Gap mostra otimismo contido sobre entrada no Brasil

Segundo diretor da marca, os impostos sobre produtos importados obrigará a empresa a vender seus produtos mais caros do que nos EUA

Reuters

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SÃO PAULO, 17 Jan (Reuters) – A alta carga tributária sobre importados e o intenso custo de operação representarão desafios para a entrada da Gap no Brasil, afirmou à Reuters nesta quinta-feira o diretor de gestão de alianças estratégicas da varejista norte-americana de vestuário, Stefan Laban.

A Gap firmou em dezembro contrato com a Tudo Bom Comércio para abrir suas primeiras lojas próprias no país no fim de 2013, em São Paulo. Atualmente, a Gap opera no Brasil com cinco lojas em canais duty free: três no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e duas no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.

Segundo Laban, a alta carga de impostos sobre produtos importados obrigará a Gap, que não produz em território brasileiro nem conta com fornecedores do país, a estabelecer preços mais altos no mercado brasileiro do que cobra nos Estados Unidos.

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“Cobraremos preços mais altos do que nos Estados Unidos, mas seremos localmente competitivos”, disse o diretor em entrevista por telefone.

O executivo também identificou como obstáculos os altos custos de operação e a intensa competição com marcas locais e companhias estrangeiras que já têm forte presença no país, como TopShop e Zara.

“É um mercado bastante complexo”, disse o diretor da Gap, que se recusou a divulgar projeções de receita ou participação no mercado. “O Brasil é altamente regulado, é um dos mercados mais regulados. É bastante protetor de suas varejistas locais de vestuário.”

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No entanto, ele afirmou que essas dificuldades devem ser compensadas pelo aumento da demanda ocasionado pela realização da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas do Rio em 2016.

Além disso, apesar dos preços cobrados pela varejista, Laban afirmou que a Gap pretende capitalizar sobre a crescente classe média brasileira. “Não queremos ser percebidos como uma marca de luxo”, disse.

O executivo afirmou que a entrada da Gap no país faz parte da estratégia de penetração da companhia na América Latina, que começou com a abertura da primeira loja da marca em Santiago, no Chile, em 2011.

“Hoje, a Gap tem lojas próprias em cinco países da América Latina: Chile, Uruguai, Colômbia, México e Panamá”, disse ele.

Segundo Laban, a empresa está analisando a possibilidade de abrir lojas em outras cidades do Brasil, além de São Paulo, com planos de ampliar sua base para o Rio de Janeiro em seguida. O executivo se recusou a precisar quantas lojas a Gap pretende ter no país.

“O Brasil é o maior mercado na América Latina e um dos maiores mercados emergentes”, disse o executivo. “É um mercado bastante distinto para nós”.

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