apesar da alta das ações nesta sessão, os contratos futuros de minério de ferro na China ficaram praticamente estáveis, assim como os preços do produto no mercado físico, com siderúrgicas no maior produtor de aço do mundo limitando ou interrompendo a produção antes de uma grande parada militar em Pequim na quinta-feira. Os mercados chineses ficarão fechados na quinta e sexta-feira.

Suzano (SUZB5, R$ 19,04, +7,45%) e Fibria (FIBR3, R$ 54,21, +5,06%)
As ações do setor de papel e celulose Suzano e Fibria dispararam hoje em meio à escalada do dólar frente ao real, dado o perfil exportador das duas companhias. Com a arrancada, as ações da Suzano renovaram máxima de junho de 2008. Esse é o quarto pregão de alta dos papéis, que acumulam ganhos de 11,6%.

Oi (OIBR3, R$ 2,74, +5,79%OIBR4, R$ 2,73, +5,81%)
A Oi aprovou, em assembleia geral extraordinária realizada ontem, proposta de conversão na proporção de 0,9211 ação ordinária para cada ação preferencial detida, segundo comunicado ao mercado. A implementação da conversão voluntária está sujeita à adesão mínima de acionistas titulares de dois terços das ações preferenciais ex-tesouraria. O prazo para conversão vai até 1° de outubro. 

Frigoríficos
As ações do setor de frigoríficos subiram hoje: JBS (JBSS3, R$ 15,37, +7,71%), Minerva (BEEF3, R$ 12,05, +4,06%), Marfrig (MRFG3, R$ 6,54, +2,03%) e BRF (BRFS3, R$ 70,01, +1,33%). Além do dia de repique no mercado, analistas do BTG Pactual destacaram positivamente os dados de agosto da Secex, que mostrou aumento de 7,6% do spread (que traz a diferença entre os valores de carne no atacado e do indicador do boi gordo) na comparação mensal. Quando maior o spread, maior a margem bruta do frigorífico. 

Segundo os analistas, os dados confirmam que os ajustes de capacidade e abertura de novos mercados estão ganhando tração e melhorando a dinâmica do setor, reforçando a leitura de que o terceiro trimestre deve ser forte para os produtores de carne bovina. O BTG reiterou compra para Minerva, Marfrig, JBS e BRF. 

Educacionais
O Ministério do Planejamento vai destinar R$ 18,8 bilhões para o Fies (financiamento estudantil do governo), em 2016 – crescimento de 9,2% na comparação com essa ano. Em 2015, a verba ficou em R$ 16,6 bilhões. Analistas do Santander comentaram que o orçamento do ano que vem pode aliviar preocupações do mercado sobre novos cortes em novos contratos do Fies e trazer impacto positivo para as empresas do setor.

Apesar da leitura positiva, as ações das educacionais amenizaram os ganhos, com algumas virando para o negativo: Kroton (KROT3, R$ 8,63, +0,58%), Estácio (ESTC3, R$ 12,49, 0,00%), Ser Educacional (SEER3, R$ 9,11, -1,83%) e Anima (ANIM3, R$ 10,76, -2,27%) – todas expostas ao Fies.

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