Futuros dos EUA voltam do feriado em alta, às vésperas da votação do teto da dívida; IGP-M, inflação ao produtor no Brasil e mais

Tanto o apoio republicano quanto o democrata são necessários para que o acordo do projeto de lei seja aprovado

Felipe Moreira

Foto: reprodução

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Os índices futuros dos Estados Unidos operam com alta nesta terça-feira (30), no retorno do feriado de Memorial Day, com investidores repercutindo o acordo provisório para aumentar o teto da dívida dos EUA e evitar um calote no fim de semana.

O Congresso americano deve votar a legislação na próxima quarta-feira (31). Tanto o apoio republicano quanto o democrata são necessários para que o acordo do projeto de lei seja aprovado.

As longas negociações entre a Casa Branca e os líderes do Congresso levantaram a preocupação entre os investidores de que poderia ocorrer um calote da dívida dos EUA.

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O Comitê de Regras da Câmara dos Estados Unidos disse que vai se reunir na tarde de terça-feira para discutir o projeto de lei do teto da dívida, que precisa ser aprovado por um Congresso dividido antes de 5 de junho, quando o Tesouro diz que ficará sem dinheiro para cobrir todas as suas obrigações. “O Comitê de Regras se reunirá na terça-feira, 30 de maio de 2023, às 15h ET (16h, horário de Brasília)”, disse o painel em comunicado nesta segunda-feira.

Na Europa, os principais mercados operam sem direção definida, com atenção para os últimos desenvolvimentos do teto da dívida dos EUA e mais pistas dos bancos centrais sobre a trajetória das taxas de juros.

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No Brasil, durante a manhã, atenção para os dados de inflação ao produtor de abril e o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de maio, além do resultado das contas do Governo Central em abril.

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) voltou a registrar deflação, de 1,84% em maio, após ter recuado 0,95% em abril, segundo dados divulgados nesta terça-feira (30) pelo FGV/Ibre. Com o resultado anunciado hoje, o índice acumula retração de 2,58% no ano e queda de 4,47% em 12 meses. A deflação veio mais forte que a esperada pelo consenso da Bloomberg, que previa queda de 1,70% no indicador mensal e de 4,33% na comparação com maio de 2022.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA avançam nesta manhã de terça-feira depois que o governo Biden e os legisladores republicanos fecharam um acordo provisório para aumentar o teto da dívida dos EUA.

O acordo ocorre apenas alguns dias antes da chamada “data X” em 5 de junho, que é a data mais próxima que o Departamento do Tesouro sinalizou que os EUA poderiam inadimplir as obrigações da dívida. O compromisso inicial foi anunciado pela primeira vez na noite de sábado.

O mercado à vista ficou fechado na segunda-feira devido ao feriado de Memorial Day.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam com alta em sua maioria, com investidores de olho na votação sobre o acordo provisório do teto da dívida dos EUA alcançado entre o presidente Joe Biden e o líder da maioria na Câmara, Kevin McCarthy, prevista para amanhã (31).

Na frente de dados, a taxa de desemprego do Japão caiu ligeiramente para 2,6% em abril, abaixo dos 2,8% de março. Isso também foi menor do que os 2,7% esperados pelos economistas consultados pela Reuters.

As vendas globais da Toyota aumentaram quase 5% ano a ano em abril, com forte demanda do mercado doméstico Japão e China.

Europa

Os mercados europeus operam mistos, enquanto investidores segue acompanhando o desenvolvimentos em torno do acordo firmado sobre o teto da dívida dos Estados Unidos e mais pistas dos bancos centrais sobre a trajetória das taxas de juros.

A inflação dos preços nas lojas do Reino Unido em maio atingiu o nível mais alto desde que os registros começaram em 2005, de acordo com dados instantâneos do British Retail Consortium.

A inflação de preços em supermercados e redes varejistas foi de 9% em relação ao ano anterior, ante 8,8% em abril. A inflação dos preços dos alimentos caiu ligeiramente, de 15,7% para 15,4%.

A lira turca continuou a cair na terça-feira, marcando um novo recorde de baixa depois que o atual presidente Recep Tayyip Erdogan garantiu a reeleição.

Commodities

Os preços do petróleo operam com queda, pressionados por temores de novos aumentos nas taxas de juros e de que a Opep + manterá as cotas de produção.

As cotações do minério de ferro na China registraram leve baixa, revertendo parte dos fortes ganhos da véspera, quando o sentimento do investidor foi reforçado pelas expectativas de novas políticas de estímulo após a divulgação de dados fracos do lucro industrial no sábado.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda desta terça-feira traz o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), inflação ao produtor e dados da confiança de serviços, além do resultado primário do governo central de abril.

O (IGP-M) voltou a registrar deflação, de 1,84% em maio, após ter recuado 0,95% em abril, segundo dados divulgados nesta terça-feira (30) pelo FGV/Ibre. Com o resultado anunciado hoje, o índice acumula retração de 2,58% no ano e queda de 4,47% em 12 meses. A deflação veio mais forte que a esperada pelo consenso da Bloomberg, que previa queda de 1,70% no indicador mensal e de 4,33% na comparação com maio de 2022.

Brasil

8h: Confiança de serviços de maio

8h: IGP-M de maio

8h30: Nota à imprensa – Política monetária e operações de crédito

9h: Preços ao produtor de abril

9h: Roberto Campos Neto, tem reunião com ex-Senador Tasso Jereissati, em Fortaleza, para tratar de assuntos institucionais. (fechado à imprensa)

14h: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, se reúne com a Agência de classificação de risco S&P Global Ratings e equipe da Secretaria do Tesouro Nacional

14h30: Resultado primário do governo central de abril

20h30: Campos Neto tem reunião com Rodrigo Maia, Diretor-Presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), em Brasília, para tratar de assuntos institucionais. (fechado à imprensa)

EUA

11h: Confiança do consumidor de maio

China

22h30: Índice PMI composto de maio

3. Noticiário econômico

Educação e Saúde estarão de fora do bloqueio orçamentário

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou na última segunda-feira (29) que os ministérios da Educação e da Saúde, além das “pastas menores”, com orçamentos pequenos, não serão abrangidas pelo bloqueio orçamentário de R$ 1,7 bilhão que o governo deve anunciar nesta semana.

A necessidade de bloqueio de despesas discricionárias do Orçamento federal é para cumprir a regra do teto de gastos, após uma revisão no volume de despesas que teve um aumento da projeção em R$ 24,2 bilhões, de acordo com o Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento que orienta a execução do Orçamento e é publicado a cada dois meses.

Simone Tebet também informou que na próxima quinta-feira (1º), ela e Haddad participarão de uma reunião com os líderes partidários do Senado Federal, a convite do presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para discutir a tramitação, na Casa, do projeto de lei complementar do novo arcabouço fiscal (PLP 93/2023), aprovado na última quarta-feira (24) pela Câmara dos Deputados.

Campos Neto: É a 1ª vez que temos surto de inflação mundial e Brasil com inflação mais baixa

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse ontem, que, pela primeira vez, o Brasil passa por um surto de inflação global com índices de preços abaixo da média internacional.

Campos Neto sustentou que a situação se deve, em parte, à decisão do BC de começar a subir os juros antes das demais economias. Quando o banco central inicia o ajuste monetário mais rápido, pontuou, o custo para a sociedade é menor.

Após fazer uma retrospectiva do enfrentamento da pandemia, que exigiu uma ação coordenada de estímulos fiscais e monetários para evitar uma depressão, o presidente frisou que a inflação e seus núcleos estão caindo em vários países emergentes, inclusive na América Latina.

4. Noticiário político

STF aceita denúncia e torna 1,1 mil pessoas réus por atos golpistas

O Supremo Tribunal Federal (STF) já tornou réus 1.176 acusados de envolvimento com os atos golpistas de 8 de janeiro. A marca foi atingida hoje (29) com o fim do julgamento do sexto grupo de denunciados.

Com a aceitação das denúncias, os réus passarão a responder a uma ação penal e, ao final do processo, serão condenados ou absolvidos das acusações.

CPI do MST se reúne hoje

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Câmara dos Deputados se reúne nesta terça-feira (30) para votar requerimentos, como convocações e assessoramento dos deputados.

A comissão apura uma série de invasões do MST no chamado “Abril Vermelho”.

5. Radar Corporativo

Copel (CPLE6)

A Copel (CPLE6) contratou sindicato de instituições financeiras com objetivo de estruturar potencial oferta pública de distribuição primária e/ou secundária de ações ordinárias de emissão da companhia, no âmbito do processo de transformação da companhia em sociedade com capital disperso e sem acionista controlador.

A elétrica ressalta que, até o momento, o Estado do Paraná e a companhia não definiram se potencial oferta será efetivamente realizada ou mesmo seus termos e condições e, portanto, nesta data, não está sendo realizada qualquer oferta pública de distribuição de valores mobiliários no Brasil, nos Estados Unidos da América ou em qualquer outra jurisdição.

Ferbasa (FESA4)

A Ferbasa (FESA4) informou que realizará o pagamento de Juros sobre Capital Próprio no valor total de R$ 72,8 milhões, programado para creditamento em 22 de junho.

Os valores brutos totais a serem creditados e pagos a título de Juros sobre Capital Próprio serão, respectivamente, de R$ 0,80241851527 para cada ação ordinária e de R$ 0,88266036679 para cada ação preferencial.

Os pagamentos terão como base as posições acionárias existentes no fechamento do pregão da Bolsa de Valores de São Paulo, do dia 07 de junho.

Itaú Unibanco (ITUB4)

O Itaú Unibanco (ITUB4) recebeu o último aval regulatório necessário para a oferta de aquisição de ações do Itaú Chile, operação prevista para começar em 6 de junho, disse o banco brasileiro na segunda-feira.

O valor por ação da oferta é de 8.500 pesos chilenos, bem maior do que o inicialmente divulgado, em função de um grupamento de ações da ordem de 4.500 para um e de dividendos declarados desde então.

JBS (JBSS3)

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) adiou nesta segunda-feira (29) o julgamento de três processos contra os irmãos Joesley e Wesley Batista, da família controladora da JBS (JBSS3), por suposta manipulação de mercado em função do acordo de delação premiada feita pelos executivos, no âmbito da Operação Lava Jato.

A dupla já obteve maioria para a absolvição das acusações. Apesar do placar favorável aos executivo e uma possível multa de R$ 500 mil à J&F, a diretora Flávia Perlingeiro pediu vistas nos três processos do dia e deverá apresentar seu voto em até 60 dias.

No primeiro processo, os irmãos Batista e a holding J&F eram acusados de insider trading com papéis da JBS. O motivo recorre a 17 de maio de 2017, quando o colunista Lauro Jardim divulgou que Joesley teria delatado o então presidente Michel Temer (MDB). O dia seguinte ficou conhecido na Bolsa como “Joesley Day”, marcado pela maior queda do Ibovespa desde a crise de 2008 e a maior alta do dólar em 14 anos. Por conta da acusação, os empresários ficaram presos por seis meses entre 2017 e 2018.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)