Futuros de NY têm leve alta antes de inflação PCE nos EUA; taxa de desemprego no Brasil e mais destaques

Os índices futuros dos Estados Unidos operam com leve alta nesta sexta-feira (31), última sessão do trimestre, antes da divulgação do deflator do consumo de fevereiro (PCE, em inglês) – indicador de inflação favorito do Federal Reserve (Fed), que deve fornecer mais pistas sobre o ritmo de aperto monetário na maior economia do mundo.

Economistas consultados pelo Dow Jones esperam que o núcleo do PCE, que exclui os custos de energia e alimentos, avance 0,4% em fevereiro em relação ao mês anterior e suba 4,7% na base anual.

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Além disso, vários membros do Fed devem falar nesta sexta-feira, incluindo os governadores do Fed, Lisa Cook e Christopher Waller.

No Brasil, o Ibovespa fechou em forte alta de 1,89%% na véspera (30), aos 103.713 pontos, enquanto o dólar comercial e os juros futuros caíram, após o tão esperado anúncio do arcabouço fiscal.

Em indicadores, investidores aguardam pela a taxa de desemprego de fevereiro, a ser divulgada às 9h, que deve ter atingido 8,7%, segundo a média de analistas ouvidos pela Refinitiv.

Na temporada de balanços, após o fechamento dos mercados, destaque para os resultados trimestrais da Marisa.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA sobem nesta manhã de sexta-feira, com investidores aguardando pelo índice de preços de gastos de consumo pessoal (PCE), que deve fornecer orientações sobre os rumos taxas de juros após a recente turbulência do mercado.

Dados de renda pessoal e gastos do consumidor também serão divulgados na manhã de sexta-feira. A leitura final de março do índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan está marcada para as 11h.

Na véspera, os pedidos semanais de auxílio-desemprego aumentaram em 7.000, para 198.000, aumentando as esperanças de que o Federal Reserve possa desacelerar sua campanha de aperto em um mercado de trabalho em esfriamento.

Vários integrantes do banco central americano também devem falar na sexta-feira, incluindo os diretores do Fed Lisa Cook e Christopher Waller.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

• Dow Jones Futuro (EUA), +0,04%
• S&P 500 Futuro (EUA), +0,09%
• Nasdaq Futuro (EUA), +0,03% 

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam com alta, acompanhando o movimento positivo registrado em Wall Street na véspera, com alguns investidores afastando as preocupações de uma nova crise bancária.

Na agenda econômica, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla inglês) de manufatura da China atingiu 51,9 em março, ligeiramente acima das expectativas de 51,5 dos analistas consultados pela Reuters, mas abaixo dos 52,6 vistos em fevereiro.

Enquanto isso, o PMI não manufatureiro foi de 58,2, superior à leitura de fevereiro de 56,3, juntamente com aumentos notáveis ​​na atividade no setor de construção.

Além disso, o Ministério do Comércio do Japão disse nesta sexta que irá impor controles de exportação de equipamentos usados ​​na fabricação de chips.

Embora não tenha mencionado a China como alvo dessas medidas, a medida está alinhada com a pressão dos EUA em outubro para restringir a capacidade da China de produzir chips de alta tecnologia, já que aumentou a preocupação de que Pequim planeja usar o material para fins militares.

• Shanghai SE (China), +0,36%
• Nikkei (Japão), +0,93%
• Hang Seng Index (Hong Kong), +0,45%
• Kospi (Coreia do Sul), +0,97% 
• ASX 200 (Austrália), +0,78%

Europa

Os mercados europeus operam com alta, após a divulgação de dados de inflação da zona do euro de março e à espera da inflação PCE nos EUA.

A inflação na zona do euro ficou em 6,9% em março, uma retração em relação aos 8,5% vistos em fevereiro. No entanto, outras partes da cesta de inflação permanecem teimosamente altas.

O núcleo da inflação – que exclui os preços voláteis de energia, alimentos, álcool e tabaco – aumentou ligeiramente em relação ao mês anterior. Atingiu 5,7% em março, ante 5,6% em fevereiro.

Na Alemanha, as vendas no varejo alemão registraram queda, enquanto a economia do Reino Unido registrou crescimento de 0,1% no quarto trimestre de 2022, revisada para cima a partir de uma primeira estimativa que não mostrava crescimento.

• FTSE 100 (Reino Unido), +0,13%
• DAX (Alemanha), +0,13%
• CAC 40 (França), +0,29%
• FTSE MIB (Itália), -0,32% 
• STOXX 600, +0,16% 

Commodities

Os preços do petróleo passaram a operar em baixa após abertura positiva, quando foram impulsionados por um crescimento da atividade industrial na China, segundo maior consumidor de petróleo do mundo, e com o aumento das preocupações sobre a oferta no Oriente Médio.

As cotações do minério de ferro na China sobem novamente, com expectativa de manutenção da demanda de aço na China nos mesmos níveis vistos no ano passado.

• Petróleo WTI, -0,62%, a US$ 73,91 o barril
• Petróleo Brent, -0,83%, a US$ 78,61 o barril
• Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 1,17%, a 907,00 iuanes, o equivalente a US$ 131,99 

Bitcoin

• Bitcoin, -0,47% a US$ 27.864,01 (em relação à cotação de 24 horas atrás)

2. Agenda

A semana termina com a divulgação do deflator do consumo de fevereiro (PCE, em inglês) – indicador de inflação favorito do Fed.

Para a taxa de desemprego no Brasil, a ser divulgada às 9h, os economistas estimam que tenha atingido 8,8%, de 8,6% com ajuste sazonal.

Brasil

8h: Resultado primário de fevereiro

9h: Taxa de desemprego de fevereiro; consenso Refinitiv prevê taxa de desemprego em 8,7%

9h: Roberto Campos Neto, presidente do BC, profere palestra no evento “Mulheres e homens construindo um setor público com mais equidade”, promovido pelo Tribunal de Contas da União, Senado Federal e Banco Central

EUA

9h30: Índice PCE de fevereiro, com projeção de núcleo de alta de 0,4% frente janeiro e de avanço de 4,7% na base anual

11h: Confiança do consumidor de março

3. Noticiário econômico

Novo arcabouço fiscal pode levar ao aumento da carga tributária

Analistas de mercado veem que o novo arcabouço fiscal anunciado na última quinta pela equipe econômica depende do aumento de receitas para ter êxito. Sem sinalização de corte de despesas, há o receio de que o governo promova uma elevação na carga tributária. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse apostar no lançamento de um pacote de medidas “saneadoras” neste ano que pode elevar a arrecadação federal entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões por ano.

Segundo Haddad, a ideia da Fazenda é promover medidas para pôr fim aos “jabutis tributários”, além de cobrar impostos de setores favorecidos e que não estão regulados, como as apostas eletrônicas, como já tinha antecipado.

Por outro lado, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) soltou uma nota de apoio às medidas anunciadas pela equipe econômica do governo federal no âmbito do novo arcabouço fiscal.

No entendimento da instituição, a iniciativa do Ministério da Fazenda representa um avanço, porque “procura combinar as prioridades sociais do país com o necessário controle da expansão dos gastos públicos”.

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), decidiu adiar a reunião com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, marcada para a próxima terça-feira, 4 de abril. Segundo ele, a nova data será marcada de acordo com a disponibilidade na agenda da CAE e da presidência do BC.

Cardoso informou que a mudança, definida pela CAE, foi necessária em função do feriado prolongado da próxima semana, que poderia causar prejuízos ao bom andamento da reunião.

Câmara aprova MP que altera preços de transferência de empresas em transações com exterior

A Câmara aprovou ontem uma medida provisória (MP) editada ainda no governo Bolsonaro que altera as regras para os chamados “preços de transferência”, usados em transações de empresas brasileiras com partes relacionadas no exterior. Um dos objetivos da proposta é fazer adequações a normas que facilitem a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). O texto vai agora para o Senado.

As novas regras têm aplicação opcional em 2023 e passariam a valer de forma obrigatória a partir de 2024. O texto apresenta como argumento para as mudanças o fato de os Estados Unidos terem passado a proibir o crédito tributário referente aos impostos pagos em países que não adotam o princípio “arms length”.

4. Noticiário político

Líderes do Senado não aceitam mudanças em comissões mistas de MPs

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) afirmou ontem que os senadores não aceitam acabar com a paridade na composição das comissões mistas que analisam as Medidas Provisórias (MPs) editadas pelo governo federal. A divergência no funcionamento desses colegiados, compostos em igual número por deputados federais e senadores, tem gerado um impasse na tramitação das MPs, o que pode travar a agenda legislativa do governo no Congresso Nacional.

Na semana passada, Pacheco decidiu que a análise de medidas provisórias enviadas pelo governo do presidente Lula voltará a seguir o rito previsto na Constituição Federal, ou seja, passarão pelas comissões mistas, colegiados com integrantes da Câmara e do Senado, de forma paritária (mesmo número de integrantes de cada Casa).

Desde 2020, para dar agilidade ao trabalho dos parlamentares por causa da pandemia da covid-19, foi retirada a análise de MPs em comissões mistas. Assim, as medidas provisórias passaram a ser analisadas diretamente no plenário – primeiro na Câmara, por 90 dias, e depois no Senado, por 30 dias –, permitidas emendas. As MPs têm efeito imediato, com força de lei, mas precisam ser aprovadas pelo Congresso em até 120 dias para não perder validade. A medida foi justificada, à época, como excepcionalíssima em razão das medidas emergenciais sanitárias.

Lewandowski antecipa aposentadoria do STF para 11 de abril

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski anunciou na última quinta que decidiu antecipar sua aposentadoria para 11 de abril. O anúncio foi feito pelo ministro após a sessão desta quinta-feira, a última que ele participou.

Lewandowski foi nomeado em 2006, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e seria aposentado compulsoriamente em 11 de maio ao completar 75 anos, idade limite para permanência no cargo.

A formalização da antecipação da aposentadoria foi solicitada à presidente do STF, Rosa Weber. O documento será enviado formalmente à Presidência da República.

5. Radar Corporativo

CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3)

A CSN e a CSN Mineração firmaram contrato de financiamento para exportação no valor de até US$ 1,4 bilhão com bancos estrangeiros, para ampliação da capacidade de produção de minério de ferro na mina de Casa de Pedra, em Minas Gerais.

O contrato, do tipo pré-pagamento, que visa dar aos exportadores os recursos para a operação, tem prazo final de 12 anos, disseram as empresas em fato relevante.

Tim (TIMS3)

A Tim (TIMS3) informou que realizará o pagamento de dividendos complementares relativos ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2023, no valor total de R$ 600 milhões, equivalentes a R$ 0,247852753 por ação.

Os proventos serão pagos em 18 de abril de 2023, sem a aplicação de qualquer índice de atualização monetária, conforme aprovado por deliberação da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária realizada em 30 de março de 2023.

RD (RADL3)

O Conselho de Administração da RD (RADL3) aprovou a distribuição de juros sobre capital próprio no valor de R$ 80 milhões, correspondente R$ 0,048530597 por ação ordinária de emissão da companhia.

O provento terá como base a posição acionária de 04 de abril de 2023, sendo certo que a partir de 05 de abril as ações da companhia serão negociadas “ex juros sobre capital próprio”.

O pagamento será efetuado até o dia 01 de dezembro de 2023.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)