Game over: fabricante de brinquedos sobe até 1000% antes de controlador anunciar OPA

Companhia disse que decisão sobre OPA foi tomada pelos controladores diante do risco de que um eventual novo grupamento possa acarretar nova queda na cotação das ações

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Muita gente gosta de comparar o mercado financeiro com um jogo de “perde e ganha”, mas apesar de ser errado fazer este tipo de avaliação, existem momentos em que o mercado parece realmente brincar com os investidores. É comum vermos movimentos atípicos de algumas ações, mas o que deixa o mercado realmente com a pulga atrás da orelha é quando quase um mês depois, uma disparada ganhar uma explicação.

E é este o cenário visto pela fabricante de brinquedos Tec Toy (TOYB3; TOYB4), que em agosto já havia feito um grupamento de ações para se adequar às novas regras da BM&FBovespa, que quer acabar com as chamadas “penny stocks”. Porém, em fevereiro, os papéis da Tec Toy chegaram a disparar mais de 100% em apenas um dia e não houve nenhuma explicação sobre o motivo.

O que deixou a situação ainda mais estranha foi o comunicado da última sexta-feira (4), quando a companhia anunciou a intenção de realizar uma OPA para fechar o seu capital e sair da Bolsa.

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Nesta segunda-feira (7), primeiro pregão após a notícia da OPA, os papéis ordinários da companhia dispararam 15,00%, cotados a R$ 2,30 e ganhos acumulados de 130% em 30 dias. Enquanto isso, os ativos preferenciais recuaram 9,91%, a R$ 2,00 e valorização de 185% no acumulado dos últimos 30 pregões. Mais surpreendente ainda é a alta da ação desde a sua mínima, no início de fevereiro, de R$ 0,51, até sua máxima no fim do mês passado, a R$ 5,72, ganhos de 1.021%.

No comunicado, a companhia afirma que “essa decisão foi tomada pelos controladores diante do risco de que um eventual novo grupamento de ações possa acarretar nova queda na cotação das ações de emissão da companhia, em prejuízo dos acionistas, e em razão da inexistência de outras alternativas que permitam assegurar que a cotação das ações da companhia se mantenha superior a R$ 1,00″.

No momento, apenas 11,02% das ações ordinárias não estão nas mãos dos controladores (ou 301.767 ações), e 17,44% (444.460 ações) dos papéis preferenciais. A ofertante é a Steluc Participações e o preço estimado para a oferta é de R$ 2,2072 para cada ação ordinária e de R$ 1,4515 para cada ação preferencial. O valor foi calculado com base no volume negociado nos últimos 90 pregões, excluindo-se os dias 19 e 22 de fevereiro.

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Estes dois pregões foram exatamente os dias em que as ações tiveram uma oscilação bastante atípica, chegando a disparar mais de 100 no dia 19, por exemplo. Apesar disso, respondendo a um pedido da CVM, a companhia disse na época que não havia nenhum fato que pudesse explicar estas movimentações.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.